sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Cap. 10 "Mesmo quando a noite mudar Ela jamais nos mudará"


Everything that you’ve ever dreamed of
Disappearing when you wake up
But there’s nothing to be afraid of
Even when the night changes
It will never change me and you

-Night Changes - One Direction-


~Mel POV~

Com os olhos fixos no Mar, a mente perdida no meio dos pensamentos e o coração ainda no beijo. A cabeça dizia para não avançar e ir embora e ela tinha razão, eu não devia ter bebido, não devia ter feito isso mas não sei se estou completamente arrependida, no fundo eu sei que esperei quatro anos pra sentir o toque dele de novo, pra sentir o beijo dele mas eu não podia ter feito isso, isso não pode acontecer de novo.. ''Acontecer de novo? Já está pensando na segunda vez?'' me repreendi, Isso não vai acontecer de novo! Minha cabeça ta doendo e eu quero chorar, mas não vou, eu preciso pensar no que fazer, mas nem se quer tenho coragem de olhar pra ele, estou me sentindo diminuída mas queria ser invisível só pra poder sair daqui sem que ninguém perceba.. Minha respiração ainda estava acelerada e a dele não estava diferente, sentado com as mãos cruzadas em cima da coxa, seu peito subia e descia freneticamente, seus olhos estavam fechados como se absorvesse toda a energia de volta. Quando ele abriu os olhos eu desviei e voltei a olhar para o mar buscando me acalmar, mas eu já devia ter saído daqui, porém, estávamos os dois juntos, próximos um do outro, eu sentido seu calor e sua paz e retribuindo o que ele me proporcionava, era um momento único e um silêncio que dizia muitas coisas, não estávamos brigando, estávamos curtindo o momento raro que nenhum de nós seria capaz de quebra-lo. E eu percebi que era disso que nós precisávamos, um momento nosso, para apenas sentir a presença um do outro e que mesmo depois de tanto tempo nós continuávamos os mesmos jovens e ainda estávamos ali, prontos para o outro, esperando uma brecha para isso acontecer.
- Mel.. -ele quebrou o silêncio com a voz rouca me olhando receoso, repousou a mão direita em cima da minha- Olha pra mim -pediu e senti meus olhos arderem-
- Eu tenho que ir.. -sussurrei mesmo sabendo que eu não tenho que ir e não queria ir-
- Não, não tem.. -olhei pra ele que estava apreensivo e num súbito de coragem retribuí seu toque a minha mão- Desculpa, mas é que eu precisava..
- A culpa não foi sua.. -respondi o interrompendo, me levantei e, antes que desistisse, fui caminhando pra longe dele já não aguentando mais segurar as lágrimas e sentindo elas banhando meu rosto-
- Mel espera! -ele gritou e o ouvi vindo na minha direção, já não tinha forças pra nada e as lágrimas já desciam descontroladamente- Calma! -seus braços me rodearam e eu tentava me controlar mas tudo vinha a tona, o beijo, as mentiras, o sentimento, as lembranças e eu me repreendia por estar chorando- Desculpa..
- Desculpa.. -sussurrei entre os soluços e tentei me soltar mas ele apertou os braços- Deixa-me ir.. -implorei num fio de voz-
- Não.. -ele sussurrou me apertando mais-
- Junior.. -pedi sentindo minha voz falhar e tentando sair de seus braços-
- Mel, não.. -depois de um tempo senti seus braços folgarem e ele me soltou receoso, quando criei coragem e olhei pra ele, seus olhos estavam fixos em mim e marejados- Fica -pediu-
Dei um passo para trás encarando meus pés e ele acompanhou pegando nas minhas mãos me fazendo olhar pra ele que tinha uma expressão perdida
- Você não sentiu? -perguntou com os olhos arregalados-
- Senti.. -admiti-
- Por que você foi embora?
- Eu não tinha escolha Junior.. -disse sentindo as lágrimas voltarem-
- Você tinha a mim e eu tinha a você!
- Não é tão simples assim
- Então me explica! -pediu sério-
- Eu tava sozinha, meu pai me mandou pra lá sem me dar escolhas eu não tinha como avisar você, foi tudo rápido de mais, me desculpa? -disse atropelando as palavras e secando com as costas da mão uma lágrima que teimou a cair-
- Porque? Como assim?
- Eu não posso explicar agora
- Você tem um filho.. -ele disse e não foi uma pergunta, então me limitei a dizer algo- Eu quero entender..
- Eu sei.. Mas Junior agora não..
- Me promete que vai me contar?
- Prometo.. -Promete? as palavras saíram sem que eu percebesse e sua boca se abriu levemente num sorriso tímido e contido-

****

Acordei com uma dor horrível, parecia que tinha alguém martelando minha cabeça depois de ter passado com um caminhão em cima de mim. Ainda estava com a roupa de ontem porém a saia estava toda erguida mas ainda me apertava. Levantei sentindo meu corpo todo se reprovar com meu ato. Minha vista se embaraçou e eu apoiei na cama enquanto ela voltava ao normal. Já estava de manhã e os raios do sol invadiam o quarto me deixando cega. Precisava de um banho pra tirar toda essa coisa de ressaca. Peguei minha toalha e fui pra debaixo do chuveiro e da água fria, molhando meu cabelo e meu corpo enquanto eu me ensaboava tentando me lembrar das coisas de ontem, lembro que eu bebi demais, isso explica a dor de cabeça. Bebi, dancei, bebi.. O Neymar apareceu, até isso eu lembro e..

//
- Porque? Como assim? -Neymar me bombardeou de perguntas-
- Eu não posso explicar agora -disse tentando soar calma mas falhei-
- Você tem um filho.. -ele disse e não foi uma pergunta, então me limitei a dizer algo- Eu quero entender..
- Eu sei, mas Júnior agora não dá!
- Me promete que vai me contar?
- Prometo..
//
- Mel -Tais bateu na porta despertando do meu desvaneio, devo ter ficado mais que o necessário no banho-
- Oi -respondi desligando o chuveiro e me enrolando na toalha-
- Matheus tava te procurando -abri a porta e ela estava sentada na cama ainda de pijama-
- Acabei de acordar e fui pro banho.. -Peguei um short jeans simples e uma regata e me trocando em seguida-
- Também acabei de acordar.. -disse deitando na cama enquanto eu penteava meu cabelo- Você sumiu ontem..
- Eu?! -perguntei arregalando meus olhos-
- Éé.. Depois vai ter que me explicar isso direitinho -revirei os olhos-
- Nem eu me lembro muito bem.. -dei de ombros como se o que aconteceu não fosse nada importante-
- Bom, to com fome, vamos almoçar! -Taís levantou num pulo-
- Vou pentear meu cabelo primeiro, já eu desço! -avisei e ela saiu me deixando sozinha no quarto novamente-

- Finalmente! -Taís exclamou assim que apareci na cozinha-
- Oi Mãe! -Matheus disse com a boca cheia de macarrão-
- Oi Amor -sorri depositando um beijo na sua testa- Ah que fome! -exclamei-
- Sua mãe ligou, disse que você não atende o celular e era pra ir lá ou ligar, uma coisa assim.. -Taís deu de ombros-
- Depois eu ligo.. -peguei um prato e ponhei comida- Cadê todo mundo?
- Minha mãe acabou de sair.. Ahh! -gritou- Ela mandou eu te avisar que hoje tem um casamento de uma amiga dela e é pra gente ir
- Ah não, eu nem conheço e é chato isso..
- Eu sei.. Eu sou obrigada -revirou os olhos- Mas vai sim, por mim?! -disse manhosa e fazendo bico, parece até o Matheus quando quer alguma coisa-
- Desculpa mas vou ficar devendo -pisquei pra ela que bufou- Tava pensando em sair com o Matheus hoje, pela cidade, ou sei lá! -dei de ombros-
- A gente pode chamar o Tio Lucas?! -Matheus perguntou-
- Claro, mas acho que ela vai sair pra festa hoje.. Caramba! -exclamei- Acho que vou dar um pulo na casa do Gil!
- É uma boa.. Bom, já que você não vai ao casamento comigo eu vou cancelar seu horário no salão -Taís levantou e pegou sua bolsa que estava pendurada na cadeira- E vou fazer minhas coisas lá! Se virem -disse soltando beijos no ar e saindo-
- Então, agora somos só nos dois.. -falei olhando pro Matheus e ele riu-
- Quem é Gil? -perguntou curioso-
- É um velho amigo meu, você vai gostar dele -disse imaginando a reação do Gil ao me ver e ver o Matheus e ri sozinha- Vocês vão se adorar!

