segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Cap.13 "Fujo dos amigos, tento me esconder. Gosto deles, mas amo você"


Sou seu confidente, não vai ser pecado
Seu melhor amigo virar namorado
Pode ser estranho, mas vai perceber
O quanto eu gosto de você
  
- Melhor Amigo - Turma do Pagode - 

~Neymar POV~

Eu tinha beijado ela de novo e não me arrependia. Pelo contrário, saí de lá querendo mais e merecia um soco por causa disso. Meu Deus qual é o meu problema?
Eu quase arrancava meus cabelos de tanto puxar enquanto meus pés me encaminhavam para o quarto onde a Taís tinha entrado antes. Bati na porta com uma força desnecessária que até eu me assustei e esperei que alguém abrisse enquanto tentava por meus pensamentos em ordem e pensar no que falar ou ao menos tentar controlar meu nervosismo.
Logo ouvir a porta sendo destrancada e sendo aberta. Taís estava aparentemente assustada com minha violência contra sua porta e me olhava como se perguntasse 'O que ela te fez?' mas ao mesmo tempo admirada por ser eu quem a batia
- O que quer? -quase gritou retirando os fones de ouvido muito altos e arqueando uma sobrancelha-
- Hum, é que.. -gaguejei apontando pra porta do quarto da Mel- a Melissa, ela ta mal -levantei um ombro como se isso não importasse, mas a minha voz e o meu desespero ao esmurrar a porta dela dizia totalmente ao contrário. Eu me importava, muito, e se o Gui estivesse aqui ele iria me dar um murro, com razão-
- Eu sei Junior, eu tava lá
- Não, você não entende! -exclamei exagerado demais e ela deu um pulo para trás- Ela ta doente!
- Você é médico agora? -perguntou rindo-
- Vai lá e vê -apontei pra porta novamente- Droga Taís, ela ta com febre! -ela abriu a boca para me responder mas meu celular se adiantou e começou a tocar. Maldita hora.
Taís me olhou e seguiu pro quarto da Mel enquanto eu peguei o celular barulhento do meu bolso olhando pra tela. "Bru" -atendi-
- Oi -disse sem me importar se estava sendo seco-
- Oi preto, tudo bem? -dava para perceber no seu tom de voz que estava desconfiada-
- Tudo Bru e você? -olhei em volta do corredor para ver se ninguém estava escutando a conversa mas a porta do quarto da Mel já estava fechada-
- Tô bem.. Aconteceu alguma coisa Junior? Onde você ta? Eu e a Rafa acabamos de chegar
- Não -exclamei- Ta tudo bem, eu to.. -pensa Junior- .. no Gil
- Ah, bom, não demora te esperando -disse cautelosa-
- Aham, já eu aí! Tenho que desligar preta, tchau beijos
- Tchau preto beijos
Tinha me esquecido que elas chegavam do Rio hoje. Me apressei em mandar uma mensagem pro Gil dizendo que se alguém perguntasse se eu estava na casa dele hoje ele teria que confirmar. Nem esperei sua resposta e decidi ir pra casa o mais rápido possível ignorando minha vontade de ir me despedir dela. Enquanto me despedia do Matheus, Taís desceu apressada pra cozinha e subiu novamente. Pedi desculpa pro meu filho e prometi que veria ele no fim de semana, meu coração se apertou quando saí pela porta vendo-o acenando pra mim. Eu o Amo!


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~Mel POV~

Eu só podia estar delirando, o perfume dele ainda está aqui e meu lábio está formigando onde ele mordeu, onde ele tocou..
Taís foi buscar um remédio e me deixou debaixo do chuveiro frio, frio não era bem a palavra certa.. Seria então congelante porque eu achei que iria realmente congelar debaixo daquela água, mas ou era isso ou eu iria para o médico e eu odeio hospitais, então...

- Mel, ta melhor? -Taís entrou no quarto trazendo uma tigelinha nas mãos enquanto eu terminava de colocar minha calça jeans que eu tinha escolhido para viajar e apressava o Matheus no banho- O que ta fazendo? -deixou a tigelinha em cima da cômoda do outro lado do quarto e veio na minha direção-
- Me arrumando?! -dei de ombros e caminhei pra mala tirando meu all star e ela veio atrás batendo o pé-
- Você vai mesmo viajar? -Taís não gostava de ser contrariada e insistente como ela é, ficou mais de uma hora tentado me fazer ficar mais um dia, mas não era um mal estar que iria me fazer ficar. Eu estava indo para o meu refugio, pra minha paz, pra minha vida de volta, no meu aconchego e na minha tranquilidade eu realmente precisava ir-
- Eu preciso ir Taís -ela revirou os olhos- Pelo amor de Deus, eu não aguento mais ficar aqui, se eu ficar mais um dia eu explodo! -sentei na cama com o tênis na mão- Anda logo Matheus! -gritei novamente pra ele-
- Acabei ! -Matheus gritou de volta e eu ouvi o chuveiro sendo desligado-
- Ta legal.. Eu liguei pra minha mãe e ela chega em meia hora, eu trouxe uma sopa de cebola, ela disse que era bom você tomar
- Obrigado, mesmo  -sorri em agradecimento e ela assentiu em silêncio- Taís eu tô bem, não era nada! -tentei tranquilizar mas ela parecia não acreditar-
- Você tava queimando em febre! Você deveria ir ao médico não viajar!
- Eu prometo que quando eu chegar lá eu vou
- Mãe -Matheus saiu do banheiro tentando se enrolar na toalha e parou quando viu a Taís- Por que meu pai foi embora rápido?
- Não sei -dei de ombros e fui até a mala pegar uma roupa pra ele-
- É, ele tava estranho -Taís continuou e eu gelei- Ele bateu no meu quarto desesperado e depois que recebeu uma ligação foi embora
- Hum.. -murmurei e entreguei uma calça e uma camiseta pro Matheus- Usa essa! -ele foi pro banheiro se trocar e eu senti os olhos da Taís pousarem sobre mim. Droga, como ela consegue ser tão.. Taís?!-
- Mel, como ele sabia que você tava com febre? -antes que eu pudesse responder ela mesmo parecia ligar os pontos e continuou falando- Ele veio no seu quarto -me olhou séria enquanto eu terminava de fazer uma trança no meu cabelo para ver se controlava meus fios armados- Vocês se.. beijaram? -não era bem uma pergunta que eu queria responder, ainda mais para a Taís e quando ela já sabia a resposta. Eu concordei com um aceno- Eu não acredito.. -ela estava boquiaberta e dava pra ver no seu rosto que ela realmente não esperava isso, bom nem eu não esperava, não depois da briga de ontem-
- Tem alguém em casa! -ouvimos gritos vindo lá de baixo e nos entreolhamos assustadas tentando reconhecer de quem era a voz-
- Tio Lucas! -Matheus saiu do banheiro saltitando ao reconhecer a voz que eu e a Taís ainda estávamos tentando associar-
- Você não vai escapar tão fácil! -Taís disse antes de sair do quarto e eu revirei os olhos-
Não tenho que explicar nada porque nem eu sei ao certo porque eu tinha beijado ele.
"Deixa eu cuidar de você?"
Sua voz, sua boca próxima da minha, sua respiração quente, nossos rostos colados, seus olhos hipnotizantes, seu perfume embriagante e eu já estava ofegando, com os olhos fechados relembrando aquele momento.. Burra, Burra, Burra!! É isso que eu sou..


