sábado, 4 de junho de 2016

Capítulo 30 "Um cenário no mínimo estranho"



Sem sinal de celular
Sem ninguém pra atrapalhar
Só nós dois de ser humano
Ai que vontade que dá
De ficar aqui só o restinho desse ano

Jorge e Mateus - Cenário Ideal
Mel POV


- Amor da vovó! -Nadine abraçou o Matheus assim que entramos na casa, ela estava sentada no sofá enorme da sala com seus óculos de grau na ponta do nariz e alguns papéis que devia estar lendo mas deixou-os na mesinha do centro para pegar o neto- Mel! Quanto tempo -sorri um pouco constrangida e fui ao seu encontro, nos cumprimentamos com um abraço e ela me fez sentar no sofá para conversar. Rafaela surgiu da cozinha e o Matheus correu pros braços da tia que já saiu para brincar com meu pequeno e nem se quer olhou na minha cara- Não liga pra ela, um dia isso passa -assenti e ela me abraçou novamente animada- Aah! Juninho, seu pai ligou, ele quer falar com você -ele assentiu mexendo no celular freneticamente-
- Já volto -disse subindo as escadas correndo-
- E vocês dois? -Nadine perguntou já não se aguentando, sorri envergonhada sem saber o que responder- Juninho anda rindo pelos cantos da casa que eu já percebi -sorriu largamente-
- Não tia.. A gente ta se acertando, só tentando manter uma amizade, é melhor pro Matheus ter os pais mais unidos -expliquei desconfortável-
- Sei.. O Matheus -piscou pra mim- Vocês não me enganam, da pra ver no olho de vocês. Depois que o Ju descobriu que a Bruna estava grávida nunca mais tinha visto ele tão alegre, e olha só -riu me abraçando de lado- Eu acredito que vocês vão dar certo. -Nadine dizia convicta o que me dava um pouco mais de segurança, pelo menos tínhamos alguém ao nosso favor-
- Acho que eu também -murmurei vendo seu sorriso alargar-
- Ele me contou que vocês conversaram, fiquei feliz de finalmente estarem se acertando, aliás eu não via a hora de vocês se acertarem, ele vivia falando toda hora "A Melissa é maluca", "A Melissa é isso", "A Melissa aquilo", e eu sabia que isso era paixão -bateu o indicador na ponta do meu nariz-
- Calma dona Nadine -disse rindo- Só somos amigos
- Por enquanto -piscou pra mim sorrindo-
- Dona Nadine pode parar de falar na cabeça da Melissa -Ney disse descendo as escadas- Aposto que deve ter te pressionado um monte igual fez comigo -cerrou os olhos pra mãe e se jogou no sofá do meu lado-
- Cala a boca menino -brincou batendo nas pernas dele- Vou lá ver meu neto -Nadine jogou beijos e subiu, eu queria enfiar a minha cabeça num buraco-


Neymar POV

- Queridos -minha mãe disse descendo as escadas acompanhada da Rafaela atrás e o Matheus que pulava os degraus com um de meus bonecos na mão. Eu estava mostrando as fotos da casa que provavelmente eu vou comprar lá em Barcelona para a Melissa e explicando pra ela sobre a contratação, liguei pro meu pai a pouco e tudo já estava certo, já tinham até a data da minha apresentação, mas não tinham confirmado ainda, ela estava ansiosa tanto quanto eu e observava cada detalhe-
- Vamos no shopping -Matheus disse animado, levantei do chão onde estávamos e ajudei a Mel-
- Seu pai vai nos encontrar lá -Nadine avisou- Vocês vão ficar sozinhos -piscou pra mim de um jeito nada discreto e eu fechei a cara, minha mãe estava entendendo tudo errado- Provavelmente vamos jantar por lá mesmo okay?!
- Menos mãe -murmurei e ela assentiu como se estivesse tudo bem-
- Vamos logo mãe? -Rafaela disse já na porta com o Matheus-
- Vamos -respondeu sorrindo e deixou um beijo na minha bochecha indo até a Mel e se despedindo em seguida-
- Matheus -Mel chamou e ele entrou olhando-a- Não vai falar tchau pra mim? -ele olhou pra mim e foi até a Mel para dar um abraço e depois me abraçou também-
- Cuidado, caso alguma coisa liga -avisei-
- Junior eu acho que vou pra casa -Melissa falou olhando as horas no celular e minha mãe parou na porta com a mão na maçaneta-
- Não querida, fica mais um pouco! -Nadine insistiu e eu fuzilei com os olhos- indo! -jogou beijos no ar e fechou a porta, respirei aliviado, minha mãe era a rainha das indiretas e deixava qualquer um constrangido com suas palavras diretas-
- Quer tomar alguma coisa? -perguntei para quebrar o silêncio que se instalou, Mel negou inquieta então fui pra cozinha na esperança de que ela desistiria de ir pra casa, afinal, nem era tão tarde, estava começando anoitecer- Por que ta calada? -disse um pouco alto para que ela ouvisse mas me surpreendi ao vê-la atrás de mim-
- Não calada
- Ta bom Melissa -revirei os olhos e abri a geladeira pra pegar uma garrafa de Heineken, ofereci pra ela que puxou da minha mão, sorri e peguei outra pra mim, abri e tomei um gole em seguida- Quer comer alguma coisa?
- Não, valeu -peguei um Doritos no armário e mostrei pra ela, era o seu preferido-
- Não vou te dar nenhum também -sorri vendo o bico que ela fez-
- Não quero mesmo -disse cruzando os braços na altura do peito, dei a volta na mesa chegando perto dela e puxei-a com meu braço no seu ombro indo para sala enquanto ela continuava com a pose de durona-

Deixei minha breja na mesinha do centro e peguei o controle lingando a TV e sentando no sofá do lado da Mel, não tinha nada interessante passando então deixei num filme de comédia que eu já tinha visto algumas vezes e tinha umas gostosas que deixava o filme um pouco mais interessante.
Deitei no sofá encostando minha cabeça nas coxas da Mel que estava muito pensativa. Pelo que eu conheço seus pensamentos deviam estar a mil, ela passou por uma barra pesada hoje e está aguentando tudo como se não tivesse acontecido nada, ela é muito forte, sempre suportou os problemas da família dela em silêncio, aturou aquele cara sempre criticando ela e tentando a afastar de tudo. E a mãe nunca a defendeu. 
Num impulso peguei sua mão que repousava em meu peito e dei um beijo, ela sorriu me olhando com o cenho franzido. Acho que foi um jeito de dizer que tudo vai ficar bem, que eu estava ali e não iria a largar, não mais.

Mel POV

- Vai ficar tudo bem -Junior disse ainda segurando minha mão enquanto eu me distraia enrolando seus cabelos nos meus dedos- 
- Já está tudo bem -sorri- Eu não estou triste por ele não ser meu pai sabe?! Estou mais chateada por ter sido enganada todo esse tempo
- Amanhã você vai e conversa com a sua mãe, ela deve ter uma explicação
- Com certeza ela tem, mas não tem como explicar que no momento que eu mais precisei dela, ela não me ajudou
- Você sabe que não vai ser fácil né?! -assenti- A essa hora seu p.. -parou balançando a cabeça- o Marcos, deve ter falado pra ela que você foi lá e falou um monte pra ele
- Ele sempre tem uma desculpa pronta na ponta da língua -bufei- Mas chega desse assunto, não quero pensar mais nisso
- Eu posso ser uma ótima distração -disse carregado de malícia, gargalhei-
- Claro que pode -pisquei e roubei um Doritos dele enfiando logo na boca-
- Sua ladra -disse puxando o pacote e colocando no chão longe do meu alcance-
- Larga de ser egoísta! -disse me esticando sobre ele para tentar pegar o pacote e ficamos nessa guerrinha até que desistimos e resolvemos assistir ao filme, que cá entre nós era uma porcaria, eu já não sou muito fã de filmes de comédia e esse com certeza era o pior, mas tudo bem, tentei assistir-
Era tão estranho estar ali com o Junior, sem brigas, insultos, discussões; somente nós dois, como nos velhos tempos, nós contra o mundo como sempre foi.
Naquele momento não existia mais problemas, dificuldades. Pelo menos ali não pareciam tão ruins, deve ter algo haver com a paz que ele me trazia, a segurança, aquele lance de "porto-seguro". Neymar me dava isso, o mundo poderia estar caindo mas eu não tava nem aí, e naquele momento parecia que o que tudo o que tinha acontecido não era nada, porque eu sabia que tudo estava bem e nada importava.