-Bom, pelo que o Lucas disse.. É esse aqui.
Estava parada na frente da porta de um apartamento que o Lucas me disse por telefone ser o apartamento do Gil, Matheus estava sorrindo do meu lado, eu segurando sua mão e uma ansiedade e suspense me consumiam. Espero que ele esteja aí e que esse apartamento seja o dele.. Apertei a campainha mordendo o lábio para conter o sorriso e ouvi a porta sendo destrancada, respirei fundo e ela se abriu.. Puta Merda!!
- Gil?! -perguntei ao homem sem camisa que segurava a porta e me olhava sem reação, levemente ele foi abrindo um sorriso e me espantei quando ele me abraçou-
- Caralho! Eu não acredito que é você! -ele disse me soltando e me fitando de cima abaixo- Oi garotinho! -disse bagunçando o cabelo do Matheus-
- Fala o seu nome -disse olhando pro meu filho-
- Matheus -murmurou envergonhado-
- Que lindo, gente, entra aí! -disse dando espaço para que a gente entrasse- Querem beber alguma coisa? Comer? -perguntou, olhei pro Matheus que fazia que não com a cabeça tímido-
- Não Gil, valeu..
- Tem sorvete.. -Matheus sobressaltou me olhando e eu ri- Vou lá pegar.. -Gil foi em direção ao que eu acho ser a cozinha por seu apartamento não ser tão diferente do da Tia Carla, o dele era mais moderno e bagunçado, acho que mora sozinho, tinha latas de cerveja no chão, caixa de pizza no sofá.. Mas era tudo novo e bem arejado os cômodos. Deixei o Matheus vendo Tv e fui seguir o Gil na cozinha que também estava uma zona, tinha uma pia de louça suja e ele mesmo se perdia procurando algum copo limpo para por o sorvete- Eu não acredito, Melissa Cardoso batendo na minha porta!
- Pelo menos um que ficou feliz em me ver.. -sorri sem graça-
- Quem é o menino? -mordi o lábio e ele me olhou intrigado-
- Meu filho.. -Gil arregalou os olhos quase derrubando o copo de sorvete e ficou boquiaberto- É sério! 
- Tá.. Deixa eu processar tudo isso enquanto você me explica porque eu to boiando! -ele voltou pra sala e entregou o sorvete pro Matheus, Gil ficou olhando pra ele e sorriu voltando pra mim incrédulo- Senta aí! -apontou pra uma cadeira que tinha uma toalha pendurada- Só não repara a bagunça! -riu e eu sentei enquanto ele ponhava sorvete para nós-
- Eu fui pra Espanha, tive um filho e ai meu pai sofreu um acidente e eu resolvi vir aqui ver como as coisas estão! -um bom resumo do resumo de tudo que aconteceu-
- Mel, do começo.. Porque você sumiu? -olhei séria e nervosa pra ele. Gil era meu amigo e ainda é, eu sei que posso contar com ele, que posso confiar nele e preciso desabafar tudo isso porque tenho certeza que ele vai me entender, olhei pro Matheus através do vidro da cozinha, ele estava vidrado na televisão e no sorvete, então respirei fundo e comecei-
- Quando eu descobri que estava grávida do Matheus, no mesmo dia, praticamente na mesma hora, minha mãe apareceu no quarto e viu o teste na minha mão, então ela fez um escândalo, meu pai ouviu e como ele sempre pensa nos outros pra depois pensar na família dele, no outro dia eu estava desembarcando em Barcelona, sozinha e esperando um filho. Ele não deixou com que eu contasse pra ninguém, meu irmão soube disso depois de um mês, todos achavam que eu tinha ido estudar porque ele não admitia ter uma filha grávida, ele não queria que o pessoal do trabalho dele soubesse disso e nem a nossa família, ele não me deu chances pra falar pra ninguém, tirou todos os meios que eu podia usar para me comunicar. Ele não me mandava dinheiro, ele disse que eu não era mais filha dele e que eu tinha que aprender a me virar e criar meu filho. Eu peguei isso pra minha vida e me virei, não aceitei um tostão dele e comecei a trabalhar, o que eu ganhava dava pra mim me sustentar. Depois de um tempo minha mãe acabou contando pra mãe da Taís mas pediu sigilo e então a Taís foi pra lá pra estudar e ficar junto comigo, isso me ajudou muito, a gente era jovem, ela é um ano mais velha mais somos inexperientes porém mesmo assim a gente conseguiu, ela fazendo faculdade e trabalhando e eu trabalhando e criando um filho. Depois de um tempo, até eu conseguir uma vida mas calma, sem todas as turbulências, eu queria ter voltado ou manter um contato aqui, mas eu tive vergonha e medo do que vocês podiam fazer ou pensar, fiquei com medo de vocês não me aceitarem mais. O Matheus foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, ele que me deu forças pra continuar, ele que me ensinou que eu posso tudo, que eu consigo e em nenhum momento eu me arrependo disso, se precisasse de fazer isso tudo de novo eu faria, tudo por ele! -no meio da história eu já estava chorando, Gil escutou tudo em silêncio, me observando e ouvindo atentamente cada detalhe, ele ficou chocado. Me abraçou e ficamos em silêncio até eu conseguir me controlar novamente-
- Eu.. Não sei o que dizer.. -ele deu de ombros com uma expressão triste-
- Eu senti tanto sua falta! -abracei ele novamente e me senti segura nos seus braços-
- Eu também.. Nossa Mel, sinto muito pelo que aconteceu e eu não pude estar contigo, eu imagino que você deve ter precisado de um amigo..
- Não, tudo bem.. Estou aqui agora não estou?! -perguntei sorrindo e ele me acompanhou- Vim matar a saudade!
- Você veio! -seu sorriso se alargou e ele me abraçou novamente mais apertado- Mas, espera.. -ele me soltou e me olhou curioso- Você disse que saiu daqui grávida.. -ele arregalou os olhos de repente e ficou boquiaberto- O Matheus é filho do.. Meu Deus! -exclamou- É Juninho? -demorei pra ter alguma reação, assenti lentamente e ele suspirou- Melissa!
- Ele não sabe, Gil pelo amor de Deus não fala nada! -implorei-
- Melissa eu não acredito.. Você escondeu isso durante todos esses anos?! Ele tem o direito de saber!
- Eu sei! Eu já devia ter contado mas eu tive medo..
- Mel, medo de que? Ele devia saber desde o inicio! Não sei o que seu pai tem na cabeça! -Gil levantou da cadeira sério, bravo mas a cima de tudo indignado com tudo isso, ele andava de um lado pro outro passando a mão no cabelo-
- A minhã mãe ia contar pra ele escondido do meu pai.. -murmurei com a cabeça baixa- Mas eu pedi para que ela não fizesse isso..
- O que? -ele arregalou os olhos e parou petrificado me olhando-
- Ele ia sofrer Gilmar, ele não ia poder fazer nada eu já estaria chegando na Espanha quando ele ficasse sabendo, ele ia sofrer ainda mais..
- Ele sofreu.. Eu sofri com ele, a gente não sabia de nada disso e mesmo assim a gente sofreu! -disse quase gritando e seus olhos marejaram-
- Eu sei, desculpa, mas eu não tive escolha..
- E porque não procurou a gente depois? Quando chegou lá? Ou sei lá.. -perguntou-
- Eu tive medo.. Medo de vocês não me aceitarem, não me ouvirem, eu não sabia o que o meu pai tinha dito pra vocês e fiquei com medo de todos estarem com raiva de mim, eu não sabia o que fazer. Quando eu descobri que estava grávida, fiquei com medo do Júnior não aceitar o filho e brigar comigo, fiquei com medo de estragar a carreira dele que só estava começando..
- Ele desistiu do futebol no ano que você sumiu.. -Gil contou e eu senti meu ar fugir- Ele bebia, saia pra festas a noite e só chegava dois dias depois, sujo, bêbado e agressivo. -Gil sentou do meu lado apreensivo, ele encarou o vazio como se ainda tivesse coisa pior pra contar- Ele fumou Mel.. A gente quase perdeu ele.. -suspirei encarando o Gil. Isso não pode ser verdade, eu fiz isso ao meu homem?! Eu não acredito, é como se eu tivesse levado uma facada no peito, tudo culpa minha- Mel, não chora.. -Gil me abraçou tentando me acalmar- Já passou..
- É culpa minha! -exclamei exasperada-
- A culpa não é sua Mel.. Foi um refugio que ele encontrou.. -Gil disse calmamente-
- Um refugio da dor que eu causei! -gritei-
- Para de se martirizar! Já passou..
- Como que ele saiu dessa? -perguntei receosa-
- Ele recebeu uma oferta do Santos e com pressão de todos em cima acabou aceitando mas continuava saindo, a Tia Nadine achou isso muito ruim pra Rafaela e então elas decidiram que iam morar com a avó dele pra ficar longe do Junior, ele sempre amou muito a irmã e com tudo isso acontecendo e seus pais quase se separando ele caiu em si e nunca mais fumou nada.. Ele começou a levar o futebol mais a sério e agora só bebe quando ta de folga..
- Meu Deus.. -exclamei- Eu.. Eu devo desculpas pra ele..
- A culpa não foi sua Mel..
- Foi sim, não adianta falar que não porque todo mundo sabe que foi!
- Não precisa ficar se oprimindo.. Vamos mudar de assunto.. Ta ficando na casa dos seus pais?
- Não, tô passando longe de lá.. Tô na casa dos pais da Tais
- Sério?! -exclamou animado- Hmm, por acaso você esbarrou com o Junior por esses dias aqui?
- Não.. -No elevador!- Ahh!! Sim, no primeiro dia que eu cheguei! Por que? -perguntei curiosa-
- Ele me ligou bravo dizendo que não pisava mais aqui.. -ele riu sem graça e eu sorri amarelo-
- A gente se viu na balada ontem.. -murmurei tímida-
- Ah, eu ia no show ontem mas minha namorada veio aqui.. -oi?! namorada? olhei pra ele arqueando as sobrancelhas-
- Namorada? -perguntei séria-
- É, com tudo isso eu esqueci de falar.. Eu tô namorando Melissa Cardoso, pode rir.. -eu mordi o lábio pra evitar o riso mas não aguentei e acabei gargalhando- Por que todo mundo acha graça? -perguntou indignado-
- Porque você não consegue ter uma mina só.. -dei de ombros-
- Pois é.. É uma missão difícil e delicada..
- Ficar com uma mina? -perguntei irônica-
- Não, ficar com várias minas sem que a principal perceba.. -piscou pra mim-
- Safado.. -revirei os olhos rindo-