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Matheus estava agarrado na minha mão direita enquanto andávamos para o portão de embarque. Taís estava do meu outro lado, caminhando comigo com o braço no meu ombro e os olhos lacrimejados, Por Deus, eu volto no fim de semana!
- Você não vai chorar vai? -perguntei assim que paramos enfrente ao portão e ela me ofereceu um sorriso de lado não muito convensente- Até parece que nunca ficou longe de mim.. -ri fraco e ela me companhou-
- Não é isso, é que.. Sei lá, odeio despedidas -deu de ombros e eu a abracei-
- Obrigado por tudo aqui e eu volto no fim de semana pra te buscar -murmurei e nos soltamos-
- Ta bom, e vê se vai no médico! -revirei os olhos- Tchau amorzinho! -abraçou o Matheus- Cuida da sua mãe!
- Pode deixar Tia! -sorriu e se soltaram-
- Ultima chamada: Atenção Senhores passageiros do voo 445 com escala em Barcelona compareçam ao último portão de embarque -aquela típica voz de aeroporto me chamou atenção. Estava na hora-
- Tchau Taí! -dei um último abraço nela e acenei pro povo que estava lá atrás, minha mãe, o Lucas, o Gil e a mãe da Taís e segui pro portão para embarcar..


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- Querida!! -Bete gritou deixando de lado a faca que estava na sua mão e vindo em minha direção assim que eu entrei na cozinha do Luky's- Quanto tempo -sorriu me abraçando-
- Só foi um fim de semana Bete -sorri de volta e ela olhou pro Matheus que estava tentando se esconder atrás de mim- Espero que você não se importe, é que ele não tinha com quem ficar -levantei um ombro como se pedisse desculpas e puxei o Matheus para frente- Fala oi -murmurei autoritária-
- Oi -ele estava encolhido morrendo de vergonha agarrado a mim-
- Oi querido, sem problemas Mel ele é um amorzinho -disse bagunçando o cabelo dele-
- Cadê todo mundo? -estranhei de não ter ninguém ajudando ela porque já estava quase na hora de abrir-
- Aah! Luky está vindo, hoje era só eu e ele mas já que você veio -sorriu voltando a pegar a faca e continuar o que estava fazendo antes da gente chegar- E seus pais, estão bem? -perguntou enquanto eu fui no quartinho trocar de uniforme com o Matheus na minha sombra-
- Estão -voltei a cozinha colocando aquele boné ridículo e guardando minha fiel caderneta e minha caneta do bolso do uniforme- Marcos se acidentou mas vaso ruim não quebra né?! -puxei uma cadeira pro Matheus  no canto da cozinha para não atrapalhar, mesmo sabendo que aquilo não seria o suficiente para ele em uma noite- Matheus, fica aqui por enquanto -chamei e ele sentou sem reclamar- Quem vê pensa que você é assim -deixei um beijo na sua bochecha-
- E sua mãe está bem?
- Tá, não sei como ela consegue aguentar aquele homem -revirei os olhos só de pensar naquele monstro que eu chamava de pai- Aah Bete -exclamei ao me lembrar- Desculpa por ter te deixado na mão esse fim de semana e.. Eu terei que voltar pro Brasil na sexta de novo -ela me olhou sem entender e eu tratei logo de explicar- Então, o pai do Matheus mora lá e, você sabe, ele não conhecia o Matheus e aconteceu que..
- Você contou? -ela parou novamente e me olhou, parecia estar feliz, ela sabia de toda a história e sempre me disse pra pegar uma passagem e ir contar logo pra ele- 
- Eu acabei contando pra ele e agora ele quer que a família conheça o Matheus 
- Você não devia nem ter voltado Melissa! -me repreendeu apontando a faca- Ora essa, é claro que você pode ir -sorri aliviada soltando a respiração que eu nem havia percebido que estava prendendo-
Ouvimos o típico barulho da campainha que indicava a chegada de um cliente e nos assustamos porque estava fechado, quando eu ia dizer alguma coisa vi Luky mudando a plaquinha de 'Tancat' (Fechado) para 'Obert' (Aberto). Passei a mão no meu uniforme amarrotado que antes era branco mas agora estava meio amarelado por ser velho, dei uma ajeitada no cabelo e estava pronta para mais uma noite de trabalho, estaria mentindo se dissesse que não sentia saudade disso, na verdade eu amava o que fazia..

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Já se passava das três da madrugada, Matheus já se sentia de casa e ajudava a Bete enxugando a louça na cozinha enquanto tagarelavam sobre o pai dele, não sei onde esse menino arranja tanta energia, eu estava morta e não via a hora de chegar em casa.. Acabei de limpar a última mesa e comecei a varrer o chão enquanto o Luky conferia o caixa e o último freguês ia embora. Eu só pensava em chegar em casa e dormir, minha cabeça tava confusa por conta do fuso horário e meu corpo todo estava pesado, eu precisava descansar.