- Eu falei que o filme era bom -ele disse me olhando e rindo, franzi o cenho sem entender no inicio mas só então percebi que estava rindo, mas não tinha nada a ver com o filme-
- Não rindo desse filme idiota -respondi pegando mais chips, ele pareceu se ofender-
- Não é idiota -murmurou se fazendo de bravo-
- Ata! Só tem teta nesse filme! -ele gargalhou e assentiu como se isso fizesse o filme ser ótimo, digno de Oscar, revirei meus olhos e continuei comendo-
- Então por que ta rindo oh gracinha?
- Olha pra gente -dei de ombros, parecia obvio pra mim mas ele pareceu não entender, apontei pra nós dois- Estamos juntos já há algumas horas e não brigamos, não xingamos, estamos vendo filme no mesmo metro quadrado sem um insulto, é no mínimo estranho -dei de ombros novamente e ele riu analisando o que eu havia dito-
- Verdade -disse rindo- Quer brigar? A gente resolve isso agora -disse sentando e tentando fazer cara de bravo mas eu gargalhei- Ri enquanto eu bravo mesmo, você não sabe o perigo que é me deixar bravo menina -ameaçou se aproximando e me puxou com as mãos na minha nuca me dando um selinho um tanto bruto, eu ria da sua tentativa de ficar bravo- Dá risada -ele não aguentou ficar sério e sorriu me roubando outro selinho, coloquei minhas mão na sua nuca impedindo-o de se afastar e abri meus lábios com urgência, buscando sua boca sem pudor, ele correspondeu rapidamente levando suas mãos na minha cintura e apertando ali, sorri mordendo seu lábio inferior e puxando, ele estava com os olhos fechados e foi abrindo lentamente enquanto eu me soltava e voltava a sentar cruzando minhas pernas igual índio e colocando o pacote de chips no meio-
- Na melhor parte? -perguntou me olhando desapontado, sorri e apontei pra TV-
- Eu quero ver o filme -me justifiquei-
- Você nem gostou -afirmou levantando e parou na minha frente-
- Mas eu quero ver -gargalhei e ele negou sorrindo, pegou meus braços e me puxou pra frente me fazendo levantar quase derrubando o Fandangos. Num pulo ele deitou ocupando o sofá todo- Sai daí! -tentei puxa-lo mas era impossível, esse garoto tinha engordado, não adiantava a força que eu fazia ele nem se mexia. Junior foi mais esperto, quando eu parei para respirar ele me puxou me fazendo cair em cima dele- Ai!! -exclamei tentando levantar e sentando no sofá- Você é muito bruto Junior! Porra! -reclamei colocando a mão na minha costela que bateu em algum lugar e estava latejando-
- Não precisa fazer bico -disse manso colocando suas mãos na minha cintura e acariciando- Desculpa -disse beijando minha costela por cima da blusa, meus músculos se contraíram, eu tinha cosquinha- Deita aqui comigo -bateu a mão no pequeno espaço do sofá-
Deitei ainda emburrada, tava um pouco apertado mas coube perfeitamente nós dois, Junior escorou sua cabeça no meu pescoço, jogou uma perna em cima de mim me deixando presa e quase sumindo embaixo dele, era uma conchinha meio desengonçada mas ficamos ali juntinhos, ele de boa e eu quase não conseguia respirar, vendo as tetas na televisão. Um verdadeiro romance.


Estava abafado, eu tentava me mexer mas estava presa. Puxei o ar com força e abri meus olhos assustada. Estava tudo escuro e demorou alguns segundo para que eu pudesse me acostumar e lembrar onde estava.
Junior tinhas os braços jogados em cima de mim o que impedia meus movimentos e dormia profundamente, devia ter desligado a TV em algum momento.
Com esforço alcancei seu celular na mesinha, já se passava das dez e não havia sinal de mais ninguém na casa.
Meu corpo estava dolorido, precisava levantar então aos poucos fui me desvencilhando dele, levantei com cuidado, ele se mexeu um pouco virando de costas me proporcionando uma visão privilegiada de seu dorso nu, de seus músculos aparentes que eu tive que conter a vontade de contorna-los cada um com meus dedos, ele continuava a dormir tranquilo desconhecendo meus pensamentos impuros.
Fui pra cozinha afim de tomar uma boa água, demorei um tempo para encontrar um copo, não sei qual a necessidade de tanto armário, peguei água da torneira mesmo e bebi em um gole só me sentindo um pouco melhor.
- Também quero -disse uma voz me assustando, apertei o copo firme em minha mão e virei na direção-
- Quer me matar de susto -respirei aliviada pondo a mão no meu coração que tinha disparado-
- Não foi a intenção -disse rindo e tomou o copo da minha mão indo até a geladeira e novamente me dando as costas, se ele soubesse..- Ta chovendo? -perguntou com as sobrancelhas franzidas e deu um longo gole na sua água, olhei através da janela para o seu quintal e realmente estava chuviscando bem leve, grunhi decepcionada-
- Preciso ir pra casa -murmurei, se essa chuva piorasse eu estava ferrada, ainda tinha intenção de pegar um busão ou ligaria pro Lucas vir me buscar, mas odeio depender dos outros-
- Nem pensar -disse rindo- Você vai ficar
- Nem pensar -discordei imediatamente, ele só podia estar maluco- A gente pode ter dado um passo enorme mas você continua noivo e vai se casar e isso não é certo -ele revirou os olhos- Eu falando sério -bufei-
- Eu sei mas não precisava lembrar disso -se aproximou me puxando e me virando de costas enlaçando seus braços ao meu redor, me encaixei no seu abraço e ele encostou seu queixo no topo da minha cabeça, sorri, era bem perceptível essa nossa diferença de tamanho- Hoje, quando o Matheus me ligou eu estava provando uns ternos -disse receoso e eu o olhei por cima do ombro-
- Já escolheu? -perguntei tentando esconder a decepção ele cerrou os olhos-
- Eu lá ligo pra isso?!
- E desde quando você não liga pra roupa? -cruzei meus braços ficando de frente pra ele que continuou com suas mãos na minha cintura- Você é vaidoso, metido e exibido -ele abriu a boca num O parecendo ofendido-
- Não sou não -protestou e foi a minha vez de revirar os olhos- Por mim eu casaria de moletom e olha lá..
- Achei que nem queria se casar -provoquei-
- Mas você ta abusada hen?! -disse aproximando nossos corpos, fiquei na ponta do pé para conseguir alcançar seus lábios e iniciei um beijo leve sentindo-o aos poucos e ele correspondeu um pouco mais agressivo e aos poucos foi tomando outro rumo, mais apressado, urgente. Júnior sugava meus lábios e me apertava contra seu corpo, desci minhas mãos pelas suas costas desnuda satisfazendo minha vontade anterior, mas ainda não por completa, arranhei de leve subindo para o seu pescoço, ele murmurou algo que não pude entender e deslisou suas mão até a minha bunda, agarrando e me impulsionando pra cima, enlacei minhas pernas em volta da sua cintura e pude sentir sua excitação ainda crescente. Neymar me empurrou contra uma bancada afastando algumas coisas que tinha em cima, levou seus mãos para minhas coxas acariciando e subiu até a barra da minha camiseta, seus olhos estavam escuros, seu lábio inchado e vermelho, nossas respirações ofegantes, elevei minhas mãos até seu abdome contornando seus músculos até o peito e tentando conter minha vontade de lamber cada um, ele avançou sobre mim tomando meus lábios e invadindo novamente minha boca, nossas línguas pareciam brigar por espaço, dançavam de um jeito inadequado num ritmo que só nós tínhamos. Quando suas mãos subiram para tirar minha camiseta a porta se abriu revelando algumas vozes eufóricas. Nos separamos imediatamente assutados, a respiração irregular, os olhares apavorados- Caralho! -disse batendo as mãos na bancada-

***************
CHAMA O BOMBEIRO MEU POVO!!

MAS GENTEE.. 
COMO ASSIM DOIS CAPÍTULOS EM UMA SEMANA?

E QUE REVIRAVOLTA EM MELMAR É ESSA??
Estava inspirada essa semana e também de folga
Não se acostumem porque semana que vem não vai ter capítulo
Tenho que pegar firme nos estudos mas posto assim que der
Vai que me dá uma loucura igual essa semana..
Hahaha' esperamos que sim

Enfim..
Gostaram do capítulo?
Esse hot bateu na trave..
Comentem galera, isso é muuuuito importante okay?!
E sobre o insta da Mel, eu vou fazer sim
ME MANDEM SUGESTÕES

AAAH!! 
O famoso hug que eu coloco no final de alguma pergunta é tipo: Hum:?! ham?! Okay?!
É só uma expressão, não é nada demais, apenas um charme kkk' :)

Lidi: Hum.. será? Só sei que ainda vai ter umas tretas insanas kkkk'
Bru: Amamos os três kkk' Fico devendo essa fugidinha
Jaque: Estamos kkk' esse casal é doido
Njr Ousado: Eu também muito fofinha, estou estranhando kk' #SentindoFaltaDasTretas 
Letícia: Aah eu falei que nesse ia colocar a conversa dela e da mãe mas tirei pra dar espaço pro casal, espero que não se importem kkk' Vou fazer o insta dela sim, logo logo.. beijos gata
Carol: Mulher achei que tu tinha me deixado :( Agora o mistério: Quem é o pai da Mel? kk' Quero só ver ela e a mãe.. o que será que vai acontecer? haha' beijos gata e não some!
Moreco: Obrigado lindaa. kkkk' coitado do Marcos, o que será que vai sobrar pra ele?! kk' vou fazer o insta dela sim, beijoos

Até o próximo minhas margaridas BEIJOS

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Cap. 29 (Part. II)