Ficamos a tarde toda conversando e pondo os assuntos em dia. Nem me lembrava mais de como era passar um tempo com ele, de como o Gil era acolhedor, carinhoso, atencioso e de como nossas conversas sempre me faziam falta e seus conselhos precisos.. Ele disse pra mim contar logo pro Junior tudo isso e que não era pra mim sumir e esquecer dele novamente. Enfim, nossa tarde passou voando, matando a saudade, e ele amou o Matheus como o Matheus também amou ele, se deram muito bem e prometi que voltava amanhã pra me despedir dele já que vou embora a noite..

- E aí?! Como eu estou? -Taís perguntou dando uma voltinha no tapete onde eu brincava com o Matheus de quebra-cabeça, ela estava usando um vestido tomara-que-caia azul marinho que vinha até o meio da coxa com um salto preto escandaloso no estilo Taís, uma carteira preta com detalhes em prata igual ao laço do vestido, uma maquiagem mais simples e o cabelo cacheado, revirei os olhos e ela me olhou impaciente-
- Linda! -Matheus respondeu comigo voltando a atenção ao nosso quebra-cabeça-
- Só?? -Taís perguntou bufando-
- Você tá linda, maravilhosa, perfeita e vai arrasar nesse casamento mais até que a noiva.. Vai deixar os gatinhos babando..
- Wann!! Ficou perfeito néh?! Cara eu amei esse vestido! Ele é tudo!
- É mesmo, ficou lindo amiga..
- Vamos Taís! -Carla gritou e Taí revirou os olhos-
- Tchau Ma.. Tchau Mel.. -Taís saiu correndo com seu salto agulha mandando beijos no ar como de costume e então voltamos a montar o quebra-cabeça-

- E estamos quase acabando.. -disse entregando a penúltima peça do quebra-cabeça pro Matheus que ponhou certinho no lugar-
- A última! -disse sorrindo revirando a peça-
Toc.. Toc.. Toc.. Toc.. Toc..
Me sobressaltei com as batidas contínuas e fortes na porta, Matheus me olhou assustado e eu levantei indo até a porta tentando imaginar quem podia ser essa hora.. Lucas..? Minha mãe..? Gil..? Destranquei a porta e abri querendo fechar em seguida.. Meu sangue fugir do meu rosto, prendi minha respiração encarei o homem na minha frente, de camiseta, bermuda, boné e chinelo, me encarando de volta apreensivo..
- Oi

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Oii meninas, como estão?!
Espero que tenham gostado do cap. Sim, eu terminei na melhor parte, e, Sim, eu amo fazer isso kkkk' Demorei pra postar porque aqui ta chovendo muito e minha internet não pega em dia de chuva é um saco, mas vamos ver se agora acalma o tempo..
Parece que vocês gostaram do cap anterior que eu odiei kkk' Bom.. Tava cheio de erro, espero que esse não tenha tanto.. Se tiver, ignorem ..
Cara vocês vão me matar kkkkk' Mas espero que gostem e que o tão esperado dia ta chegando.. 
Leiam, comente e divulguem para as amigas bjuus

Alana: Fofos só quando estão bêbados *---* kkkk' No próximo tem mais ;) bjss
Bahiana: Só demorei um golinho kkk' Tá chovendo horrores aqui.. Bjuu
Carol: Ôo minha flor, pois é, tu tava ansiosa mesmo kkk' Bjoos
Dani: Obrigado gata kkk' Eu tinha achado péssimo mas que bom vocês gostaram.. kkk' beijjoos
Lavi: Não perca não mulher kkk' bjss
Amanda: Seja bem-vinda flor, espero que goste bjss

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Cap. 9 "Mas deixe os nossos sentimentos se entregar neste momento..."


Deitados na areia
Contemplando a maré cheia
E no horizonte
Sonhos não tem fim

- Estrelas Cadentes - Henrique & Juliano-

~Mel POV~

Assim que chegamos no hospital minha mãe foi falar com o médico e eu e o Lucas fomos na sala de espera passar nossos últimos minutos sem fazer nada além de ficar sentado e esperar eternamente. Juro que eu já estava quase cochilando escorada no Lucas e ele também não estava diferente de mim até que ouvi minha mãe conversando no corredor
- Vocês disseram a ele que eu estava aqui? -perguntei ainda escorada no Lucas e ele ergueu a cabeça-
- Não, nós achamos melhor não dizer.. -ele deu de ombros e eu voltei a me sentar normal-
- Certo..
- Ta muito pensativa -olhei pra ele com as sobrancelhas arqueadas-
- Não é nada.. -respondi me sentindo inquieta e dei de ombros-
- Tem certeza?
- Fico tentando pensar o que o Neymar fazia no prédio da Taís.. -acho que minha voz saiu mas decepcionada do que o normal-
- O Gil mora lá -ele deu de ombros com se eu soubesse disso e eu olhei incrédula pra ela-
- Como assim? Gil..? Gilmar? Aquele Gil? -perguntei tentando raciocinar, Gil meu melhor amigo? eu não acredito-
- É.. O Gil, achei que soubesse!
- Se eu soubesse teria ido lá! -respondi com a minha voz um pouco alterada-
- Desculpa.. -ele murmurou encerando o assunto e as portas que davam ao corredor dos quartos se abriram, minha mãe vinha andando ao lado do meu pai que caminhava devagar com a perna engessada e de muletas, ele me olhou atônico. E eu não fiz nenhum esforço pra sorrir.
- Melissa.. -ele sussurrou mais pra si mesmo como se estivesse ainda processando tudo isso- Você aqui? -perguntou se aproximando ainda sem reação-
- É.. -murmurei tentando afastar todas as lembranças ruins que ele me recordou agora, tudo que ele me fez passar mas todo o esforço era atoa. Não tiro a imagem dele gritando comigo, me mandando embora, me deixando.. balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos- Tá bem?
- Tirando isso -ele sorriu sem graça e ergueu as moletas- Ta tudo bem -minha mãe me olhava sorrindo e ansiosa-
- Que bom.. -sorri forçado querendo sair dessa situação de uma vez-
- Bom, vamos pra casa? -Lucas disse e todos assentimos saindo de uma vez daquele hospital tedioso e de toda essa situação-