- Matheus sossega! -repreendi ele novamente por estar correndo no meio das mesas enquanto eu erguia as cadeiras e limpava o chão-
- Melissa, pode ir vocês devem estar cansados! -Bete disse terminando de limpar a cozinha e Luky foi embora-
- Já estou terminando! -lancei o meu olhar bravo pro Matheus e ele quietou enquanto eu terminei de limpar. Lavei o pano e depois fui tirar meu uniforme- Bete, já posso ir?
- Claro, eu também já vou -tranquei a porta do quartinho e chamei o Matheus enquanto a Bete apagava as luzes e trancava a lanchonete. Matheus se encolheu quando o vento frio lhe atingiu e eu entreguei sua jaqueta- Parece que tem companhia Mel -Bete olhou para um carro prata parado ali em frente, era o Caio- Não esperava? -eu devia ter feito uma cara de surpresa bem engraçada pela gargalhada que ela deu- Dê uma chance para ele hug?!
- É complicado Bete -sorri de lado encarando meus pés não gosto desses assuntos, Caio é um cara legal mas..-
- Você tem que se abrir Mel e deixar o passado para trás -disse acariciando meu rosto e eu assenti mesmo não tendo a certeza disso-
- Caio é meu amigo Bete!
- Porque você quer! -dito isso ela soltou beijos no ar e entrou numa portinha ao lado do Luky's, ela morava em cima da lanchonete e por um bom tempo eu morei na casa dela, era simples, ajeitada e aconchegante como eles eram.
Caio abaixou o vidro do carro abrindo um sorriso enorme, soltei a mão do Matheus para por meu casaco. As noites em Barcelona nessa época do ano eram realmente frias e nem meu casaquinho de lã estava dando conta.
- Tio Caio! -Matheus sorriu acenando freneticamente para o homem do carro que sorria de volta-
- Pequeno Ma! -Caio saiu do carro elegante como sempre. Estava com uma calça jeans de lavagem clara, uma camiseta branca que agarrava no seu corpo, uma jaqueta por cima, um cachecol em volta do pescoço e seu típico chapéu fedora preto. Estava bonito tenho que admitir, na verdade ele é bonito, não é aquele cara musculoso, forte e sarado que faz academia. Caio era alto com cabelos castanhos, era magro mas não tanto, ele corria todas as manhãs e fazia alguns exercícios que ajudavam a delinear seu corpo, ele gostava de se cuidar e eu aprovava isso..
- Não gostou da surpresa? -balancei minha cabeça expulsando esses pensamentos impróprios que eu estava tendo e me repreendi por estar pensando nisso agora, justo agora- Pode parar de morder o lábio e me responder? -Droga! Ele estava rindo de mim e era uma gargalhada tão boa que eu acompanhei meio sem graça-
- Claro que eu gostei, só não esperava
- Por isso se chama surpresa né?! -fui surpreendida com um abraço acolhedor do Caio e me permiti abraça-lo de volta me aconchegando em seus braços e sentindo seu perfume cítrico delicioso- Senti sua falta -disse desfazendo o abraço- E desse malinha também -bagunçou o cabelo do Matheus que protestou- Vamos, vou levar vocês! -educadamente ele deu a volta no carro junto comigo e abriu a porta, eu sorri sem graça por não me acostumar com esse jeito dele e achar desnecessário mas no fundo eu gostava disso. Ele fechou a porta e ajudou o Matheus a subir no banco de trás, deu a volta e entrou no carro- Já sei o que vai dizer.. -sorriu dando a partida-
- O que? -desafiei arqueando a sobrancelha-
- Não precisava disso -ele e o Matheus disseram em juntos e riram-
- Ei! Não era isso -me fingi ofendida- Eu iria perguntar como soube que eu estava no trabalho -apontei a língua pra ele-
- Taís me ligou e disse que você não estava bem e me mandou cuidar de você -revirei os olhos. Taís e sua preocupação desnecessária- Depois liguei para a Bete e perguntei se você estava trabalhando e mandei ela me dar um toque assim que você fosse sair
- Que complô -ri olhando pro Matheus que estava deitado no banco- 
- Taís disse que você ia no médico.. -eu conhecia aquele olhar dele, Caio estava preocupado mas me conhecia demais e sabia que eu não tinha ido- Vou te levar amanhã! -decidiu virando na rua da minha casa-
- Caio eu tô bem! Não foi nada! -tentei protestar-
- Ela disse que você estava mal e com febre Melissa, eu te levo!
- Eu já estou melhor 
- Você parece exausta!
- É por causa da viagem, da correria. Eu prometo que se eu não estiver bem amanhã eu vou
- Você também prometeu pra Taís! -revirei os olhos mas ele estava certo-
- Mas eu estou bem, é sério! -ele assentiu em silêncio e estacionou em frente a casa saindo do carro em seguida e abrindo minha porta- Não precisava -ele sorriu e abriu a porta do Matheus que estava quase dormindo- Vem filho -ele protestou no inicio mas se levantou e desceu, depois de um dia tão cheio nem ele não estava aguentando. Peguei ele no colo e acariciei seus cabelos-
- Amanhã, eu vou deixar avisado com a minha mãe e você deixa ele lá
- Caio não precisa..
- Melissa só faz isso -pediu- por ele
- Ta legal -dei por vencida até porque essa rotina de dormir tarde e essa correria de lanchonete não ia fazer bem pro Matheus- Obrigado
- Que isso, amanhã eu passo aqui depois do trabalho
- Caio você trabalha amanhã cedo! -bati com minha mão livre em seu peito de leve para repreende-lo pro estar acordado até tarde por minha culpa-
- Eu sei Mel -riu- Relaxa -seus braços me envolveram novamente com um pouco de dificuldade pelo Matheus estar no meu colo e ele se distanciou deixando um beijo no topo da cabeça do Matheus e um beijo na minha testa- Se cuida!
- Se cuida -repeti acenando enquanto ele entrava no carro e dava a partida. Eu segui abrindo o portão com um pouco de dificuldade e entrando na minha casa. Eu precisava descansar, estava morta!

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Sexta-Feira...

~Neymar POV~

Estávamos o bonde todo reunido na minha casa pra um churrasquinho depois do meu treino, as mulheres estavam na piscina enquanto eu, o Gil, o Gustavo, o Guilherme e o Jota subimos pro quarto de jogos pra jogar um poker