Se você me pedir pra ficar pra sempre com você
Nem vou pensar duas vezes pra te responder
Cê sabe que eu vou, vou, vou
Pego minhas coisas e vou
Ficar pra sempre, sempre com você

Pra Sempre Com Você - Jorge e Mateus


Neymar POV

Meu celular não estava mais tão interessante quanto há três horas atrás, mas ainda assim eu preferia encarar a tela vazia em minhas mãos do que ter que opinar e discutir sobre terno, smoking e blá blá blá, com a minha mãe, minha irmã e uma mulher que eu nunca vi na minha vida que lotou minha cama com aquelas peças e milhares de papéis com desenhos de roupas que para mim era tudo igual.
Ninguém entedia que eu não estava nem aí pra essa droga de casamento e muito menos ligando pra esses detalhes inúteis.
Resumindo.. Meu dia estava sendo uma merda e eu não via a hora da Mel trazer o Matheus aqui.
Logo de manhã, meu pai me mostrou fotos de algumas casas em Barcelona, estávamos em dúvida entre três e eu acabei ficando com a mais perto do CT, mas ainda assim eu optei em ir pra lá e ver pessoalmente antes de comprar, não que eu entenda muito dessas coisas mas será o lugar que eu vou morar por algum tempo, então tem se ser uma parada boa.
Depois do casamento, embarcaremos para a Espanha e iremos decidir tudo para no próximo mês me mudar definitivamente.
Eu estava num misto entre a felicidade e a decepção.
Feliz de estar realizando um sonho, jogar em um clube que eu nunca imaginei que iria chegar.
Decepcionado por estar prestes a casar com a mulher errada.
Mas depois do que a Mel me disse, depois do tempo que passamos juntos, não importa o que aconteça eu sei que ela esta comigo, sempre estará. Só mais um tempo e tudo vai se resolver.

- Ta rindo por quê, idiota? -Rafaela perguntou dando um tapa no meu pé e me olhando-
Eu estava deitado num pedaço da minha cama que não tinha roupa e ela estava segurando dois cabides vazios enquanto minha mãe segurava uma gravata de bolinha vermelha, espero que ela não esteja cogitando a ideia de eu usar isso-
- Tô pensando na vida Rafaela -disse me sentando na cama e desbloqueei o celular-
- Sei.. -ela cerrou os olhos e balançou a cabeça negativamente- E posso saber onde você foi ontem anoite? 
- Me divertir maninha -pisquei pra ela que fechou a cara e veio perto de mim-
- Você não perde tempo, não é?! -me olhou com os olhos cerrados, neguei sorrindo de lado-
- Você devia respeitar pelo menos o filho que ela ta esperando Júnior! -Rafaela se exaltou assustando todos nós-
- Rafaela! -minha mãe interviu segurando-a nos ombros e pediu para ela sair, respirou fundo recuperando a postura e ergueu um cabide com um dos ternos mais razoáveis que tinha ali- Querido, e esse aqui? -disse com a voz doce desviando seu olhar de mim para a mulher do seu lado que sorria-
Levantei e peguei um terno pra provar mesmo sem vontade.


Meu telefone tocava incansavelmente enquanto eu tentava vestir aquela roupa quente e abotoar os infinitos botões da maldita camisa branca que me insistiram vestir.
- Mas que porra -resmunguei procurando meu telefone no meios das roupas jogadas no chão do meu closet-
Olhei na tela e minha raiva se esvaiu em um segundo.
- Mel? -sorri me olhando no espelho e arrumando o cabelo-
- Papa? -Matheus disse do outro lado da linha-
- Ah.. Oi filhão!! Como é que você ta?
- Bem, tô te esperando pra vir me buscar -disse com seu sotaque espanhol ainda carregado, sorri espontaneamente. Mas pera aí.. buscar quem?-
- Você ta me esperando? -perguntei confuso- Quem está aí?
- Si, estou com a mamãe, vem logo papai, ela ta chorando -ele parecia impaciente o que me preocupou-
- Filho, onde você está? -ultimamente telefonemas estão me deixando nervoso-
- Um prédio grande. O vovô trabalha aqui -inspirei o ar com força fechando meus olhos- 
-  indo
Desliguei o telefone apressado.
Melissa foi atrás do Marcos.
O que quer que ela fora fazer lá, coisa boa não é.
Ela estava chorando.
Mel não podia ter ido lá.

-Ei, ei, ei.. -Nadine disse erguendo as mãos para que eu parasse com a minha correria- Onde você vai? Não terminamos!
- Assim ta ótimo! -disse erguendo o paletó e jogando na cama- Eu tenho que ir -dei um beijo na testa da minha mãe e peguei a chave do carro na cômoda-
- Vai assim? -gritou e eu parei na porta do quarto bufando. Maldita hora para provar essas malditas roupas. Tirei a calça social num único puxão e joguei-a para trás junto com a camisa, peguei uma bermuda que estava por ali e desci as escadas vestindo-a- Onde você vai? -perguntou lá de cima-
- Buscar a Mel -disse antes de fechar a porta e vê-la sorrir-

Melissa POV

- Vamos sair daqui filho -tentei dizer entre meus soluços e tentando me acalmar-
- Melissa, senta um pouco, toma essa água -a loira simpática tentou me convencer pela terceira vez mas eu não aguentava ficar naquele lugar nem mais um minuto-
- Eu preciso sair, obrigado -forcei um sorriso tentando parecer sincero mas as lágrimas caiam pesadas pelo meu rosto e o máximo que consegui foi chorar ainda mais-
Matheus me abraçava nas pernas me impedindo de andar e perguntava porque eu estava assim, nem eu mesma sabia. Deveria estar pulando de alegria por não dever respeito à esse homem desprezível mas estava chorando porque mesmo ele se tornando esse monstro ao longo do tempo eu ainda o via como um pai.
Quer dizer que tudo o que ele me fez passar, todas as decisões exageradas, tudo o que ele fez na minha vida, foi por eu não ser filha dele? 
- Melissa espera! -aquela voz asquerosa me fez parar em frente ao elevador que demorava a chegar, um arrepio me subiu carregado de ódio-
- Cala a boca! -gritei e parou me olhando assustado- Você me mandou para aquele país porque não me queria por perto, nunca quis não é?! Lucas sempre foi o seu menino. E eles ainda queriam me fazer acreditar que tudo que você fazia pra mim era pro meu bem, você sempre tinha razão mas a verdade era que você me queria longe. Me fez morar numa casa que está quase caindo os pedaços, isso se não fosse os pais da Taís a pagar os concertos e nos ajudarem. Você nunca me ajudou com uma lição se quer. Mas eu também sempre me virei. Quer saber?! Eu espero nunca mais ter que te ver na minha vida. -entrei no elevador protegendo o Matheus daquele monstro, empurrando-o atrás de mim-
- Vai me culpar por não amá-la? 
- Não vou te culpar de nada -respondi apertando o botão para descer-
- Capullo¹! -Matheus gritou antes da porta fechar e começou a chorar, meu punho estava fechado, os nós dos dedos brancos de tanta força, meu corpo todo tremia pelo excesso de nervosismo. Me sentia exausta. Peguei meu filho no colo e o abracei encostando sua cabeça no meu ombro e acarinhando seus cabelos-
- Não chora meu amor -pedi segurando minhas próprias lágrimas-
- Ele é mau -sussurrou em meio ao choro-
- Ele não nos fara mais mal -prometi- 