- Melissa, como que vai lá na Espanha? -Marcos perguntou quando estávamos num engarrafamento no caminho de 'casa', eu estava no banco de trás com minha mãe e ele e o Lucas na frente, minha mãe me cutucou e eu revirei os olhos-
- Bem.. -saiu mas seco do que deveria- Ta tudo certo
- A sua mãe disse que você ainda trabalha na Bete.. -como se você se importasse-
- Aham.. -resmunguei mas na verdade queria é falar poucas e boas pra ele-
-  Que bom que ela veio passar uns dias com a gente néh?! -minha mãe com seu dom de mudar de assunto, disse toda alegre me abraçando- Seja legal -sussurrou no meu ouvido e eu cerrei os olhos- Nós bem que podíamos fazer um jantar hoje..
- Ah, eu vou sair com uns amigos -Lucas disse cortando minha mãe-
- Minha nossa Lucas! Será que você não pode ficar um dia sem sair com esses amigos?
- Ah mãe, qual é?! A gente tinha combinado de ir, tem showzinho hoje e tal..
- É, deixa ele Isa, jovem tem que aproveitar a vida! -meu pai disse me olhando sério pelo espelho, minha vontade foi de dizer que eu sou muito feliz com a minha vida mas fiquei quieta pra não arranjar confusão-
- Tu vai né Mel? -Lucas perguntou-
- Não sei não Lucas..-afinal de contas não vou deixar o Matheus com minha mãe, não mesmo, não até o Marcos dizer que quer vê-lo ou sei lá, ele nem se quer deu o trabalho de perguntar do Matheus e depois eu que sou toda errada-
- Ah vamos?! Vou te apresentar a uns amigos aqui, até a Taís vai!
- Como assim a Taís vai? Só eu que não sabia disso? -falei surpresa e brava por ele estar me comunicando por ultimo-
- Eu falei hoje de manhã aqui no carro.. -ele me repreendeu-
- Ah! Eu não escutei..
- Ta, mas então você vai!
- Não sei..

[...]

- Olha Tia, só se não for incomodar ou atrapalhar vocês.. -falei pra Carla, mãe da Taís. Depois do meu irmão e a Taís fazer um complô contra mim e me convencerem a ir na balada. Então, tive que falar com a Tia pra ver se ela aceitava ficar com o Matheus-
- Magina Mel, pode deixar com a gente..
- Mas, só se vocês não forem sair
- Não a gente não vai não..
- Ah pelo amor de Deus! -Taís interrompeu gritando- Eles não vão sair e o Matheus fica aqui! Agora vem! -Taís levantou do sofá agarrando meu braço e me levando pra cima- Você precisa de roupa!
- Eu devo ter um short aí na mala! -dei de ombros e ela me olhou boquiaberta, parecia que estava contando até 10-
- Eu não ouvi isso, ela quer ir de short e camiseta pra balada.. -ela repetiu mais pra si mesma passando as mãos pelo rosto, ela é uma comédia!- Ainda bem que eu trouxe um mala de verdade! Vem! -e então ela me puxou pro quarto dela, eu sentei na cama e ela foi revirar a mala dela-
- Nada muito chamativo por favor .. -pedi mesmo sabendo que foi em vão, porque pedi pra Tais ser menos chamativa é como falar com as paredes-
- Tá, peguei um discreto -ela retirou da mala um conjunto, uma saia e um cropped de estampas abstratas- Olha! -ela jogou o conjunto na minha direção-
- Não vai ficar curto? -perguntei analisando a saia-
- Não! Acho que vai ficar meio apertadinho, ninguém mandou ter muita bunda! -revirei os olhos rindo e fui pra sala ficar um pouco com meu filho-

- Tá pronta? -Taís perguntou batendo na porta, eu murmurei que sim, estava terminando de passar o rímel, estava me sentindo muito pelada com essas roupas apertadas e curtas, tava quase pegando uma calça jeans e uma blusinha menos escandalosa- Ta linda! -ela exclamou assim que entrou-
- Tô me sentindo meio.. -dei de ombros tentando achar uma palavra- Escandalosa.. -tentei em vão abaixar o cropped que ficava no meio da barriga-
- Ah para com isso! Você vai arrasar! Agora vamos que o Lucas tá lá embaixo!
- Ah -bufei pegando minha carteira com dinheiro, documento e celular, calcei um salto básico preto e saí do quarto sendo seguida pela Taís- Filho! -disse descendo as escadas com dificuldade por conta dos malditos saltos, naquela hora eu já sentia falta do meu all star- Se cuida viu?! -me aproximei dele que estava deitado no sofá comendo sorvete e vendo novela com a Tia Carla- Se comporta e não dorme tarde, a mamãe não demora! E obedece a Tia Carla!
- Ta mãe! -dei um beijo na testa dele e acarinhei seus cabelos, ele sorriu com a boca melecada de sorvete de chocolate, dei um abraço nele e me levantei-
- Se cuida amor -pisquei pra ele e me despedi da Tia Carla agradecendo por ela cuidar do Matheus, então fomos pro elevador- Sabia que o Gil mora aqui?
- Aah -ela revirou os olhos- Sabia..
- Só eu que não sabia? -perguntei incrédula-
- Ah, sei lá -ela deu de ombros e as portas finalmente se abriram- Deve ser por isso que o Neymar veio aqui..
- É.. Isso que eu tava pensando -assim que saímos do prédio vimos o carro do Lucas com mais duas pessoas dentro, quando ele nos avistou tratou de buzinar irritado-
- Não apressa! -Taís gritou enquanto nos aproximávamos do carro-
- Desse jeito a gente vai chegar no meio do show! -ele resmungou-
- Menos -entrei no carro pela porta de trás já que na frente tinha ma cara- Oi -disse sorrindo pros dois caras que estavam no carro-
- Sua irmã brother? -o cara que estava na frente me fitou- Prazer, Guilherme ou Gui -cumprimentei ele com dois beijinhos no rosto-
- Mel! -sorri simpática e cumprimentei o cara do meu lado do mesmo jeito-
- Gustavo! -ele sorriu e a Taís também cumprimentou eles me seguindo-
- É show de quem? -perguntei enquanto ele arrancava com o carro-
- Thiaguinho -o tal do Guilherme respondeu mudando a música do rádio- Conhecem?
- Claro! -exclamei me animando e Taís concordou me cutucando, olhei pra ela e ela apontou pro Gustavo do meu lado e sorriu maliciosa- Só pensa nisso! -cochichei rindo e ela me acompanhou-
- Vocês moram na Espanha? -Gustavo perguntou e Taís tratou logo de responder-
- Aham! Barcelona..
- Ah, eu fui pra lá a umas semanas atrás.. -Gustavo respondeu- Bom lugar..

Quando chegamos, Lucas entregou umas pulseiras de camarote pra gente e logo entramos, pegamos uma mesa e ficamos ali observando o DJ tocar umas músicas eletrônicas enquanto os últimos detalhes do show estavam sendo organizados, os meninos pegaram cerveja e ficamos conversando na mesa. Algumas pessoas já dançavam na pista, outras se pegavam nos corredores e cantos da boate, algumas já estavam bêbadas. As luzes foram diminuindo e o palco se iluminou fazendo com que todos parecem o que faziam para prestar atenção no show que iria começar, uma pequena multidão se formava na pista de frente pro palco. A música começou e as pessoas ficavam eufóricas, nós nos aproximamos mais do palco, eu antes passei no bar e peguei um drink depois me juntei a eles, cantando algumas musicas e dançando, Lucas e seus amigos observavam a boate inteira com aquele olhar de gavião em busca de uma nova presa, não demorou muito, Lucas deu uma desculpa esfarrapada e foi pra pista, ri sozinha e fui com a Taís pro bar pegar mais uma bebida, estava distraída com a musica e com minha bebida até que meus olhos se fixaram e eu paralisei. Não pode ser, até aqui..
- Melissa.. -Taís me cutucou e eu ri irônica apontando com a cabeça pra entrada do camarote onde o Neymar vinha vindo em nossa direção- Merda! -ela exclamou me puxando pra junto dos meninos-
- Que foi? -Gui perguntou curioso me olhando, minha cara não era das melhores-
- Nada.. -assim que acabei de dizer paralisei novamente, senti aquele perfume amadeirado próximo de mim denunciando sua chegada-
- Eai?! -ele cumprimentou os meninos e me olhou intrigado, desviei o olhar e voltei pro palco- Taís.. -ele cumprimentou ela e eu me concentrava em manter mina respiração normal e não sair correndo- Melissa.. -senti sua mão na minha cintura, ele se aproximou do meu ouvido- Que bom te ver -disse soltando o ar quente na minha nuca e apertando de propósito minha cintura, meu sangue ferveu, ele se afastou com um sorriso irônico dançando em seus lábios e voltou a falar com os meninos-
- Filho da Puta! -resmunguei soltando o ar que eu nem tinha percebido que estava segurando- Preciso de mais um -saí em direção ao bar e pedi mais um drink virando ele em seguida, sentindo a vodka rasgar minha garganta e o álcool me encorajar fazendo-me voltar junto a eles, estava me sentindo até mais leve e me repreendi por já estar sob efeito da bebida, eles conversavam e eu estava aleatória em meus pensamentos, com raiva dele por ter aparecido aqui e com mais raiva de mim por não saber o que fazer e ficar agindo como uma idiota, e sem perceber estava saindo do barzinho de novo com um copo na mão e descontando tudo isso na bebida e me repreendendo por achar essa a melhor solução.