- A Mel volta hoje? -Gil perguntou me olhando e eu dei de ombros irritado- Ela não falou? -insistiu e eu bufei-
- Falou Gilmar, deve chegar amanhã -disparei e eles me olharam intrigados como se perguntassem "Que bicho te mordeu?" e nem eu mesmo sabia, só fico assim quando tocam o nome dela, até porque me prometi que não vou me deixar levar mais. Ela me perturbou a semana inteira, não que ela queria mas minha cabeça me obrigou a ficar lembrando dela e eu obriguei minha cabeça a esquece-la e odiá-la-
- Ei! Essa Mel é a irmã do Lucas? -Gui perguntou e eu revirei os olhos deixando as cartas em cima da mesa e me jogando na poltrona com meu celular-
- É -Gil respondeu porque se dependesse de mim iam ficar sem resposta-
- Aí ela é mô gatinha -Gustavo pronunciou e eu bufei me levantando-
- Se for ficar fofocando da Melissa as meninas estão lá em baixo -eu estava nervoso, eu sentia meu sangue fervendo e piorava mais por não conseguir me controlar-
- Ei calma aí.. -Jota levantou por precaução se pondo na minha frente- Relaxa Junior
- É Dude, porque você fica assim quando fala dela? -Gui perguntou, olhei impassível pra ele e me fiz essa pergunta mentalmente. Ela não tem nenhuma ligação comigo a não ser o Matheus e o passado, mas, o passado ficou para trás e o que ela fez.. Bom, ela vai pagar, mas isso é com ela e não com eles, então, porque eu estou agindo como um idiota?-
- Aí, vamos deixar a Melissa pra lá né?! -Gil interrompeu de novo e eu me aliviei-
- Melissa? -Gustavo perguntou com uma cara estranha- Melissa era o nome da .. -ele parou e olhou pra mim com os olhos arregalados e eu intendi a sua conclusão-
- Minha ex? -perguntei rabugento- É! -afirmei e eles me olharam boquiabertos-
- Sua primeira namorada! -Gustavo continuou e riu. Num instante todos estavam rindo mas eu não intendi a graça e continuei impassível-
- Então você está dizendo que a mina gata da Balada é a sua ex de quatro anos atrás? -Gui perguntou e eu, mais uma vez concordei- Caralho ela ta.. -cerrei meus olhos- Diferente
- Mas mano ela mora em Barcelona -Gustavo me olhou como se não intendesse- Aí! Aquele dia da festa em Barça, vocês se viram? -neguei intrigado e curioso para saber onde ele ia parar com essa história-
- Por que? -perguntei curioso-
- Hum.. A gente foi numa lanchonete ou barzinho -Gustavo continuou falando mas eu me lembrei do que se tratava e cortei ele-
- Aah! Sim, eu vi ela lá!
- Porra mano é verdade -Jota se pronunciou- Você até falou o nome dela no avião.. Mas, eu não sabia que ela estava por aqui..
- Eu não fui pra Barça mas eu vi ela na balada e caraca, ta gostosa! -Guilherme e seus comentários idiotas que me fazem querer quebrar a cara dele-
- Ai Dude respeita pow! -Gil mais uma vez tentando cortar o assunto ou defender a amiga querida-
- Ah mas o Junior não tem nada a ver com ela não é?! -ele me olhou desafiando e eu me segurei pra não mostrar o dedo pra ele-
- Não Guilherme, eu não tenho mais nada com a Melissa
- Quem é Melissa Junior? -Bruna estava na porta com os braços cruzados e eu me sentei de imediato na poltrona. Puta Merda!-

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Sexta por volta das seis eu já estava com tudo arrumado. Peguei todos os documentos que eu achei do Matheus e uns meus e guardei na mala. Fiz cópias de algumas fotos do Matheus quando bebê e pus em um álbum para entregar ao Neymar, achei que ele iria gostar de tê-las ou mostras a família dele mas na verdade eu estava nervosa demais e queria carregar minha casa nas costas se fosse possível..
Minha mãe me convenceu a ficar até segunda ou mais tempo se fosse necessário para acertar tudo sobre a documentação do Matheus e com a família do Neymar mas eu ainda penso em voltar no domingo anoite.
Convenci Caio a ir comigo. Essa semana ele foi muito prestativo e pediu uma folga para me acompanhar, ele sabia que eu estava nervosa com tudo isso e depois de eu pedir umas dez vezes ele aceitou e comprou sua passagem.
Matheus está pulando de alegria porque vai voltar pro Brasil e eu estou aflita pensando em como todos vão reagir a ele e a mim...

Estou sentada na última fileira de poltronas, Matheus está com a janela, eu no meio e o Caio no corredor.
O avião acabou de decolar e eu vejo a cidade de Barcelona se afastando aos poucos de mim. Fecho os olhos e Caio me acolhe num abraço aconchegante onde me perco no meio dos seus braços e no seu perfume. Ele afaga meu cabelo carinhosamente e sindo-o sorrir. Abro meus olhos e vejo o Matheus fascinado olhando pela janela, mesmo no escuro ele se distrai com as luzes das cidades abaixo de nós, sorrio e me distancio dos braços confortáveis de Caio para acarinhar meu pequeno.
Sindo que Caio me puxa para si e endureço.
- Mel.. -sussurra próximo ao meu ouvido- Você sabe porque aceitei essa viagem.. -olho pra ele intrigada para que ele continue- Por causa de você -e de repente me sinto desconfortável e me remexo-
- Caio, olha..
- Eu sei -me interrompe forçando um sorriso de lado- Eu sou apenas seu amigo -balanço a cabeça afirmando- Mas, se você mudar de ideia eu prometo que estarei aqui.. -eu sei que estará e me repreendo por te enrolar desse jeito- Uma chance Mel.. Pensa bem -ele diz isso e inesperadamente sinto seus lábios nos meus num selinho onde a admiração e o carinho falam mais alto-
Me acolho nos seus braços novamente e me permito pegar no sono...

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Oiii's violetas do meu jardim.. 
Eu ia portar no fim de semana mais eu não estava em casa então vai hoje mesmo mas aquele acordo continua okay?!
Porém esse cap. ficou maior e cheio de coisa pra correr com a história
Espero que tenham gostado e é isso minhas violetas cor de rosa
Beijo da gorda :*

Bahiana: Obrigado gata.. E esse Marcos ainda vai dar o que falar bjoos
Jub's: Juu ! Obrigado amor.. Pois é, o pai dela ta se revelando kkk' bjos
Carol: Wan.. Eles são fofos de mais bjos Cah
Dani: Mulher do céu kkk' Já quer matar o pai dela ?  kkkkkkk' Beijos amor
Thata: Obrigado flor bjoos
Alana: É muita emoção mesmo kkk' bjoos
Sara: Obrigado gata, fico feliz por estar gostando.. Seja bem vinda beijoos

Leiam também a história da Thata aqui.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cap. 12 "E só um beijo basta pra gente se entregar à emoção.."



Deixa eu cuidar de você
Deixa eu viver por você
E quem é que pode nos julgar culpados
Simplesmente somos tão apaixonados
-Deixa eu cuidar de você - Nosso Sentimento-

~Mel POV~

Nada de sono durante a noite. O Matheus dormia sereno ao meu lado enquanto eu listava todos os meus problemas e tentava encontrar uma solução para eles. Durante muito tempo eu achava que a melhor solução seria fugir mas aprendi que não é bem assim porque depois os problemas reaparecem para que você possa dar um fim neles e um probleminha que seria fácil de resolver se torna mil problemas difíceis de resolver.
Eu imagino que para o Junior também não esteja fácil, afinal, agora ele é famoso e deve prestar conta de tudo que faz para os assessores e empresários, devo ter arranjado um problema enorme pra ele, sem contar quando ele for falar com a família dele. Eu tenho um amor enorme com a Nadine, sempre admirei ela, mas agora, o que será que ela vai pensar de mim? Eu fui a culpada dela quase perder o filho, o casamento e agora apareço com um neto pra ela. Eu realmente preciso de uma semana longe daqui, porque esses três dias no Brasil aconteceram mais coisas do que quatro anos em Barcelona.