Capullo¹ Tolo, idiota, imbecil

Respeirei o ar puro ao sair do prédio.
Olhei para os lados sem saber o que iria fazer, meus planos tinham ido por água a baixo.
Peguei o celular e fui direto nos contatos mas de nada adiantaria, eu não tinha salvado o número do taxista. Continuei descendo na esperança de ter algum mas parei quando apareceu o número da minha mãe.
Eu precisava falar com ela, tirar essas história a limpo e ouvir suas explicações, porque se ele realmente não é meu pai, por que ela nunca me defendeu? Ou tentou me ajudar? Ela sempre esteve do lado do Marcos, se ele não é meu pai, por que sempre teve autoridade sobre mim? Por que ela me deixou sofrer? Por que ela queria tanto que eu me aproximasse dele dizendo que ele nem é minha família? Por que ele é tudo pra ela? E quem é meu pai? 
Eram tantas perguntas que eu não podia esperar. Então, decidi que já que não tinha taxi eu iria pregar um busão, ir até a casa do Neymar deixar o Matheus lá e depois ir na casa da minha mãe.
Eu tinha novamente um plano.
Olhei pro Matheus ao meu lado que não parava de se mexer olhando para todos os lados.
- Ta procurando o quê? -perguntei, Matheus me olhou assustado-
- Meu pai -disse sério e voltou a olhar para os lados, franzi o cenho em dúvida-
- Seu pai não vai vir aqui, eu combinei de te levar lá -repeti o que eu já havia falado antes de sairmos de casa-
Matheus fez um bico enorme e cruzou os braços emburrado
- Ele disse que vinha -disse bravo, dei de ombros sem entender-
- Vamos então? -perguntei pegando na sua mão e ele assentiu ainda bicudo-
Quando íamos atravessar a rua um carro em altíssima velocidade parou no meio da rua, na nossa frente, abri a boca para xingar o infeliz mas o Matheus soltou da minha mão e correu pra perto do carro que aparentemente conhecia.
- Ele veio -disse correndo e eu fui atrás para segura-lo mas a porta do carro abriu me assustando-
- O que você ta fazendo aqui? -disse colocando a mão na cintura, Matheus já estava nos braços do Neymar que parecia mais assustado do que eu-
Ele estava somente de bermuda e chinelo, seu cabelo estava bagunçado como quem acaba de acordar e sua expressão era de preocupação, ele estava ofegante.
- O Mah me ligou disse que vocês estavam aqui e.. -ofegou colocando o Matheus no chão- Você ta bem? -perguntou se aproximando com um olhar cauteloso- Matheus disse que você estava chorando lá em cima -disse me observando, mordi o lábio e desviei o olhar, não vou chorar-
Matheus veio pro meu lado e me abraçou onde seus bracinhos alcançavam encostando a cabeça na minha coxa e me olhando sorrindo, me inclinei e peguei-o no colo-
- Você não deveria ter vindo -Junior disse colocando seu braço ao redor do meu pescoço com um pouco de dificuldade pois o Matheus estava no meio, com minha mão livre o abracei pela cintura deitando a cabeça no seu ombro- Mel o que aconteceu? -não consegui responder, balancei a cabeça negativamente sentindo as lágrimas voltarem-
Um cara gritou buzinando na rua, o que me aliviou por me destrair mas ao mesmo tempo me tirou do conforto do abraço dele o cara disse que queria passar fazendo sinal para tirar o carro e tivemos que nos separar, Júnior olhou pro cara e pediu para ele esperar ainda me segurando pelo braço.
- Vamos, vou te tirar daqui -disse e deu a volta no carro, assenti, dei um beijo na bochecha do Matheus e pus ele no banco de trás.
Antes de entrar no carro olhei de relance para o prédio e Marcos estava na porta sorrindo e nos olhando-
Mel.. -Junior ia dizer alguma coisa mas desistiu quando também olhou no mesmo rumo que eu-
- Linda família -Marcos disse, dei as costas, entrei no carro e Junior nos tirou dali-



- O que você foi fazer lá? -Junior perguntou quando parou no sinal, olhei pro Matheus que jogava no celular do pai todo concentrado-
- No inicio fui tirar satisfação... -contei tudo, desde o dia do shopping, que a tal da Aline me ajudou, até encontra-la no escritório e eles terem uma filha, Júnior ficou tão indignado quanto eu-
- E sua mãe sabe? -ele perguntou irritado-
- Sabe! Isso que é pior -disse me virando para olha-lo- A tal da Aline é quase da minha idade e tem uma filha do tamanho do Matheus!
- Então faz tempo isso?! -assenti- Se ela não liga você não pode fazer nada Mel
- Eu sei, mas eu pensei que ela não sabia -disse revoltada, quando mais eu tento abrir o olho da minha mãe mas ela se faz de cega- E tem outra coisa -disse mordendo meu lábio, ele murmurou para que eu continuasse- Ele disse que não é meu pai -essas palavras soavam mais doloridas quando ditas em voz alta-
Junior freiou imediatamente nos lançando um pouco pra frente, me virei no banco para ver o Matheus que também tinha se assustado mas estava bem, Neymar engoliu em seco e acelerou novamente em silêncio. Franzi o cenho, desconfiada.
- Você sabia? -acusei-
- Não.. -ele respondeu- Sim.. -arqueei a sobrancelha- Quando você sumiu o Lucas comentou alguma coisa do tipo, parece que ele ouviu seus pais brigando mas ele não tinha certeza, eu mesmo nem dei atenção
- Vocês esconderam de mim?
- Não Mel.. Eu estou tão surpreso quanto você, na época a gente pensou que era mentira e também eu estava tão preocupado com você que isso pra mim era só um mal entendido
Assenti e olhei pra janela sorrindo. Me senti culpada por deixa-lo preocupado mas feliz por ouvi-lo dizer isso. 
Cogitei algumas vezes em falar alguma coisa mas desisti e fomos em silêncio o restante do caminho, o que me incomodou um bocado. Quando percebi que já estávamos perto da casa dele me sobressaltei.
- Eu tenho que ir na casa da minha mãe -disse me lembrando do que eu ainda precisava de fazer-
- Fica aqui um pouco, esfria a cabeça e depois eu te levo
- Não Junior, eu tenho que ir -só de pensar em entrar naquela casa novamente me dava arrepio, não tinha coragem de encarar ninguém. Seu pai era muito sério e parecia que não gostava muito de mim, Rafaella me odiava e a Nadine.. Bem, ela sempre foi um amor, uma segunda mãe pra mim e bem por isso eu tinha vergonha, muita vergonha, mesmo depois de tudo o que aconteceu ela foi quem me acolheu sem distinção, com o mesmo sorriso de sempre e eu a admirava por isso-
- Mel.. -disse quando parou o carro e pegou na minha mão- Fica aqui um pouco, relaxa e pensa melhor no que você pretende fazer, hug?! -Ju soltou o cinto e trouxe suas mãos na minha nuca, segurando firme me fazendo olhar na profundeza de seus olhos e me afundar, ele contornou meus lábios com seu toque suave observando cada movimento, entreabri meus lábios em uma súplica que ele logo acatou encostando nossos lábios num beijo inocente, que só o que importava era o toque, era estar junto. Ele sorriu e eu o acompanhei-
- Ei!! -Matheus disse apoiando no banco para vir pra frente- Vocês tão namorando? -perguntou curioso-
- Fizemos as pazes -Neymar disse me olhando um pouco embaraçado-
- Somos amigos -eu disse, Matheus franziu o cenho duvidando-
- E amigos dão beijo? -meu curioso perguntou desconfiado-
- Não todos -respondi- Só foi dessa vez -Neymar riu e eu olhei reprovando-o- E é errado -tentei contornar-
- É, é errado -Junior disse carregado de ironia-
- Ta bom -Matheus deu de ombros e abriu a porta do carro- Eu não vou contar -sorriu pra gente e desceu do carro num pulo-
- Ta bom -Junior deu de ombros sorrindo e eu dei um tapa na sua nuca antes de sair do carro-

Hello Hello meus girassóis <3
Como estão hug?!
Gente só eu achando mundo mel nesse casal?
Cadê as tretas?
Mas calmem que no próximo eles estarão ainda mais doces..
Como eu queria dar SPOILER mas gosto de deixar vocês curiosas :D
Enfim.. Ta fofinho o próximo
Hahaha'
Tomara que tenham gostado
Vejo vocês no próximo
Beijos gatas <3

FC Ney: Eles merecem um vingança muito da boa kk' bjs

Jaque: Não amor, nós achamos kk' Ele tem que sofrer e muito bjoo

Queila: Meu Deusss, prontoo kkk' bjj

Luiza: Mais MelMar? kkk' Pode deixar ;) bjoo

Lavínia: Volteei ! Obrigado lindaa bejoo

Letícia: Gentee foi baphoo ne?! Coitada da Bruna hahaha' Sobre as fotos foi opção minha não colocar mesmo porque na antiga versão eu colocava mais se quiserem eu coloco sim okay?! bjooss

Moreco: Pois é linda, aquele estranho lá não é pai dela não kk' Também né, ninhuém merece coitada kk Chega de MelMar kk' quero treta kkk' Matheus é uma fofura, quero de presente haha'  Bejoo Danii

Sara: Então.. Vamos ver a conversa da Dona Iza com a Mel no próximo haha' Ai Jesus quanta pergunta haha' O que será que vai acontecer?? kk' bjoos

Njr Ousado: Mulher eu adoro parar na melhor parte haha' Só eu cansei deles? kkk' Okay, sem tretas bjoos

sábado, 14 de maio de 2016

Cap. 29 (Part I)


Não chore mais, sorria amor
Eu trouxe o fim da sua dor
Não chore nunca mais amor, ôô
-Calma - Jorge e Mateus-