Taís me chamou pra ir pra pista e eu não pensei duas vezes, descemos e fomos pro meio das pessoas, dançando, cantando, e é claro que eu não pude deixar de olhar pro camarote só pra ter a certeza do que eu já estava desconfiada: Ele estava me olhando. Me senti mais poderosa e com mais um copo de caipirinha estava dançando na pista, as vezes dava uma olhada lá pra cima só pra ver se ele estava me encarando e para minha surpresa ele continuava a me olhar sério como se me vigiasse, estava com uma latinha na mão e quando percebeu que eu o olhava, ele ergueu a lata em um cumprimento, eu o ignorei voltando minha atenção ao palco e me sentindo uma adolescente.
- Ao menos disfarcem.. -ela disse rindo e eu revirei os olhos, mas ela tem razão, o que eu tenho na cabeça pra ficar ligando pra ele agora? Bufei e ela me puxou pro Bar- Um Red Bull..
- Dois! -disse alto pro barman que nos atendia-
- Não saem do bar -Gustavo chegou sentando do nosso lado acompanhado com o Gui e o Junior-
- Aqui é o melhor lugar -Taís piscou pra ele com um sorrisinho de lado e ele correspondeu arqueando as sobrancelhas, assim que o Barman entregou nossas latinhas nós duas voltamos pra pista deixando eles para trás, eu estava meio zonza, minha cabeça estava lenta, minha visão embaçada e eu ria do nada, Bêbada! me repreendi e revirei os olhos rindo por essa acusação tão óbvia. E como estava tocando uma música lenta eu decidi subir pro camarote de novo. Pisava firme com aquele salto enorme com medo de me desequilibrar e sentia o álcool se apossar do meu corpo. Sentei sozinha na mesa, estava zonza e eufórica, abaixei a cabeça e alguém sentou do meu lado, ergui lentamente a cabeça temendo ser que eu estava pensando mas me aliviei assim que vi Lucas-
- Já chapou? -gritou ele e eu ri-
- Não, eu tô bem! Já pegou quantas? -perguntei rindo-
- Três.. -ele sorriu mordendo o lábio-
- Safado! Viu quem ta aqui?
- Neymar?!
- Sabia que ele viria? -perguntei acusando-
- Não, mas eu vi ele lá em baixo -ele levantou- Vai ficar aí? -assenti e ele saiu de novo pra pista. Respirei fundo com a minha vista embaçada e meu estômago revirou. Droga! Respirei fundo me concentrando apenas nisso. Precisava de água, minha boca estava amarga. Levantei me sentido mais tonta e fui em direção ao bar tentando respirar fundo e me manter em pé. Os acordes da outra musica já soavam em todo local, essa eu conhecia bem, parei no balcão e pedi uma água que não demorou, bebi um copo em um gole fechando meus olhos e sentindo a musica que acabara de começar..


Não esqueço aquela época da escola
Que você matava aula
Pra me ver jogando bola
E passava seu caderno
E às vezes dava cola
- Desse jeito não vai achar o rumo de casa -ouvi aquela voz no meu ouvido e um calafrio me percorreu junto com uma raiva repentina, quase cuspi o líquido da minha boca me forçando a engolir e encarar aquele homem na minha frente-
- Não preciso, tô de carona! -respondi e ele riu sentando do meu lado aparentemente bêbado e eu não estava diferente, ele se aproximou apoiando as mãos no balcão, paguei minha água e levantei indo pro corredor dos banheiros, precisava lavar o rosto antes que fizesse merda- 

E a gente namorava no escuro do cinema

Eu chorei quando você saiu de cena
Pra fazer curso normal em outra cidade
Eu fui pras Forças Armadas
Completei maioridade


E você na minha história, me matando de saudade

E depois caí no mundo, nessa minha trajetória
É um milagre te reencontrar agora

- Vai fugir de mim de novo? -senti suas mão me puxando e meu corpo trombando com o dele, minhas pernas se tornaram gelatinas e se não fosse sua mão me segurando pela cintura eu juro que caia no chão. Ele me empurrou na parede do estreito corredor que dava ao banheiros, estava escuro e eu mal podia ver seu rosto, seu perfume amadeirado me embriagava e seus olhos penetrantes me queimavam-
- Eu não estava fugindo -respondi sentindo minha voz falhar e mantendo o contato visual com ele, tentava respirar mas estava pressionada entre a parede e o corpo quente do Junior-
- Só hoje.. Não fuja de mim! -ele implorou aproximando mais de mim, se é que isso era possível, ele me encarava como se isso fosse seu ultimo pedido, como se só isso importasse para nós nesse momento, seus lábios estava entre abertos esperando pela minha resposta mas eu não tinha coragem de responder, era como se todas as palavras estivessem sumido junto com minhas atitudes, mas eu tinha que ser forte pra suportar a tentação de agarrar aquela boca e me perder ali, Eu não posso fazer isso, se controle! Repetia esse mantra pra mim mesma com medo de alguém chegar aqui e ver alguma coisa, minha vida se resumia nisso, sempre no Medo do que os outros possam fazer..
E o pior é que agora, você já tem compromisso

Tem aliança no dedo e eu também
O melhor é ir embora
Que é pra evitar o risco
De partir ao meio o coração de alguém

Num súbito de coragem, empurrei ele com todas as minhas forças que eu não faço a menor ideia de onde elas surgiram e como ele não esperava que minha atitude fosse essa, o Homem acabou se afastando e chocando suas costas com a parede atrás, ele me olhou com os olhos arregalados e assustado com o que eu acabara de fazer. Deixando ele para trás, caminhei de volta pra perto do palco com lágimas nos olhos e tentando achar o Lucas pra me tirar daqui.
Desejo pra você paz e saúde

Que o bom Deus lhe ajude
Pra você cuidar dos seus, pra eu cuidar dos meus

Eu cantarolei baixo sentindo uma lágrima cair sobre meu rosto e o peso dela sobre minha alma. Por quanto tempo eu teria que aguentar isso? Eu não tenho mais forças para suportar tudo isso em cima de mim, toda essa pressão e essa culpa.. Quando dei por mim estava saindo da boate e indo em direção a praia que era logo em frente, parei no meio da areia e sentei ali, olhando pro mar e suplicando para que tudo isso acabasse logo..

~Neymar POV~

Maldita bebida.. Eu estava zonzo, escorado na parede de um corredor na merda da balada depois da Melissa ter me empurrado, tudo isso porque eu sou um otário. Respirei fundo e vi ela saindo da boate, parecia estar chorando e era culpa minha, não pensei duas vezes e saí atrás dela, porém até eu sair no meio daquela multidão eu já havia perdido-a mais uma vez.. 
//
- Melissa porque você me deixou? -ela não me respondia, ela me olhava assustada com os olhos arregalados esperando qual ia ser minha próxima atitude- Mel, fala alguma coisa?! -implorei olhando nos seus olhos, ela desviou o olhar para o seu braço que eu ainda estava segurando e devia estar machucando ela, fiquei tão descontrolado que acabei apertando o braço dela forte demais- Desculpa -soltei o braço dela e ela se encolheu- Eu te machuquei? -ela negou se agarrando ao braço- Meu Deus Mel, eu te machuquei! 
- Você sempre me machuca -splat! Essas palavras foram como um tapa-
- Você também me machuca -quando dei por mim as palavras já haviam saído, ela esmagava seus próprios dedos encarando seus pés, suas lágrimas já caiam descontroladamente- Aqui ! -peguei sua mão e depositei no meu peito-
//
Era ela.. Era verdade, não era um sonho. Eu sabia que não era um sonho.. Caminhei em direção a praia e avistei Mel de longe, sentada na areia, parecia estar chorando, ela estava tão perdida nos seus pensamentos que nem me viu chegando, sentei ao seu lado e ela sobressaltou assustada e tratou de limpar rapidamente suas lágrimas voltando a encarar o chão.
- O que você quer? -ela sussurrou entre um soluço silencioso-
- O que eu quero não pode ser dito.. -ela me encarou parando de chorar e eu me aproximei depositando minha mão na sua nuca e a outra na sua cintura puxando-a mais para mim, ela não se afastou e nem reprovou meu toque ou minha aproximação mas parecia lutar uma batalha com si mesmo por dentro, eu a queria, eu precisava dela e tinha que ser agora. Eu tremia, suava, eu ansiava por sentir seus lábios nos meus e implorava para que ela não se afastasse. Se eu iria me arrepender depois? Não vou saber se eu nunca fizer isso, mas que se foda, eu preciso disso agora e não depois. Encostei meus lábios nos seus e fechei meus olhos absorvendo o momento, o nosso mero toque que me fez viajar. Era demais pra mim, aos poucos ela foi sedendo e finalmente nossas línguas se encontraram num caminho antes esquecido mas que nós sabíamos de cor e principalmente de olhos fechados. Eu necessitava disso, sugava sua língua com força sem me importar com nada. Parecia que o mundo tinha parado a nossa volta, cada toque era uma nova sensação redescoberta. Ela também não estava diferente e com a mão no meu cabelo me puxava pra mais perto como se fosse possível, estávamos tão juntos que sua perna estava no meu colo e mesmo assim ainda nos puxávamos mais e mais, não era só eu que precisava disso, ela retribuía cada toque da mesma maneira, seus dedos trêmulos e desajeitados puxavam levemente meus cabelos e eu não aguentava tudo isso, gemi puxando-a mais pra mim. Me senti perdido ali e pedia para que nunca achasse o caminho de volta mas tudo isso durou pouco, até ela cair em si e ver o que estávamos fazendo, então novamente me empurrou cortando nosso beijo e me encarando perdida, voltei a olhar pro mar e ela fez o mesmo, não brigamos nem fomos embora, apenas ficamos curtindo a presença um do outro porque as vezes o silêncio é a melhor resposta que possamos dar..
Mas deixe os nossos sentimentos