- E ai ele foi embora e disse que voltava amanhã, no caso, hoje -dei de ombros assim que acabei de contar a Taís tudo o que aconteceu ontem depois que ela saiu para ir no casamento e eu me arrependi profundamente de não ter aceitado o convite e ido-
- Meu Deus! -disse pasma com as mãos tapando a boca- Eu falei pra você ir comigo! -deu de ombros e eu joguei o travesseiro que eu estava abraçada, nela- Mas na moral, ainda bem que vocês se acertaram..
- "Se acertaram"?
- Que você falou pra ele que ele é Pai do Matheus -corrigiu-
- Isso passou longe de "se acertar", eu acho que ele vai soltar isso na imprensa
- Mas é lógico né Melissa?! Isso você pode ter certeza!
- E aí?! Como que eu fico depois? -perguntei gesticulando com a mão demonstrando toda minha dúvida-
- Você vai ter que se acostumar com tudo isso -deu de ombros- Tudo vai se resolver Mel, não precisa ficar aflita, não vai ser fácil mas também não vai ser impossível. Quanto mais rápido vocês esclarecerem isso melhor.
- Eu sei mas.. -fui interrompida pelo meu celular tocando, levantei um dedo pra Taís indicando um minuto e saí do quarto para atender o telefone- Oi mãe!
- Oi Mel! -disse empolgada- Ta tudo bem?
- Ta e ai? -escorei na porta do banheiro de frente ao quarto que eu estava sendo hospedada-
- Tudo bom, você sumiu, não veio mais me ver..
- Ah sim, é que andou acontecendo algumas coisas aqui, eu vou passar aí atarde
- O que aconteceu Mel? -questionou preocupada-
- Mãe, eu não vou falar por telefone, mas fica tranquila
- Ta bom, vai trazer o Matheus? -disse esperançosa e eu revirei os olhos pela resposta ser óbvia-
- Acho que você sabe a resposta..
- Melissa eu quero ver meu neto! -exclamou-
- Venha aqui e veja ele, afinal, nós vamos embora hoje a noite
- E você com esse seu orgulho não vai deixar seu pai ver seu filho?
- O Matheus ta aqui pra quem quiser ver -disse tentando controlar meu nervosismo, mas na verdade eu queria dizer que não, eu não quero que aquele homem chegue perto do meu filho-
- Melissa larga de ser orgulhosa!
- Engraçado que me julgar, me chamar de orgulhosa todo mundo faz mas ele vocês passam a mão, ele é o coitado, por acaso eu saí de casa porque eu quis e foi eu que falei que não era mais filha dele.. Certinho vocês! -disse exasperada, eu já estava cansada de ser sempre a culpada da história, sempre eu que faço os outros sofrerem e ela sempre defendeu meu pai, não importa o que ele fizer-
- Melissa isso é passado!
- Pode até ter passado pra você mãe, mas as palavras eu ainda lembro muito bem
- Não guarda rancor dele Mel, ele sofreu também ta?!
- Dane-se, era o mínimo..! Olha mãe, depois eu apareço aí, tchau
- Tchau Mel, beijos e pensa bem em trazer o Matheus..
- Tchau! -disse por fim e desliguei me sentindo culpada por ser áspera com ela. Acabei descontando nela o que não devia, mas ela tinha que intender que esse assunto do meu pai me deixa irritada e eu não gosto que fiquem me forçando a fazer as coisas que eu não quero, eles tem que me entender.

Matheus estava deitado na cama vendo Cars 2 enquanto eu arrumava as nossas malas tentando imaginar quando o Neymar apareceria aqui de novo com seus insultos e suas perguntas, espero que ele tenha acreditado em mim e não fique com raiva mesmo sabendo que era uma coisa impossível, mas ele tem que intender que eu não tive escolha.. "Você podia ter avisado ele" uma voz no fundo se pronunciou e eu tratei de manda-la embora, Não, não podia, ele teria sofrido mais por não poder fazer nada. Me mantive firme nesse pensamento, eu não poderia me culpar por mais isso agora, preciso me preocupar com outras coisas, uma delas é encarar a família do Junior..

- Mãe, meu pai vai vir hoje? -Matheus me perguntou desviando minha atenção dos meus pensamento e ai eu reparei que o filme já havia acabado-
- Hum, acho que sim filho.
- Ele é seu amigo mesmo? -sentou com as pernas cruzadas me observando curioso-
- Seu.. pai? -foi estranho dizer essa palavra e se eu não me engano foi estranho pro Matheus ouvir também, mas o estranho dele foi bom e ele assentiu sorrindo amarelo- Mais ou menos. Quer ver outro filme? -mudei de assunto antes que ele comece seu interrogatório-
- Não, quer ajuda? -levantou e veio na minha direção-
- Não precisa amor, já estou acabando -deixei um beijo na sua testa e continuei dobrando algumas roupas e organizando na mala-
- Vou almoçar então -levantou um ombro sorrindo de lado e saiu do quarto
Aí eu me lembrei o quanto ele parece com o Junior. A boca, o sorriso que atinge os olhos até o jeitinho dele. E eu o amava incondicionalmente, amava dos seus encaracolados fios de cabelo até seus pés, o amava por completo e só sentia paz quando ele estava comigo. Agora eu teria que dividi-lo, entre mim e o Pai, ele não teria mais só a mim, e não precisaria de mim a todo momento, o amor dele não seria só meu, ele não confiaria somente a mim, suas perguntas não seriam só minhas, ele não contaria todos os seus segredos para mim e não aprenderia tudo comigo. Isso pode parecer egoísmo meu mas não é, estou feliz por ele ter um pai, sei que é necessário isso pro crescimento dele e para a felicidade dele, alguém que o ensine a jogar bola e converse com ele sobre as menininhas, alguém que ele jogue vídeo-game e brinque de lutinha, mas o que me doí é pensar em partilhar a guarda dele, eu não consigo ficar longe dele e essa distância atrapalha, ele não pode ficar viajando o tempo todo e eu não posso traze-lo.. Eu tenho medo do que possa ser decidido e o pior acontecer.. Eu não vou voltar a morar no Brasil..