Peguei o celular nas mãos e disquei o número que eu sabia de cor, estava com um pouco de receio, pois a última vez que nos falamos foi quando ele tinha ido embora e parecia estar bem chateado comigo.
Após duas tentativas ir para a caixa postal, liguei uma ultima vez e no terceiro toque pode ouvi-lo
- Hola? -atendeu de um jeito pouco amigável, me perguntei se deveria ter ligado outra hora ou se ele ainda estava bravo comigo-
- Caio? Hola! Tudo bem?
- Mel?! Quanto tempo.. -disse surpreso, será que tinha excluído meu número?-
- Como está as coisas aí? 
- Trabalhando muito -suspirou cansado- Essa semana estava em Madrid, cheguei hoje de manhã
- Você sempre trabalha muito -Caio riu e concordou, ele se esforçava demais naquele serviço e nunca era reconhecido, sempre pegava as piores matérias e as transforava em dignas de capa mas nunca tinha o devido reconhecimento por ser estagiário-
- E você? Vai se mudar pro Brasil é?!
- Claro que não
- Bete perguntou de você, disse que esqueceu dela e vai contratar outra em seu lugar -disse em tom de brincadeira-
- Diga que não -sorri- Já já estou voltando e quero meu emprego de volta 
- Como se você precisasse daquele serviço.. -me limitei em revirar os olhos para não arranjar outra briga, não gosto de ninguém me sustentando e ele deveria saber disso-
- É um bom serviço -disse encerrando o assunto- 
- Quando volta? -perguntou e eu tive um pouco de dificuldade de ouvi-lo devido ao barulho ao fundo-
- Hum.. Acho que daqui a duas semanas
- Ta tudo certo aí?
- Acho que sim, como o Neymar vai pro Barcelona a decisão do juiz daqui foi anulada, provavelmente terá uma outra audiência quando chegarmos aí, mas acho que não será preciso -na verdade eu esperava que não seria preciso passar por isso novamente, ainda mais agora que já tínhamos um acordo-
Uma voz feminina surgiu ao fundo da ligação, não consegui ouvir ao certo o que ela dizia mas Caio respondeu que já estava indo.
- Desculpa Mel, tenho que ir agora. Vou entregar minha matéria de Madrid
- Okay, boa sorte -disse saindo da janela que eu estava escorada no exato momento que a porta abriu-
- Gracias! Te ligo depois e se cuida morena
- Você também, beijos -Taís me olhou desconfiada e eu apontei para o celular dizendo que era o Caio-
- Beijos -desligou-

Joguei o celular na cama querendo fazer o mesmo. Não dormi praticamente nada e estava cansada demais para encarar o longo dia que tinha pela frente, começando com minha melhor amiga me encarando com aquela típica cara de quem tinha uma lista de perguntas naquela cabecinha maligna.
Poxa, são onze da manhã!
- Bom dia pra quem não dormiu em casa -sorriu cínica sentada na poltrona ao lado da porta-
- Bom dia pra quem não dormiu -corrigi e seu queixo caiu- Não é nada disso que você está pensando -disse de imediato vendo sua reação de espanto e me joguei na cama, derrotada, teria que contar cada detalhe do que aconteceu ou não sairia dali tão cedo-

Quando minha mãe disse que aquele ordinário do Marcos estava a traindo, eu tive vontade de ir encontra-lo e falar tudo o que eu tinha guardado durante anos e só não falei ainda por respeito pela minha mãe que sempre defendia esse homem e zelava pela família perfeita, mas isso nunca existiu, nunca fomos uma família perfeita.
Respirei profundamente quando o taxi parou em frente ao prédio onde era o escritório do meu pai.
Eu sentia a adrenalina a mil no meu corpo mas tinha que me segurar para não fazer burrada.
Trouxera o Matheus comigo, decisões de ultima hora levam a medidas necessárias e urgentes e essa era uma delas, não tinha tempo para deixá-lo na casa da Dona Nadine e não estava com paciência para encarar Rafaella novamente, afinal, tinha combinado de levá-lo para tomar sorvete e ir na casa do pai depois do meu "compromisso" e ele topara.
Paguei o taxi e desci pegando o meu filhote no colo e atravessando a rua movimentada rapidamente. Parei nos poucos degraus e olhei no prédio todo espelhado com as letras brilhantes indicando a agencia Maia de contabilidade.
Mesmo tendo Maia no meu nome eu nunca o usara, era uma fachada e eu não faria parte disso, nunca fiz e não farei, família não se usa para aparecer na mídia, família não é para se aparecer e eu me recusei a ser usada e acabei morando milhas de distância, e eu que era tachada de errada.. que grande ironia.
Entrei no prédio com uma dose de coragem desconhecia e movida pela raiva, se fosse possível daria para se ver fumaça saindo em cada lufada de ar que eu soltava pelo nariz.
Encontrei uma mulher com um uniforme cinza, provavelmente a porteira, ela tinha o cabelo escuro mas algumas mechas eram loiras para disfarças os poucos fios grisalhos existentes, tinha estatura média e usava sapatos pretos e sociais que a deixavam um pouco mais alta, estava ao lado do elevador, ela tirou os óculos ao me ver aproximando.
- Boa Tarde, posso ajudar? -perguntou simpática e eu assenti, não fazia a menor ideia de qual andar era a sala daquele homem e minha opção era sair apertando todos os andares até que encontrasse, logicamente eu começaria com os lá de cima, do jeito que aquele homem é, deveria estar no último, sempre se sentindo a cima de todos até nas coisas mais insignificantes como um andar-
- Boa Tarde -sorri tentando parecer tranquila- Gostaria de falar com o Sr. Maia
- Marcos Maia? -assenti- A senhorita tem hora marcada? -neguei- Desculpa senhorita mas creio que o Sr. Maia esteja em reunião -era como se um balde de água fria fosse jogado na minha cabeça e levado toda minha esperança pelo ralo, mas aí que surge uma ideia-
- Sim, Marcos é meu pai, eu fiquei de passar aqui antes de voltar para a Espanha -a moça me olhou desconfiada- Melissa Maia -cumprimentei-a- E esse é meu filho, Matheus -Matheus acenou para a mulher que sorriu amigavelmente-
- Muito prazer senhorita, devo avisar que chegou?
- Não é necessário -respondi- Eu mesma já fiz 
- O andar do Sr. Maia é o 15º -agradeci e entrei no elevador procurando os botões e como se já soubesse, ele ficava no ultimo, era muita audácia-
Coloquei o Matheus no chão, ele estava tão empolgado jogando o meu celular que nem se quer ligou pra onde íamos. O elevador parou e entraram três homens e duas mulheres devidamente vestidos, nem se quer me cumprimentaram. Uma das mulheres me olhou de cima a baixo e riu para a amiga ruiva do lado. Cerrei os olhos na direção das duas e arqueei uma sobrancelha olhando-as como me olharam, elas viraram de costas e ficou por isso. 
Me encarei no reflexo dos espelhos no elevador.
Eu deveria ter escolhido uma roupa melhor, digamos que shorts, regata e rasteirinha não seja uma roupa pra lá de adequada para vir a um escritório, mas foda-se, eu era a filha do dono, infelizmente.
- Por que a gente tem que vir ver o vô? -Matheus finalmente abriu a boca depois de todo o trajeto calado só dando atenção para o celular-
- Porque eu tenho que falar com ele -reparei que as pessoas estavam prestando a atenção demais na nossa conversa-
- Vai demorar?
- Não sei, disseram que ele estava em reunião -respondi no exato momento que o elevador parou, aparentemente todos desceriam ali, fui mais rápida e saí puxando o Matheus entre as pessoas engravatadas que pareciam pinguins e me olhavam feio e fui entrando na sala onde tinha alguns computadores e duas mulheres que pararam para ver quem estava chegando, mais ao fundo havia uma porta com o nome Marcos F. Maia na porta e não pensei duas vezes a ir até lá mesmo com elas tentando me impedir com suas palavras rudes.
Forcei a porta, mas estava trancada.
- A senhora não pode chegar assim, eu vou chamar a segurança -disse a loira 1 que já tinha se levantado-
- Não venha me dizer o que eu posso ou não fazer viu coisinha?! Esse canalha é meu pai e eu não saio sem falar com ele -gritei as ultimas palavras batendo na porta, os pinguins me olhavam assustados sem saber o que fazer- Matheus, senta ali -apontei para uma cadeira que deveria ser de algum deles mas ninguém ousou dizer uma palavra, voltei a bater na porta até que ouvi sendo destrancada-
Olhei para eles sorrindo sínica e sem esperam a cordialidade do homem, abri eu mesma dando de cara com uma loira que eu já conhecia.
- Aline? -era a loira do shopping-
- Alice -ela corrigiu sem graça e eu vasculhei a sala a procura do homem repugnante que era meu pai- 
- O que você esta fazendo aqui? -acusei fechando minhas mãos em punhos-
- Nos estávamos em uma reunião Melissa, até você nos interromper -Marcos disse chegando ao lado da mulher-
- Eu já estava indo embora, já assinamos o contrato -disse tentando soar simpática mas algo eu não conseguia engolir, talvez seja porque ela não estava vestida como um pinguim-
- Desculpa essa menina louca Alice, espero que nada disso interfira nosso acordo -ordinário-
- Não, está tudo bem -sorriu mostrando seus dentes brancos e se despediu do Marcos de um jeito bem íntimo, esse "acordo" ia bem mais além do que no escritório- Nunca pensei que veria você por aqui querida -disse se afastando rebolando a bunda colada em um vestido branco justíssimo pelo escritório-
- Muito menos eu querida! -respondi e antes de entrar na sala e fechar a porta, olhei para o Matheus que estava um pouco assustado mas a loira 2 estava do seu lado lhe dando suco e assentiu pra mim, ele ficaria bem, agora era eu e Marcos-