Se entregar neste momento
Antes de dizer adeus

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Adeus.. Adeus.. :(
Desculpem a demora amores, sem ideia é isso que dá, por isso o capitulo ficou mal feito e chatinho.. Desculpa mesmo gente, é que eu não sabia como desenrolar isso mas devia ter escrito melhorzinho, eu até refiz ele mas ficou essa porcaria aí e se tiver erros (deve ta cheio) ignorem é que eu nem li ele.. 
Bom chega de lamentações, no próximo eu melhoro..
Esse capitulo foi pra quem queria um pouco de Mel e o Junior, porque eu admito que vai demorar pra eles ficarem juntos de vez .. repito.. De Vez.. Isso não quer dizer que não vai ter 'pegas' de vez em quando. Vai demorar mas não é porque eles não estão juntos que não vão deixar de se pegar, durante a história vai acontecer muitas coisas que precisam deles separados, então já vou avisando. ;)
Demos um tempo nas brigas pra por eles mais fofinhos (só quando bebem) Quero ver depois que a bebedeira passar.. Bom no próximo capitulo tem surprezinhas kkk' beijoos

Queila: Chatinha?! a Mel é uma coisa kkkk' Logo mais ela conta kkk' bjoos
Bahianinha: Não me mata e tal kkk' Pra contar não vai demorar não kk' Bjs
Dani: :D Mas hoje ficou uma bosta kkk' Prometo que no próximo eu melhoro.. :)  bjss
Alana: Obrigado flor.. Tento fazer cap maiores mas demora muito e eu não tenho muito tempo, o tempinho que me sobra eu corro aqui.. Vou tentar postar mais vezes por semana bjss
Carol: Leitora nova uhuuul!! Que bom que está gostando florzinha, continua acompanhando. Entendi amor, é por isso que eu tentei uma história diferente porque eu estava cansada de ler sempre a mesma coisa kkk' Logo logo ela conta isso kk' Dia certo pra postar não, mas eu posto uma vez por semana ou duas dependendo do meu tempo.. bjuu
Anônimo: kkkkkkkkk' Mas gente kkk' não sumi não, tô aqui !!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Cap. 8 "Em pensamento eu vou te buscar.."


Os nossos corpos se completam mesmo estando longe
Em pensamento eu vou te buscar..
-Calafrio - Henrique & Juliano-