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- Não mãe, não precisa já estou indo embora
Minha mãe terminava de lavar a louça do almoço e me oferecia comida a cada dois minutos. Marcos estava deitado e eu tratei de me sentar no banco da cozinha.
- Tem certeza? Você precisa comer Mel!
- Mãe, não faz nem uma hora que eu almocei!
- Ta bom.. Mas então me diz, que horas vocês vão? -secou a mão e se sentou junto comigo-
- Então, está marcado para uma da manhã
- E quando vocês voltam? Não vão demorar né?!
- Então mãe, é sobre isso que eu queria falar. Eu volto no fim de semana com ele
- Oi? Nesse fim de semana? -ela riu incrédula e eu assenti-
- É.. Mãe, aconteceu..
- O que Melissa? -perguntou apreensiva apertando minha mão encima da mesa-
- O Neymar foi no apartamento ontem e eu falei que ele é o Pai do Matheus -minha mãe arregalou os olhos boquiaberta-
- Você disse.. -ela ainda estava processando o que eu tinha dito e parecia não acreditar- E ele?
- Bom, a gente discutiu ai eu falei tudo e decidimos que eu volto no outro fim de semana para resolver tudo..
- Tudo o que? -dei de ombros demonstrando que eu estava tão perdida quanto ela- Meu Deus.. -do nada minha mãe olhou séria para a porta e eu acompanhei seu olhar até ver meu Pai escorado ouvindo a conversa e ela tratou logo de desviar o assunto- E a Taís vai com você hoje?
- Não -voltei a olhar pra ela e nem tentei esconder minha impresciência ao ver ele ali- Ela vai ficar e volta comigo na semana que vem -mal terminei de falar e o telefone da sala tocou-
- Ah querida, só um momento -minha mãe levantou rapidamente e saiu apressada para atender o telefone.
E restou apenas eu sentada na cozinha e ele em pé atrás de mim. A presença dele me incomodava esse era a realidade. Eu não o havia perdoado ainda, na verdade eu nem entendi o lado dele, não consegui entender o porque dele ser tão rude, frio e calculista. Eu tinha exaspero por ele, por tudo que ele fez.
- Então ele agora ele sabe? -perguntou se aproximando de mim e sentando onde minha mãe estava a pouco, deixou suas moletas no chão e continuou impassível me olhando-
- Sabe -respondi olhando para sala e vi minha mãe subindo as escadas pros quartos
Droga!
- Melissa -ele olhou no mesmo rumo que eu- vocês conversaram?
- É meio óbvio né?! -ele cerrou os olhos e parecia bufar, um arrepio subiu pela minha espinha e aquilo não era bom-
- Olha Cardoso, eu espero que você me respeite porque eu ainda sou seu Pai! -disse convicto e eu tive vontade de rir ou chorar de emoção com esse momento de Ainda sou seu pai-
- Não foi isso que você disse naquela porcaria de aeroporto Marcos! E o que você me fez passar não foi bem uma atitude de pai! -respondi sustentando o olhar frio dele-
- Dane-se o que você passou nessa vidinha medíocre, eu fiz e faria de novo, você quem estragou sua vida então não me culpe me agradeça, se não fosse por mim..
Pra mim já deu. Se não fosse por ele?
- Se não fosse por você o que? Eu estaria aqui no Brasil, talvez num trabalho melhor, com uma família melhor, com gente me apoiando, com uma vida melhor.. -alterei minha voz com a raiva pulsando em mim-
- Ora Melissa achei que sua fase de menina sonhadora havia passado.. -ele riu-
Ele queria brincar comigo, me irritar e se era isso que ele queria, estava conseguindo.
- Eu não sou igual a você. Eu não passo em cima dos próprios filhos ou mando na vida deles para ter a imagem de família perfeita -ele riu, riu da minha cara e eu tive vontade de dar um soco nele. Eu respirava sem parar como se isso fosse a solução de alguma coisa enquanto ele ria-
- Eu tenho nome no mercado, eu tenho nome na família. Isso ia manchar minha reputação -disse por fim o que eu já sabia-
- Dane-se a sua reputação -espremi os olhos exasperada-
- Você não vai voltar pro Brasil vai? -perguntou calmamente-
- Eu não volto pra cá porque não quero olhar pra essa sua cara mas até faria um esforço pra ver essa tua máscara de bom moço cair de ante dos outros -respondi com meus dentes travados quase num sussurro-
- Cuidado menina..
- Vai me ameaçar agora?
- Não, de modo algum, só não quero que se meta -levantou um ombro sorrindo-
- Eu quero distância de você -me mexi na cadeira tentando relaxar mas era impossível-
- É assim que você fala com seu próprio pai? Eu deveria te dar umas palmadas
- Encosta um dedo em mim e eu não respondo por mim -disse com o dedo apontado pra ele e os dentes cerrados-
- Calma, estava brincando -e ele riu de novo de mim, meu sangue fervia e meu inconsciente me pedia pra matar esse filho da puta. Ele pegou as moletas do chão e pôs-se a levantar- Só pra te avisar quando você for falar com os seus sogrinhos, eu e sua mãe dissemos que você tinha ido estudar como para toda a família.. -deu de ombros e foi caminhando pra sala enquanto minha mãe descia tagarelando no telefone-
- Bela mentira -retruquei sorrindo-
- Eu sei, melhor do que falar que você tava grávida -ironizou e saiu rindo-
- Vai se foder -juntei minha bolsa que estava escorada na cadeira e me levantei pronta para ir embora-
- Já vai? -minha mãe entrou na cozinha sem que eu nem estivesse visto-
- Já mãe, se você quiser passar lá pra ver o Matheus fique a vontade, eu tenho umas coisas pra fazer ainda hoje
- Tudo bem, talvez eu passe pra ver meu netinho mais tarde
- É, fala pro Lucas te levar.. -dei de ombros e fui saindo- A final, onde ele está?
- Saiu com uns amigos -revirou os olhos e eu sorri-
- Bom, eu vou indo -deixei um beijo no seu rosto e ela me acolheu com um abraço maternal bem forte que eu me senti protegida, acolhida e amada-
- Cuidado Mel, não esqueça de mim hen?!
- Nunca mãe.. -sorri me despedindo e fui saindo até uma voz arrogante me chamar atenção-
- Manda um beijo pro meu neto Melissa -Marcos disse deitado no sofá, sem perceber meus olhos estavam nele e eu o estrangulava por pensamento-
- Não! -bati a porta e saí antes que acabasse explodindo ali mesmo. Entrei no primeiro táxi que vi já não aguentando as lágrimas nos olhos. Mal falei o endereço ao taxista e senti meus olhos transbordando, não sabia exatamente porque estava assim, se era por aquele homem, pelas palavras cruéis dele, pela minha mãe.. Eu não esperava isso dele, eu sempre soube o real motivo dele me mandar pra Espanha mas ele foi cruel e rude, ele deixou claro que não se importa comigo nem com ninguém a não ser sua preciosa reputação de merda! Minha mãe não merece estar com um homem calculista que não a ama, que não se importa com ela, que manda em tudo, controla tudo pelo bem da imagem dele. Ela merece amor, ela merece carinho, paz, tranquilidade. Ela tem que tomar as próprias decisões, mas ela é cega, não vê o que ele faz, não vê o que ele é, e mesmo assim faz tudo por ele, deixa de viver para viver para ele, deixa suas vontades de lado para fazer as vontades dele, isso não é viver, isso não é casamento é uma prisão e ela precisa ser liberta desse monstro..
- Prontinho -o taxista se pronunciou sem graça assim que chegamos no endereço indicado, ele me olhava receoso. Tratei de limpar meu rosto rapidamente- Hum, deu R$14,90 a corrida -assenti e tirei o valor da minha carteira entregando-o e saí rapidamente, estava chovendo e eu estava tão dispersa que nem havia percebido antes, o vento forte batia contra minha pele e eu achei que iria congelar. Subi no prédio correndo, as mudanças de clima de São Paulo me surpreendem, abri a porta e me deparei com uma cena espetacular que me fez paralisar e ficar absorvendo toda essa alegria. Matheus e Neymar gargalhando no tapete da sala, aparentemente o Junior fazia cosquinhas no Matheus mas assim que ouviram a porta eles pararam e eu parei junto implorando para que continuassem.
- Mel, você tava chorando? -estava tão dispersa no momento deles que nem tinha percebido que a Taís estava ali, ela me abraçou rápido e segurou meu braço me trazendo para dentro- Você está gelada! -disse apertando meus braços e me puxando para cima- Aconteceu alguma coisa Mel? -disse por fim quando entramos no quarto-
- Aquele monstro do Marcos! Ele me odeia! -exclamei pegando minha toalha pra tomar um banho, estava com frio e tremendo-
- Ele não te odeia Mel, ele te ama só que não demonstra
- Não Taís! Você não entende! Ele me odeia, ele me disse coisas horríveis, ele me desafia, ele ta pouco se fodendo pra minha vida! -gritei como se isso fosse fazer ela entender mas acho que era mais para me libertar, eu precisava de falar isso com alguém-
- Calma Mel -disse se levantando e me abraçando.
Quando dei por mim já estava em lágrimas novamente. Eu adquiri uma repulsa por esse homem- Toma um banho e se acalma -ela disse me soltando e foi o que eu fiz, tomei um banho quente como se isso fosse lavar minha alma, lavar todos os vestígios e lembranças ruins mas eu sabia que quando saísse por aquela porta tudo ia voltar..