- Há que devo a sua presença ilustre no meu humilde ambiente de trabalho? -disse irônico sentando em sua cadeira confortável atrás de uma mesa cheia de papéis espalhados-
- E bota presença ilustre, acho que esse lugar nunca foi tão bem frequentado
- É dinheiro que você quer? -disse assinando um cheque e empurrando na minha direção- Pensei que você seria mais inteligente e arrancaria uma grana preta daquele jogador otário, tô vendo que você não puxou a mim
- E eu me orgulho disso, não preciso de dinheiro -disse tentando manter a calma, mas ele riu, rui na minha cara-
- Toma querida -bateu a mão no cheque em cima da mesa- Agora não me interrompa mais, hug?
- Sabe o que você faz com esse seu dinheiro Marcos? -disse apoiando as mãos na mesa e me aproximando dele para encara-lo- Enfia tudo no seu..
- Cala a Boca! -gritou se levantando- Você pensa que é quem para entrar no meu escritório e agir como uma doida? Sabe onde é o seu lugar? No hospício sua maluca!
- Você é um monstro! Fica longe da minha mãe seu ordinário, você não merece ela, você não merece o amor de ninguém, você merece o nojo, merece o ódio, merece morrer sozinho porque ninguém vai ficar do seu lado!
- Sua mãe vai -sorriu da maneira mais repugnante possível-
- Fica longe dela! -gritei-
- Ela me ama Melissa, aceita isso
- Você não merece o amor dela, você trai ela
- Minha querida -disse se aproximando e eu dei um passo para trás- Volta de onde você veio e deixa a gente viver em paz, será que você não percebe que você é a frutinha estragada da família? Você chegou e tudo Mel.. Tudo começou a ir para baixo
- Eu tenho nojo de você -senti as lágrimas enchendo meus olhos mas não me permiti chorar na frente daquele monstro-
- Esse discurso está repetitivo
- É só pra deixar bem claro -disse séria olhando a sua cara de deboche-
- Melissa eu tenho muito trabalho a fazer -Marcos deu meia volta na mesa e ocupou seu lugar novamente- Vai querer o cheque? -disse segurando-o em mãos-
- Quero -ele sorriu largamente e me deu o mesmo, sorri igual a ele, fui até a janela e joguei o cheque do 15° andar, devo ter feito a alegria verdadeira de alguém-
- Melissa terei que ligar para o hospício
- Eu não acredito que aquela mulher que me ajudou no shopping é sua amante
- Alice me contou, você é bem irresponsável né?! -Marcos dizia na maior naturalidade, mexendo no notebook e organizando alguns papéis-
- Como você pôde? -cenas passaram na minha cabeça, de uma menininha loirinha ao lado de Alice no shopping, era filha dela..- Há quanto tempo?
- Muito -ele respondeu sem dar muita atenção-
- Aquela menina é sua filha? -disse antes mesmo de processar as palavras-
- Lara? -ele perguntou finalmente me encarando e um sorriso surgiu em seus lábios- Sim, ela é minha princesa -não queria admitir mas aquilo foi como uma facada em meu peito, olhei para cima para evitar as lágrimas mas mesmo assim elas caíram, rapidamente limpei e ele me observava-
- Por que Marcos? Por que você faz isso? Comigo? Com a família? Por que você nunca agiu como um pai?
As palavras o pegaram de surpresa mas ele continuava convícto como sempre esteve, eu só precisava sair dalí, já não estava bem
- Porque Melissa, eu não sou seu pai

Narrador

Depois que Melissa entrou na sala para conversar com Marcos, Matheus ficou sentado no lugar que a mãe mandara, uma moça loira que trabalhava no escritório, Camila, conhecia a história de Mel e decidiu ajudar a cuidar do pequeno, a moça sabia o que o pai de Melissa aprontara e sabia que a menina morava com o filho na Espanha, Camila era muito curiosa e escutava toda conversa e reclamação do chefe mas também via os noticiários e sabia que Mel tinha um filho com o jogador mais badalado do Brasil. A jovem desconfiava das traições de Marcos e tentou contar para a mulher dele, Izabella, mas de nada adiantou, a mulher era cega de amor pelo homem.
Depois de levar suco para o pequeno Matheus que trocou uma palavra ou duas com a moça ainda desconhecida para ele, Camila voltou para seu serviço até escutar gritos vindo da sala do Sr. Maia. Assustado, Matheus se engasgou com o suco chamando a atenção da loira que o convidou para ver o pequeno aquário que tinha no corredor.
- Você veio sozinho com a sua mãe? -Camila perguntou atraindo olhares desconfiados da criança que assentiu batendo com o dedinho no vidro para assustar os peixes-
- A gente veio de carona com um moço
- E ele está esperando vocês? -Matheus negou, ouviram o barulho de uma porta sendo batida e Camila já sabia o que era, olhou rapidamente para dentro do escritório e viu Melissa escorada na porta com os olhos vermelhos- Querido, tem alguém que vai vir buscar vocês? -Matheus lembrou que iria na casa do pai depois de vir até aqui, pegou o celular da mãe que mal cabia em seu bolso e desbloqueou do jeito que via como a mãe fazia, apertou no ícone do telefone e procurou a foto do pai-
- Meu pai vai vir -disse sorridente e apertou na cara de Neymar-
O telefone chamou, duas vezes até que Neymar atendeu
- Mel?

***************************************
Hello meus girassóis <3
Tudo bem com vocês?
Capítulo curtinho porque dividi em duas partes, devo postar a outra essa semana ainda, não se preocupem kkk'
Quem aí quer bater no Marcos?
Cada curtida um tapa na cara desse homem kkkk'
Gente eu tô sendo muito fofa com MelMar, vocês devem estar enjoando kk' vou fazer uma treta kkkk'
Espero que tenham gostado
Prometo não demorar
Beijos minhas rosas azuis
Até o próximo 

Jaque: Pense numa saudade <3 Eu também estava morrendo de saudade. Obrigado linda beijoos
Luíza: Eles serão kkk' Eu juro
Lavínia: Não vou demorar tanto mais não, era só pra dar um suspense kkk' Obrigado linda bjss
Beatriz O: MelMar é muito doce minha gente kkk' Eita casal mais fofo kk' bjoo
FC Ney: Estávamos kk' eu sofro junto aqui 
Njr Ousado: Ainda bem que tudo está esclarecido, vamos ver o que o destino prepara kk' não vou demorar kk' -eu acho-
Moreco <3: Eu demoro porque espero descer a inspiração sabe?! kkk' Esse casal sofre mas sabe ser fofo né?! Também estava com saudade <3 beijos lindona 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cap. 28 "(...) quando a cidade dorme a gente sai pra se ver"


Se a gente acredita
Tudo conspira a favor
Pra tudo tem seu tempo
E esse é nosso tempo
A escolha é sua
Mas pensando bem, eu vou falar

Contar pra quê?
Ninguém precisa entender
Que quando a cidade dorme

A gente sai pra se ver

-Contar Pra Quê? - Henrique e Juliano-

Pelo jeito minha noite estava resumida em ficar trancada em um carro com um cara que quando fica bêbado fica babaca e eu queria chorar.
Deitei de costas para ele encolhida no banco me segurando para não surtar, não tinha mais plano, não tinha alternativa, era ficar ali e dormir e foi o que eu tentei fazer mas escutar o ronco do bêbado ao meu lado não estava ajudando em nada.
Só algumas horas..
Só algumas horas..
Só algumas horas..

E repetindo esse mantra eu me permiti pegar no sono e esperar até amanhecer para ver no que dava..

- Eu queria poder largar tudo e fugir com você -um sussurro ao fundo me chamou atenção, estava escuro e meu corpo doía, quem estava falando?- Mas eu juro que a cada dia que passa eu não sei o que fazer..


Abri meus olhos e suguei o ar com força, ofegante.
As mãos que estavam no meu cabelo pararam de massagear e eu senti sua respiração na minha nuca.
Era real? 

Me virei no banco lentamente procurando seu olhar, ele estava assustado e se afastava cada vez mais.
Não era sonho, eu podia sentir sua respiração enquanto ele dizia aquelas palavras.

Mas do que ele estava falando?
Era comigo?
- Tava acordada? -perguntou voltando para o seu banco e passando suas mãos pelo rosto meio atordoado-
- Mais ou menos -murmurei em resposta e ele sugou o ar fortemente e assentiu deitando novamente-
- Do que você.. -antes que eu pudesse perguntar ele me interrompeu-

- Nada -disse rude-
O silêncio se instalou no carro mas minha mente estava tão barulhenta que temi que ele pudesse escutar meus pensamentos.
E podia.
- Júnior.. Por que você disse aquilo? -perguntei prendendo meu cabelo em um coque e olhando pra ele que desviou o olhar negando-
- Melissa, esquece -bufei revirando meus olhos-

Por que ele está omitindo?
Pior que estar em um carro com um bêbado arrogante e provocador é estar em um carro com um Neymar em silêncio.
Um silencio que incomoda profundamente.