~Mel POV~

Acordei várias vezes no meio da noite achando que já era tarde por conta do fuso horário, até que o sol resolveu nascer e meu sono resolveu me abandonar de vez. Fui até a janela ver os primeiros raios de luzes surgindo atrás daqueles grandes edifícios e me perguntei se eu realmente estou aqui no meio dessa cidade novamente, se isso era real ou eu poderia acordar a qualquer momento ainda.
- Mamãe -olhei pra cama e o Matheus tinha acabado de acordar, ainda com os olhos semi abertos, sorri e me aproximei sentando ao seu lado-
- Mais já acordou? -perguntei tirando seus longos fios de cabelo encaracolados do seu rosto-
- Já -disse ele se sentando- a gente vai no Tio hoje?
- Vamos, daqui a pouco ele vem buscar a gente -isso me fez lembrar que eu deveria ligar pra ele mas ainda estava muito cedo-
- Mãe.. -Matheus me olhou receoso e se remexeu na cama-
- Fala -disse carinhosa encorajando ele-
- É que sabe.. Você não me falou quem era o homem do mercado -ele se remexeu na cama desconfortável e eu via curiosidade em seus olhos-
- Era um amigo da mamãe -disse me esforçando para soar despreocupada e encerrar o assunto-
- Mas se ele era seu amigo, por que você não falou com ele? -Matheus fez mais uma de suas perguntas me deixando sem escapatória-
- Porque .. -pensa Mel, pensa- a gente não conversava muito -falei observando seu expressão e ele ainda não estava satisfeito- Vamos levantar? -perguntei antes que ele pudesse me encher com mais perguntas-
- Vamos.. -ele disse pensativo e levantamos indo pro banheiro- Mas mãe.. -suspirei olhando pra ele com uma sobrancelha erguida- Por que você não queria que eu visse ele?
- Porque eu tava brava com ele -disse seca pegando minha escova de dente e a dele-
- Por que? -entreguei a escova pra ele e respirei fundo tentando encontrar uma escapatória-
- Chega de perguntas, agora escove os dentes pra gente poder sair -ele revirou os olhos e meio bravinho começou a fazer o que eu pedi-
- Ta com fome? -perguntei enquanto arrumava aquela cama enorme com os lençóis brancos e macios, pareciam mais uma nuvem-
- Não muita -ele respondeu dando de ombros e alguém bateu na porta- Quem é? -perguntou curioso-
- Entra ! -assim que respondi a porta abriu e uma Taís alegre e saltitante entrou no quarto- Bom dia!
- Bom Dia flores do meu dia! Vamos tomar café? -Taís disse sorridente e abraçando o Matheus que se retorcia nos seus braços-
- Vamos! -Matheus praticamente pulou dos braços dela e foi pra porta-
- Vão indo, eu vou ligar pro Lucas vir buscar a gente -ela assentiu e então desceu tagarelando com o Mah, peguei meu celular e disquei o numero do Lucas que demorou pra tender-
- Ham.. Alô.. -ele disse com aquela voz de quem estava dormindo-
- Sabe, você poderia ser mais legal..
- Fala Melissa ! -disse rabugento e eu ri-
- A gente já ta indo tomar café, já pode vir nos buscar
- Puta merda, vocês podiam acordar mais tarde!
- Ah! -revirei os olhos- meia hora ! -disse e desliguei o celular rindo e imaginando a cara que ele devia ter feito, Lucas odeia acordar cedo e odeia mais ainda que acordem ele. Desci pra tomar café e todos já tinham se reunido, dei um Bom Dia geral e me sentei ao lado da Tia Carla, mãe da Taí, e me servi com algumas bolachas e uma xícara de café, depois nos esparramamos no sofá macio de couro branco e ficamos esperando meu irmão chegar enquanto a Tia Carla nos interrogava sobre como estava nossa vida na Espanha. Taís entregou a sua mãe um presente que tinha comprado lá em Barcelona e eu me lembrei das lembrancinhas que eu também tinha comprado pros meus pais e pro meu irmão, deve estar no meio da mala, nem me lembrei de entregar ontem. Quando fui subir pro quarto ouvi a Taís gritar meu nome.
- Lucas está lá embaixo !
- Vão indo e diga que eu já vou, vou pegar os pacotes na mala! -gritei e subi correndo pro meu quarto temporário e ouvi ela respondendo que estava descendo, joguei minha mala em cima da cama e encontrei os pacotes pequenos das lembranças que eu comprei, joguei as roupas na mala de novo pro caso de alguém entrar no quarto e achar as roupas jogadas e pensar que eu sou desorganizada e atrapalhada, bom eu sou desorganizada e atrapalhada mas ninguém precisa saber. Disse tchau pra mãe da Taís fiquei esperando o elevador que não vinha enquanto guardava os pequenos pacotes dentro da bolça, assim que vi ele abrindo entrei rapidamente tropeçando nos meus pés desajeitados, Eu e meus dois pés esquerdos!, fechei os olhos esperando a queda mas senti um par de mãos me segurando pela cintura evitando com que eu me esparramasse pelo chão do elevador.
- Opa ! -ouvi aquela voz conhecida e gelei, fiquei imóvel olhando pros meus pés enquanto ele tentava me por em pé novamente mas minhas pernas se tornaram gelatinas, não só elas como meu corpo todo. Ele tava me seguindo? O que faz aqui? Quando consegui me apoiar reta ergui a cabeça encontrando seus olhos e sua expressão mudou completamente quando me viu, passando de alegre e tranquilo para um olhar vazio e obscuro. E se foram segundos, minutos, horas, eu não sabia ao certo, aquilo durava a eternidade. Me aninhei no canto do elevador e as portas se fecharam não dando mais chances para que eu corra fora daqui, pelo espelho vi ele abrir e fechar a boca duas vezes mas não disse nada, até que se virou na minha direção com uma sobrancelha erguida e um sorriso irônico no rosto-
- Olha, se não é Melissa Cardoso! -seu humor passava de bravo para furioso e eu pedia para que alguém entrasse nesse elevador ou que chegasse logo porque não queria responder ele- Você e sua cara de pau se perderam aqui foi?!
- Escuta aqui Neymar Junior -enfatizei o nome dele igual ele fez com o meu- Vai se Fuder! -sibilei nervosa repetindo as mesmas palavras que ele me disse na noite em frente a minha casa e ele bufou-
- Aah.! -ele soltou uma gargalhada forçada e me olhou com um sorriso sinistro no rosto- O que faz aqui?
- Não é da sua conta ! -desviei os olhos mexendo na bolsa só pra não ter que olhar pra ele-
- Melissa..-ele chegou perto ficando frente a frente comigo e eu não tinha por onde correr- Depois de tantos anos você resolve aparecer.. Porque? -ele quase grita a ultima palavra e eu levo um susto com os olhos arregalados-
- Já disse, não é da sua conta -tentei soar mais suave possível mais minha voz não deixou meu nervosismo escondido e ela saiu quase num sussurro- Mas se te interessa tanto -sustentei o olhar enchendo o peito e dizendo alto- Vim pra ver meu pai -abra elevador, abra!-
- Ah claro, como se isso fosse algo normal pra você! E ainda fica com esse seu jeitinho de superioridade, mas olha Melissa, você e sua cara de pau me surpreendem! Depois de anos você decide ver seu pai como se nada tivesse acontecido, meus parabéns -ele se vira de costas batendo palmas e me dei conta de que nenhum de nós tinha apertado o botão pra portaria e estávamos subindo de novo-
- Obrigado! -fui decidida no painel do elevador e ele agarrou meu braço me puxando contra ele- O que você quer hen!? -gritei já cansada de tudo isso e ele me olhou assustado, no fundo ele estava tão perdido quanto eu, e eu me culpei disso, queria abraça-lo e pedir desculpas, queria chorar, queria fujir só não queria estar ali olhando nos olhos dele e vendo o quão perdido ele estava. Para minha salvação a porta se abriu e uma senhora de meia idade entrou, quando viu o clima tenso que estava ela se assustou e então me dei conta de quão perto estávamos um do outro, seus olhos grudados aos meus, sua boca a centímetros da minha e seu corpo colado ao meu. Nos afastamos imediatamente, e com a certeza do botão estar pressionado fomos num silêncio doloroso até as portas se abrirem novamente, a senhora saiu apressada e antes que eu pudesse sair, ele fez questão de me esbarrar-
- Respostas .. -ele disse para a minha pergunta antes da mulher entrar e saiu bufando para fora do prédio, me dei conta que estava no elevador ainda e sai com meus pensamentos longes e minha mente turbulenta, trabalhando em processar todas essas informações e acontecimentos-
Lucas estava estacionado em frente ao prédio, ele estava em pé ao lado do carro quase deitado sobre o teto, a Taís devia ter visto o Neymar saindo e me olhava com os olhos arregalados, voltei a minha postura normal, ou quase normal, e entrei no carro fingindo não estar abalada com nada como se nada tivesse acontecido, buzinei umas três vezes e o Lucas entrou no carro com os olhos cerrados.
- Além de me acordar cedo acha que pode sair me apressando?! -revirei os olhos fingindo não estar dando importância pro que ele disse e continuei no meu silêncio enquanto ele dava a partida no som de Avicii.
- Mãe, o homem do mercado tava aqui -droga ele viu. Senti os olhares de todos em mim e bufei-
- Homem do mercado?! -Lucas olhou pro Matheus pelo retrovisor e o Matheus assentiu-
- É, amigo da mamãe -Matheus disse como se estivesse falando que ia brincar de carrinho- 
- Amigo é?! -Lucas olhou pra mim desconfiado e curioso- Que amigo Mel? 
- O Neymar .. -dei de ombros como se isso não fizesse importância mas mesmo assim me senti como se devesse explicações- Ele foi pra Barcelona e nós nos esbarramos no mercado -Lucas ficou assustado por não esperar uma resposta dessa e seus olhos ficaram preocupados-
- E-eu não sabia .. Mas e aí?
- Não aconteceu nada .. -tranquilizei-
- Mas, o Matheus disse que viu ele aqui?
- Vi, ele tava Bravo e correndo -Matheus disse com naturalidade-
- Vocês de viram? -Lucas perguntou sério-
- Sim, mas não aconteceu nada -tornei a repetir-
- Você disse alguma coisa pra ele? Do Matheus? -Lucas me olhava preocupado e me enchia de perguntas-
- Não, nós não conversamos .. -escorei minha cabeça na janela do carro vendo tudo passar rapidamente, assim estava a minha vida, tudo passando e acontecendo muito rápido e inesperado. Eu não tinha mais o controle das coisas ao meu redor e minha vida se tornou uma rodoviária onde pessoas entram tão rápido quanto saem, sempre uma correria e uma confusão, e eu fico perdida bem no meio disso tudo. 
- Chegamos ! -Taís bateu no meu banco e eu me sobressaltei reparando que já tínhamos estacionado na garagem do prédio. Peguei minha bolsa e sai do carro, Lucas estava esperando em pé do seu lado enquanto a Tais e o Matheus já ia chamar o elevador.
- Ta muito pensativa.. -ele alarmou o carro e me analisou- Que foi?
- O de sempre .. -dei de ombros e ele me abraçou indo pro elevador-
- O de sempre -suspirou-
- Como o pai ta? -perguntei ao Lucas assim que chegamos perto da Taís e do Matheus-
- Melhorou, saí hoje a tarde
- A mãe ta no hospital ainda?
- Não, ela veio pegar roupa pra ele e depois a gente vai lá
- Eu posso ir? -perguntei receosa-
- Claro né Melissa -ele revirou os olhos e entramos no elevador- Ainda tem raiva dele?
- Raiva não, até porque ele é meu pai, mas eu ainda estou magoada sim..