- Ta melhor? -Taís perguntou sentada na cama me aguardando, eu saí do banheiro com a toalha enrolada no cabelo e sentia minha cabeça pesada tão quanto meus olhos, ainda sentia calafrios pelo corpo mas assenti pra ela indo secar o cabelo. Pela janela vi que a chuva havia piorado, estava forte e eu rezava para que ela parace a tempo de pegar o vôo. Depois de seco prendi meu cabelo num coque e caminhei para debaixo das cobertas- O que aconteceu pra te deixar assim?
- Ele é horrível, eu nunca esperei isso dele -e as lágrimas já voltavam mas eu prometi que não choraria mais e ordenei para que elas sumissem- Ele disse que minha vida era medíocre e que faria tudo de novo por causa da reputação dele..

~Neymar POV~

Estava brincando com o Matheus, quer dizer, com meu filho quando a Melissa apareceu pálida na porta, ela estava com os olhos vermelhos e um pouco molhada por causa da chuva que caia lá fora. Ela estava arrepiada e tremendo de frio, eu fiz menção de levantar e ajuda-la mas a Taís foi mais rápido e eu me repreendi por pensar em abraça-la para tira-la do frio, elas subiram e eu precisava falar com ela mas continuei ali brincando com o MEU filho. Depois de mais ou menos meia hora eu decidi subir, acho que já deu tempo delas fofocarem o suficiente, falei pro Matheus que ia conversar com a mãe dele e ele ficou vendo desenho deitado no sofá. Subi as escadas e tinha umas cinco portas fechadas mas foi fácil achar o quarto que elas estavam, dava pra ouvir elas conversando mas pelo jeito não era uma boa hora pra mim interromper, fiz menção de descer mas eu conseguia ouvir claramente o que elas falavam, ou melhor, o que a Cardoso falava, e não era boa coisa..
- Ele disse que faria tudo de novo por causa da reputação dele, ele disse com todas as palavras, disse que uma filha grávida ia manchar a reputação dele
Ela estava falando do Pai dela?
- O que? O Marcos disse isso Mel, você tem certeza? -Taís perguntou e eu tive certeza, era aquele velho que tinha feito a Mel ficar assim, aquele velho que me odiava, que fazia de tudo pra me afastar dela, era verdade, ele quer tirou ela de mim-
- Taís! -exclamou com a voz irritada- E disse mais, perguntou se eu ia morar aqui no Brasil, com certeza pra ele inventar mais uma mentira pra não manchar a reputação dele. Ele me disse que contou pros pais do Junior que eu tinha ido estudar, essa foi a mentira que ele arranjou, agora eu vou chegar na casa deles e dizer o que?
- Que seu pai mentiu..
Mas não foi ele quem disse isso..
- Minha mãe foi junto -Mel completou meus pensamentos- Ela mentiu por causa dele, eu não vou fazer isso com ela, não posso falar que simplesmente mentiram! Ela ama meu.. -ela parou e eu fechei minhas mãos em punho- o Marcos -corrigiu e eu queria socar esse filho da puta- ela fez isso por ele, porque ele pediu e eu não posso fazer isso com ela
- Mas Mel..
- Não Taís, minha mãe não tem culpa! Me deixa sozinha por favor? -pediu e eu continuei parado até ouvir um barulho na porta.
Eu estava no meio do corredor e entrei na porta atrás de mim agradecendo por ser um banheiro, Taís passou e entrou na porta ao lado, acho que é seu quarto e o fechou em seguida, dei uma olhada pra ver se não tinha ninguém e quando percebi estava abrindo a porta do quarto dela devagar. Mel estava deitada com o edredom cobrindo até seu rosto, aparentemente estava encolhida. Eu fechei a porta devagar para não fazer barulho e fiquei parado por longos minutos observando-a, como ela respirava, as vezes se mexia e eu temia ser pego ali, mas ai ela começou a tremer, parecia com frio, então me aproximei e sentei na cama. Com o movimento na cama ela percebeu minha presença e me olhou assustada, parecia mais triste e exausta, seus olhos estavam vermelhos e fundos, sua boca num tom rosado forte e realmente ela tremia
- O que faz aqui? -perguntou fraca-
- Você ta bem? -perguntei meio sem jeito-
- To, veio brigar comigo?
- Não vim brigar com você, vim dizer.. -o que eu vim fazer aqui?- Melissa você ta com frio?
- Um pouco, por favor me deixa sozinha -ela se virou de costas pra mim teimosa como sempre e eu deitei ao seu lado me cobrindo também-
- Eu ouvi a sua conversa com a Taís -admiti meu ato sapeca de ouvir as conversas dos outros- Desculpa -dei de ombros mesmo sabendo que ela não viu-
- Ótimo, agora você deu de ouvir os outros atrás da porta -disse puxando o edredom pro lado dela-
- Eu acredito em você Mel -as palavras saíam sem que eu percebesse- Vai dar tudo certo com meus pais -ela virou me olhando assustada, senti o calor do seu corpo perto de mim, até que sua pele se chocou com a minha, ela estava quente, não o normal, era muito quente. Automaticamente ergui minha mão e encostei em sua testa- Você ta quente! -ela recuou mas depois cedeu- Melissa você ta com febre! -constatei mesmo não entendendo muito dessas coisas mas ela estava tão quente que qualquer um perceberia até eu-