Pensei em ligar o rádio mas acabei desistindo ao me perder em tantos botões e consequentemente apertar um errado e fazer merda, então olhei pra fora a procura de uma ajuda divina mas nem se quer o Sol tinha dado sinal de vida.
- Para com isso -disse sério segurando minha mão-
Poxa, será que nem tamborilar meus dedos eu posso?
- O que você queria dizer com aquilo? -perguntei já não aguentando minha curiosidade- - Esquece o que eu disse ta legal? -pediu olhando nos meus olhos-
- Você estava falando sério? -argumentei ao vê-lo me dar as costas novamente- Júnior..
- Mel, eu tô confuso. Por favor, hug?! -me interrompeu com a voz abafada por estar deitado-
- Porra! -murmurei abrindo o porta-luvas sem nada pra fazer-
Tinha tanta coisa jogado lá dentro, doces, chicletes, balas, um bombom, uns papéis, um pen drive, alguns Cd's jogados, tinha lixo também e uma bolacha aberta que deveria estar ali a meses
, por fim esbarrei em uma caixa.
- O que você ta fazendo? -perguntou sentando rapidamente e jogando as coisas que estavam no meu colo para dentro novamente- Não mexe aí - mas era tarde demais, puxei a caixinha com força para ter certeza de que era mesmo o que eu estava pensando e alguns cigarros caíram no chão-
Não é possível...
- Que porra é essa? -perguntei, ou gritei, estava assustada demais para entender minha reação-
O Gil disse que ele tinha parado, que ele não fumava mais, ele é um atleta, como pode fazer isso? 

- É do Gui -respondeu tentando tomar da minha mão mas eu o afastei erguendo meu braço- 
- O Guilherme não fuma! -gritei, minha visão estava ficando turva-
Era minha culpa!
- Você nem conhece ele! -argumentou ainda em cima de mim para tirar essa porcaria da minha mão- 
- De quem é essa merda? -empurrei o maço com força contra seu peito e ele grunhiu- 
- Não é meu Melissa, alguém deve ter esquecido
- Mentiroso -retruquei sentindo as malditas lágrimas escorrerem, seu nervosismo o entregava, agora tudo fazia sentido- Está cheirando cigarro e bebida desde a hora que cheguei perto de você no apartamento
- Eu estava em uma boate antes de ir lá
- E aquelas bitucas no seu cinzeiro? -como eu não reparei nisso antes?-
Júnior olhou e se calou mais uma vez.

Eu esperava que ele dissesse alguma coisa, inventasse uma outra desculpa, gritasse comigo que aquilo não era dele, negasse dizendo ser de outra pessoa mas ao invés disso ele se manteve em silêncio confirmando minhas dúvidas.
- Me diz que isso é mentira -sussurrei sem saber se ele tinha escutado-
- Melissa, calma é só cigarro -disse colocando suas mãos em meu ombro enquanto eu tentava me controlar- 

Mas pra mim não era só cigarro, era o resultado do que eu tinha feito com ele, do que eu fiz ele passar.
Agora, olhando pra ele é como se eu visse um garoto perdido.
Um garoto solitário tentando buscar um porto-seguro, um momento de paz.
É como se eu visse todo seu sofrimento.
Como se fosse uma ferida, um machucado antes escondido que agora eu o feri novamente. Lá, no mesmo lugar. 
Onde dói.
Eu tinha feito isso com ele!
- O Gil me disse -olhei pra ele que me escutava- Ele disse que você não fazia mais isso
- Eu sei me controlar Mel
- Você.. -neguei sem conseguir terminar a frase-
- Eu só fumo quando fico nervoso
- Existe outras maneiras para aliviar o nervosismo, para de inventar desculpa! -me virei de frente pra ele nervosa pelas coisas que ele falava-
- Não é desculpa, quando eu estou mal isso me alivia
- E você deveria estar bem mal hoje! -disse apontando pro cinzeiro e cruzando meus braços em seguida-
- Eu vou me casar daqui a três semanas
- Ahh haha -ri irônica- Boa explicação
- Você não entende.. Eu vou ter um filho
- Eu sei
- Aliás.. Quem te contou? -perguntou mudando de assunto e eu bufei-- Sua querida irmã, mas isso tudo não é motivo pra você fazer isso
- É quando você é obrigado a fazer uma coisa dessas
- Ninguém te obriga a ter um filho! -gritei indignada com a desculpa esfarrapada que ele deu-

Me senti cada vez mais intrusa nessa história.- Mas me obrigam a casar Melissa, se eu não casar eu nunca vou ver esse filho! A Bruna vai abortar! -gritou de volta me olhando sério, seus olhos estavam marejados e vermelhos-
- Que? -perguntei jurando não ter intendido uma palavra do que ele havia dito-
- É uma longa história -disse negando com as mãos na cabeça-
- Pelo jeito eu tenho tempo o suficiente para ouvi-la
- Melissa, não..
- Primeiro você fala aquelas coisas, anda fumando e bebendo praticamente todo dia e agora com essa história sem pé e sem cabeça, eu acho bom você começar a se explicar -devo ter berrado pela cara de assustado que ele fez mas mesmo assim continuou sem dizem uma palavra como se estivesse considerando tudo o que eu havia dito- Por favor.. -pedi- Eu achei que depois de ontem.. -comecei mas minha voz foi perdendo a força- Eu nem sei o que vim fazer aqui! -desisti vendo que ele continuava em silêncio-- Quer mesmo saber por que eu te trouxe aqui? -perguntou ainda sem me olhar nos olhos- Eu queria te contar isso tudo mas quando eu te vi, não tive coragem -respirou fundo e eu vi uma lágrima cair de seus olhos- Ontem foi algo especial pra mim Mel, é como se eu tivesse enxergado a luz, entende? -eu entendia perfeitamente porque era exatamente isso que eu sentia- Eu vi que podia confiar em alguém mas não sei se você viu o mesmo em mim
- Eu tô aqui, não tô? -Junior olhou no fundo dos meus olhos-
- Poucos dias depois que você voltou, a Bruna me contou que estava grávida -ele não desviava seus olhos dos meus-
 eu ia terminar com ela antes de saber disso, estava impossível continuar com ela, mas aí tudo se complicou quando a família dela se meteu. O pai dela ordenou que eu me casasse por ela ser muito nova e me acusou de acabar com a carreira de atriz dela, eu me recusei e então eles disseram que se eu não casar a Bruna vai abortar. Ela me disse isso e eu sei que ela é capaz de fazer
- Mas é crime! Eles não podem fazer isso! -disse indignada com tamanha crueldade, essa garota é maluca, não tem amor, onde já se viu fazer um filho pra segurar um relacionamento?- Você pode processar ela, eles estão te ameaçando!
- Meus pais não querem envolver a justiça, meu pai me disse para arcar com as consequências
Ele realmente estava perdido, aqueles olhos, que não importa o quanto eu o encarasse, não transmitia nada, ele estava vazio
.
- E então você vai casar -disse após uma longa pausa- Meu Deus.. -isso era insano, eu não podia acreditar em tamanha loucura que essa garota estava fazendo, e com o apoio da familia- Não pode ser..
- Dois anos -ele disse depois de algum tempo, encarei seus olhos tristes e seu rosto sem expressão- Foi o que o Wagner, meu empresário, e meu pai decidiram, pelo menos até a criança fazer um ano ou dois, depois eu acabo com tudo isso
- Você vai casar por dois anos? Tipo um contrato?
- É, pelo menos até a criança ficar grandinha, depois eu pego a guarda e acabo com essa merda
- Ela não pode nem sonhar com isso Júnior
- Você foi a única pessoa que eu contei Mel, além de você, apenas meus pais e meu empresário sabem -assenti desviando meus olhos para a estrada e respirando o mais fundo que eu podia-
Eram muitas informações para uma noite.
- Por que me disse tudo isso? -dentre tantos amigos, por que eu? Eu que não fiquei ao lado dele, que fugi quando pude, que sempre escondi as coisas dele, que fiz tanto mal a ele- Por que eu Júnior? -ele suspirou, talvez não esperasse essa pegunta, a final ele me disse tantas coisas e eu não soube dizer nada-
- Porque eu confio em você -disse alguns segundos depois- Talvez eu.. Você.. Você me dá força Mel, me dá esperança
- E o que eu devo fazer com isso? -perguntei, eu me sentia abraçada a uma bomba prestes a explodir- 
- Pense -ele deu de ombros saindo do carro e fechando a porta em seguida me deixando sozinha atônita, ele abaixou escorando na janela e me encarando- Depois me responda outra pergunta -disse antes de sair do meu campo de visão ao abrir o capô do carro e se esconder atrás do mesmo, minhas sobrancelhas se uniram em dúvida-

Será que perdi alguma parte?
Abri a porta saindo do carro imediatamente, parei do lado dele com as mãos pousadas na cintura, ele mexia em alguma peça no motor e parecia concentrado.- Que pergunta?
- Mel entra no carro, você vai pegar friagem! -bufei cruzando meus braços na altura do peito, o vendo batia sobre minha pele descoberta me causando alguns calafrios, meus cabelos se espatifavam no ar mas aquilo não me importava-
- Do que você estava falando?
- Depois Mel, agora entra no carro por favor?! -disse calmamente como se falasse com uma criança, mas eu continuei ali- Então fica aí -bufou mexendo no que eu acho ser alguma peça do motor do carro-


Devia ter se passado dois minutos mas pra mim era duas longas horas esperando ele mexer naquele negócio de carro, eu já não conseguia ficar parada, andava hora em círculos, hora trocando o peso de pé, até que ele soltou um palavrão, o que me fez para minha concentração em uma pedrinha no chão e olhá-lo.
- Essa droga ta solta -se justificou- Vai lá dentro, debaixo do meu banco, e pega uma bolsinha pra mim
Dei a volta no carro e entrei pelo lado do motorista procurando a bolsa que ele tinha dito, era tipo uma necessaire, mas tinha algumas ferramentas. 