Flash-Back Mode On
Não, não pode ser verdade, isso tem que estar errado, acho que olhei na cor errada e.. Peguei novamente a caixinha do exame de farmácia e olhei, azul positivo. Olhei pro teste na minha mão, Meu Deus, eu tô grávida!! Eu tava tremendo, chorando e desorientada, isso não pode ta acontecendo, não agora. Eu só tenho 16 anos, meus pais vão me matar, o Juninho vai me abandonar, ele esta começando a carreira e já vai ter um filho, todos vão me odiar, o que eu vou fazer agora da minha vida? Um filho.. Eu não acredito, isso não ta acontecendo comigo..
- Mel a janta ta.. -minha mãe entrou no quarto, me apressei em esconder o exame mas ela parou na porta e me olhou desconfiada por eu estar chorando- O que aconteceu Melissa? -ela se aproximou e eu continuei com as mãos nas costas sabendo que não ia adiantar nada eu tentar esconder isso- O que você ta me escondendo? -ela puxou minhas mãos, eu cedi e abaixei a cabeça pra não ver sua reação, ela tomou da minha mão e olhou o resultado- O que isso significa? -ela perguntou, senti sua voz falhar e fechei os olhos quanto pude- Você ta .. -negou com a cabeça e eu chorava ainda mais- Grávida Melissa!! -ela gritou, e jogou o exame em cima da cama, olhei pra ela que estava com uma expressão de pânico no rosto, com as mãos na cabeça e me olhando- Eu não acredito nisso!! -ela sussurrou andando de um lado pro outro-
- O que ta acontecendo aqui? -meu pai chegou correndo e parou escorado na porta, olhou pra minha mãe que chorava num canto e eu acabada ainda na cama, estremeci de medo, eu queria desaparecer, não queria estar ali, sentindo todo esse pavor por não saber o que eles vão fazer, ele olhou pra mim e viu o exame em cima da cama, sua expressão passou de susto pra raiva, seus olhos escureceram e por um momento eu não respirava mais- É isso mesmo? -para minha surpresa ele estava calmo, ainda confuso, mas eu via que ele estava furioso-
- Calma, desculpa, eu não tive culpa.. Por favor.. -implorei chorando e soluçando, eu tremia, minhas pernas bambearam e eu não sabia o que dizer a não ser desculpa e chorar-
- Não teve culpa? -ele repetiu soltando um riso irônico- Vai me dizer que o pai é quele moque?! Eu não proibi você de ver ele? -ele gritou e eu me encolhi olhando pra minha mãe que ainda chorava quieta- Olha no que sua desobediência deu! Eu tinha certeza que ele não prestava.. Moleque jogador tem um futuro pela frente, acha mesmo que ele vai querer ficar com uma menina grávida no pé dele? E como que nossa família vai reagir a isso? Minha filha de 16 anos grávida!! -ele gritou no meio do quarto me encarando furioso-
- Ele não é assim -sussurrei repetindo isso pra mim mesma. O Juninho não é assim, ele me ama, nós nos amamos e vamos enfrentar tudo isso juntos como ele sempre disse-
- Melissa você é burra! Burra! 16 anos e grávida! As pessoas vão ver nossa família como? Meus amigos, meus familiares.. -ele fechou os olhos e quando abriu eu vi um vazio, aquele não era meu pai- Você acha que esse garoto vai querer você? -ele riu de novo- Você vai embora! -minha mãe se espantou mas não disse nada, eu arregalei meus olhos assustada. Pra onde? Eu sabia que isso ia acontecer- Vocês não vão se ver.. Quis dar uma de adulta, agora vai se virar, dá seu celular -esticou a mão- Anda!! -gritou e eu peguei e entreguei pra ele com receio- Arruma suas tralhas que você vai embora!
- Marcos, calma não é assim.. -minha mãe olhou pra ele tristonha. Deixa isso mãe-
- Eu quero as malas prontas, aqui você não fica! -ele apontou pra mim sério e eu pisquei atônica-
- Pra onde? -minha mãe perguntou lendo meus pensamentos e ele saiu do quarto batendo a porta atrás de si, minha mãe foi atrás abrindo a porta e fechando com o olhar triste que fez cortar meu coração e me arrepender por estar causando essa dor nela- Pra onde? 
- Ela vai pra Espanha! Ela não vai ficar aqui, eu não chegar no trabalho e ter que aturar as pessoas falando que minha filha ta grávida! Eu não vou conseguir aguentar os nossos familiares, os nossos vizinhos falando da gente! -me calei e escutei de longe meu pai gritando, é isso, ele se importa mais com a 'fama' dele e a impressão de bom homem do que comigo. Minha mãe perguntou alguma coisa que eu não escutei direito, e ele respondeu gritando de novo-
- Digo que ela foi estudar! Aqui ela não fica e pronto! -não aguentei tudo isso e me joguei na cama me aninhando e chorando-
- Mel.. -minha mãe entrou no quarto e sentou me puxando pro colo dela- Ta vendo o que você fez? -ela disse com sua voz falha- Agora não adianta chorar, eu me decepcionei com você -eu não queria isso- Eu sempre te apoiei, te ajudei em tudo que relacionasse o Juninho porque eu sei que ele é direito, eu sempre conversava com seu pai sobre ele tentando mudar o conceito dele sobre o garoto e você me retribui assim? -disse chorando, nunca tinha visto minha mãe assim, isso me doeu mais ainda e eu desabei- Eu não queria que fosse assim, não queria que acontecesse desse jeito
- Pra onde eu vou? -perguntei me soltando dos seus braços e enxugando algumas lágrimas-
- Pra Barcelona, eu tenho uma amiga lá e você fica na casa dela até nós conseguirmos achar uma casa pra você, ela vai te dar um emprego -assenti abraçando ela forte- Melissa, você sabe que eu acho errada essa atitude do seu pai, por mim o Neymar tinha que saber e assumir, afinal a culpa não foi só sua e o filho não é só seu, olha, se quiser falar com o Junior, amanhã, bem cedo, antes de seu pai levantar eu dou um jeito, mas só vou fazer isso porque sei que se depender do seu Pai ele nunca saberá que tem um filho ou onde você está.. Eu vou mandar uma mensagem pro Juninho pra ele vir aqui amanhã cedo, ai vocês conversam, eu não deveria estar fazendo isso mais acho que ele vai sofrer demais depois que descobrir que você viajou sem nem dizer tchau pra ele
- Não.. Não fala nada pra ele, por favor
- Por que? -ela perguntou assustada, eu também assustei com a minha própria resposta, afinal o que eu mais preciso agora é dele por perto, do abraço dele e da voz dele dizendo que tudo vai ficar bem-
- Ele vai sofrer ainda mais e eu posso arruinar a carreira dele..
- Melissa. acha mesmo que ele pensa nisso? Ele te ama!
- Por favor..? Ele vai sofrer.. -implorei pra ela sentindo meus olhos queimarem-
- Ta bem.. Até amanhã.. -ela beijou minha testa e saiu, ouvi a porta do meu quarto sendo trancada depois de alguns minutos, pelo jeito que pisava firme foi meu pai. Com uma força que não sei da onde veio eu consegui arrumar uma bolsa com algumas roupas mas me concentrei a noite toda em escrever um bilhete pro Junior sem dizer muita coisa, ou era melhor mesmo eu não dizer nada. Além de chorar a noite toda eu fiquei pensando e me imaginando sozinha e com medo, como meu pai tem coragem disso? E o Ney? O que ele vai fazer quando descobrir que eu viajei? E depois da nossa tarde de hoje que nós matamos aula e ficamos juntos porque eu não tava me sentindo bem, tava apreensiva por achar que estava grávida e ele preocupado. É difícil de entender tudo isso, mais eu o amo e não aguentaria falar com ele e partir, eu não teria coragem de deixar ele aqui, ia me doer mais ainda. Tô indo embora.. Escrevi no espelho dentro do meu guarda-roupa com a ideia de dizer pra minha mãe mostrar isso pra ele..
Flash-Back Mode Off

- Mel ! -minha mãe me cutucou no sofá e eu assustei- Vamos?
- Pra onde? -perguntei tentando me lembrar de alguma coisa-
- Buscar seu pai! -revirei os olhos e me arrependi de ter me oferecido a ir- Ele não é um monstro Mel! -minha mãe sempre defendendo ele-
- Pra mim é! -respondi seca. Matheus estava sentado no chão brincando comuns carrinhos que devia ser do Lucas- Cadê a Taís?
- Foi no banheiro -Lucas respondeu já na porta nos apressando-
- Ela vai?
- Não, vou deixar ela na dela
- Ta. Matheus, vamos? -ele fez bico mas acabou me obedecendo-
- Vamos? -Taís perguntou descendo as escadas-
- Você fica com ele? -perguntei pra ela-
- Claro! 
- Melissa, porque você não leva o menino? -minha mãe perguntou me olhando séria-
- Porque não, nem eu não deveria ir! -respondi seca e fui descendo na frente com meu filho, Lucas desalarmou o carro e eu entrei junto com o Matheus atrás me arrependendo de estar indo pro hospital, maldita hora que eu fui lembar daquele dia. Abracei firme meu filho e fomos o caminho todo até a casa da Taís abraçados, ele fazendo carinho no meu rosto e eu agradecendo por ter um anjo desse ao meu lado.

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Oiii's amores demorei mas cheguei kk'
Espero que tenham gostado desse cap, esse foi para as MelMares que queriam tanto um encontro deles, se bem que não foi beeem um encontro, eles meio que se esparraram..
No próximo tem mais.. Acho que posto até sábado..
Bejjuus
Anônimo: Ponhei esse 'encontro' pra deixar vocês na vontade porque vai ter mais kkk' bjus
Bru: Gente deixar vocês na curiosidade é muito bom kkkkk' não me matem, Obrigado gata bjju
Dani: Waannn Obrigado linda, Mel é mesmo cabeça dura, ô menina teimosa e orgulhosa kk' bjus
Queila: Obrigado flor bjs
Jub's: Fico te devendo kkk' calma que ta chegando .. Aguenta coração kk' bjus gata