- Isso aqui? -ergui ela na mão balançando para que ele visse-
- Sim -levei até o Júnior, que pegou duas ferramentas, que eu não faço a menor ideia de quais eram e suas funções, e começou a mexer novamente no carro- Vai lá e dá a partida nele
Sinceramente eu não sei como ele estava enxergando naquela escuridão e muito menos conseguindo mexer naquele negócio.
Voltei no banco do motorista e girei a chave.
Fez um barulho estranho mas não pegou.
- Espera -gritou- Tenta de novo mas não solta a chave -fiz o que ele pediu, girei a chave e continuei segurando, mesmo achando que aquilo ia acabar com o que sobrou do carro- Puta que pariu -xingou dando um soco em seguida-
O carro pegou.
- Merda de carro! -bateu o capô com força-
Pude, então, vê-lo apertando a mão direita com um olhar sério, as sobrancelhas unidas e sua boca formava um bico que me lembrava o Matheus quando estava bravinho.
Sorri.
Gargalhei.
- Por que está rindo? -disse chegando do meu lado, eu continuava sentada no banco do motorista-
- Você todo irritadinho
- Eu cortei minha mão -disse esticando sua mão na minha direção, havia um pequeno corte que mal sangrava-
- Isso nem é corte, no máximo um ralado -revirei meus olhos saindo do carro e ficando de frente pra ele-
- Mas dói -argumentou se sentindo ofendido, me limitei a rir de sua expressão- Preciso de cuidados -disse escorando suas mãos no carro e me prendendo no meio deles-
- Preciso ir pra casa -sussurrei mas meus olhos vacilaram descendo para seus lábios perigosamente próximos-
- Toda vez que eu te vejo eu tenho vontade de te beijar -sussurrou sustentando o olhar-
- E por que não beija? 
Joguei a toalha.
Foda-se!

Sua mão veio ao meu pescoço, firme ali.
Fechei meus olhos e esperei a eternidade até sentir seus lábios nos meus, encurtando a pouca distância que existia entre nós.
Era diferente.
Como se precisássemos um do outro.
Com a incerteza de que um dia nós não tivéssemos mais em quem apoiar.
Era sem pressa.
Somente um aproveitando do outro .
Era a maior demonstração de confiança que podemos dar.
Era sentimento e nada mais.
Apenas eu e Neymar, num fim de mundo, recebendo aquela brisa que não mais me importava. 
A Lua era nossa única testemunha.
Segurei firme em sua cintura, minha respiração entre cortada.
Não tinha pressa, nós tínhamos todo o tempo do mundo.
Júnior sugou minha língua calmamente, selando nossos lábios e encostando nossas testas.
Ninguém ousou se afastar.
Abri meu olhos e pude ver seu sorriso, aquele sem querer, que faz minhas pernas tremerem e meu ar faltar.
Eu sorri, refletindo-o.

- Está entregue -disse estacionando na frente do prédio dos pais da Taís-
- Eu agradeceria pela noite se não estivesse tão cansada por ela -sorri olhando pra ele e abrindo a porta-
- Talvez eu possa te recompensar te levando para jantar qualquer dia desses.. -sorriu levantando uma sobrancelha-
- Vou pensar na sua proposta -disse olhando pro lado de fora, o porteiro nos observava curioso- Preciso ir -avisei olhando-o novamente-
- Sem se despedir?
- Tchau -dei de ombros e ele bufou se aproximando-
Estava me sentindo uma adolescente.
- Você pode fazer melhor -suas mãos foram parar na minha cintura, me segurando fortemente-
Diminui nosso espaço e selei nossos lábios, sugando-o devagar.
Mordi seu lábio inferior e ele sorriu.
- Vou te sequestrar mais vezes
- Não se acostume -disse antes de sair do carro e fechar a porta-
Parei um momento e abri a porta localizando a caixa de cigarro ali por cima.
Peguei sentindo seu olhar em mim.
- Só pra garantir -sorri amarelo dando de ombros, ele me roubou um selinho, o que me tranquilizou, porque se ele fosse implicar em deixar isso nas mãos dele íamos brigar-
Fechei a porta novamente e amassei a caixa em minhas mãos.
Respirei fundo com o sorriso mais idiota do mundo, me sentindo novamente a Melissa de anos atrás, aquela menina apaixonada que não se importava com o mundo.
Eu a invejava-a.
O vidro do carro abriu me tirando do meu desvaneio.
- Mel -ele me chamou, me abaixei subindo no meio fio e apoiando minhas mãos no joelho- Eu prometo que não vou mais fumar se você prometer que vai me esperar
- Oi? -perguntei sem entender do que ele estava falando-
- A pergunta -ele disse. Demorei alguns segundos para associar- Me diz que me espera
- Eu esperei até agora não?! -olhei para o chão evitando seu olhar e acenei indo em direção ao prédio-

Já se passava das cinco da manhã e o Sol preguiçoso de Santos começava a apontar no horizonte.
Tinha acabado de tomar um banho e estava encostada na janela do meu quarto emprestado.
Eu adorava observar essa cidade.
Os prédios que tomavam conta de todo o espaço. A noite tão iluminados e de madrugada se vê poucas luzes acesas.
Pouco movimento para uma cidade movimentada.
As ruas conhecidas pelo seu fluxo contínuo também tinham seu tempo de sossego, embora raros.
Era assim que nós éramos.
Todo dia era guerra mas havia uma hora que dávamos uma trégua, um tempo curto mas precioso.
Um tempo para recarregar.
Um tempo pra ficar em paz.
Um tempo para nos encontrarmos.

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Caras leitoras do meu coração:

Demorei mas postei.
E não, eu não vou abandonar kkk’
Deu uns bons problemas aqui. E muitos.
Um deles é os estudos que estão tomando todo o meu tempo e o outro é que estou sem notebook desde de uns bons meses. 
Meu notebook queimou em uma das chuvas que deu aqui e não tem concerto. Novamente meus capítulos que estavam prontos foi para o lixo e estou sem meio para postar.
Mas não adianta chorar pelo leite derramado não é?!
Eu, então, não tenho nada mais pronto, e vou ter que escrever em uma Lan House.

Nossa Jess, então por que você não escreveu antes?

Porque minhas lindezas, não tem nenhuma Lan House perto da minha casa, a única que eu conheço fica a 45 minutos e como eu disse tem muita coisa tomando meu tempo, e eu demoro pra escrever, to tendo que escrever no caderno pra depois digitar e editar, ainda assim demora..
Graças ao feriado e a visita na casa da minha tia eu consegui roubar um pc e postar hoje kkk'
Mas.. pretendo não demorar tanto de novo porque o pior é tomar coragem depois a história flui...
Enfim.. Desculpem a demora e até o próximo ;)
Lidi: Espere os próximos capítulos haha’ outro baby? Será?
Jubs: Quando eu volto tu some, quando tu volta eu sumo.. hahaha’ To junto esse casal bjoos
Tati: Vai ter #MelMar sim kkk’ chega de sofrimento
Sara: Eai, gostou da fofura do casal? Kk’
Tuga: Sim, eles merecem muito, o casal que sofre kk’
Queila: E como ela merece kkk’
Luiza: Eles merecem ser feliz !! Chega de maltratar os coitados kkk’
Moreco: Seus exames do coração estão em dia? Acho bom você se preparar porque tem muita bomba para estourar ainda kkk’ beijos Dani <3
Njr ousado: Já passou da hora né amor!? Kkk’
Carol: Essas duas merecem uma passagem só de ida pra puta que pariu isso sim kkk’ Capitulo #MelMar pra vocês kkk’ bjoos
Lavínia: Promete que não vai me matar mesmo? Kkk’ bjoos
Letícia: Bem vinda Sunshine <3 Espero que continue acompanhando o blog e que goste da história. Obrigado por tudo ;) Enfim.. as sua perguntas: A fic não tem um tempo exato, quando eu comecei a escrevê-la foi quando o Neymar foi pro Barcelona mas aí ocorreu uns problemas e eu reescrevi e comecei a postá-la de novo ano passado, mas o correto seria em 2013 por aí.. Lembrando que nessa fic não tem o Davi. O Matheus (agora) está com cinco anos por isso ainda não está em uma escola, até porque a casa dele ainda é em Barcelona, mas calma que logo logo ele vai kk’ se você tiver mas perguntas pode fazer tranquilo okay?! Obrigado amor e qualquer coisa é só chamar J bjoos
Caah: Finalmente chegou o dia que o jogo foi aberto kkk’ bjos




Anônimos: Deixem o nome nos comentários bjoos

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