- Eu to bem só me deixa ficar um pouco sozinha -tornou a se cobrir e eu dei a volta na cama me ajoelhando perto dela-
- Olha pra mim -pedi e ela me olhou cautelosa- Não fica assim por causa dele
- Saí! -pediu fazendo um esforço enorme e eu me senti obrigado a ficar-
- Você precisa de ir no médico
- Eu não vou -disse convicta e eu tive vontade de arrasta-la dali-
- Pelo menos me deixa pegar um remédio pra você, você não ta bem! -ela não disse nada, não negou nem aprovou, ela olhava pra mim com os olhos arregalados e eu percebi que era porque nós estávamos próximos, próximos de mais, eu sentia sua respiração pesada e se eu me aproximasse mais um pouco eu.. Colei nosso rosto olhando pra ela que respirava mais acelerado se fosse possível- Deixa eu cuidar de você? -perguntei e ela fechou os olhos. Colei nossos lábios em um selinho demorado, depois puxei seu lábio inferior pondo minha mão na sua nuca. Com muita calma e aproveitando cada segundo, nossas línguas exploravam um ao outro, era libertador, um buscava algo no outro através do beijo, era como se nós precisássemos do outro, até tudo se quebrar.. Abri meus olhos lentamente observando-a e mais uma vez não dizíamos nada e eu não queria quebrar esse silêncio mas me lembrei do remédio e levantei
- Eu vou buscar o remédio

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Uaaal.. kkk' Olá lindas da minha vida, como estão? Espero que tenham gostado e desculpem a demora de novo, eu ia postar quarta mais aí fui na pré-estreia de 50 tons de cinza e foi aquela correria, ontem não deu porque tinha gente em casa e eu tive curso e hoje quase que eu não posto porque aqui ta caindo uma chova horrível. Com meus cursos voltando e semana que vem talvez as aulas também voltem eu não sei se vou conseguir postar mais de um cap por semana, então quero combinar com vocês num dia que eu possa postar, que eu tenho certeza que vai dar tempo, então eu tenho os fins de semana, então fica certo de sexta anoite ou se não no domingo, se der eu posto mais por semana, no meio da semana, mas para ficar mais organizado de fim de semana eu vou postar.. Okay?! Espero que tenham gostado comentem e divulguem *--* Falando nisso as visualizações aumentaram Uhuuuull!! Obrigado gente *---* beijokas no core fuuui

fãclub Njr:  Muitas emoções, resumiu esse capitulo kkk' bjoos
Bahiana: Desmaiada kkkk' obrigado amor bjs
Carol: Waan então me diz o que achou do beijo kkk' bjoos Cah
Dani: Dani meu amor obrigado gata adoro acabar com o emocional de vocês kkk' Acabei com seu coração nesse? kkk' OMG bejokas Dani ♥
Alana: Tem :( no próximo ela vai aparecer kkk' bjoo
Amanda: Fofos eles *--* bjos
Lavinia: Curiosa pra saber a reação deles eu também kkk'  seguindo lá amore bjoos
Alice: Poderia ser pegadinha kkk' adorei kk' Mas ainda muita coisa vai rolar, ela também não vai deixar barato, Bjoss Lice ♥

** Respondendo o Anônimo que perguntou sobre a mensagem que aparece para entrar no blog sobre o conteúdo..
Eu recebi denuncias do blog (não foi apenas uma) dizendo que o blog contém conteúdo impróprio, depois de ler sobre as regras e blá blá blá e conversando com algumas blogueiras e escritoras, descobri que se o conteúdo do blog (no caso a história) contém palavras de calão (ou seja; palavrões) o conteúdo é impróprio. E para que eles não tirem meu blog do ar (mesmo eu achando isso coisa de gente desocupada) eu fui obrigada a colocar um aviso no início para evitar quaisquer constrangimento. No caso agora se vierem denunciar como conteúdo impróprio tem o aviso no início e ver quem quer..

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cap. 11 "Here you are now, calling me up. But I don't know what to say"



Hey, all you had to do was stay
Had me in the palm of your hand
Then why'd you have to go
And lock me out, when I let you in?
-All You Had To do Was Stay - Taylor Swift-

~Mel POV~

Toc.. Toc.. Toc.. Toc.. Toc..

Me sobressaltei com as batidas contínuas e fortes na porta, Matheus me olhou assustado e eu levantei indo até a porta tentando imaginar quem podia ser essa hora.. Lucas..? Minha mãe..? Gil..? Destranquei a porta e abri querendo fechar em seguida.. Meu sangue fugir do meu rosto, prendi minha respiração e encarei o homem na minha frente, de camiseta, bermuda, boné e chinelo, me encarando de volta apreensivo..
- Oi -Junior murmurou não esboçando nenhuma reação, eu engoli em seco-
- Oi -disse receosa segurando a porta e tampando a visão caso o Matheus tentasse ver quem era-
- Posso entrar? -perguntou seco-
- Não -respondi sentindo minha voz falhar, ele abriu um sorriso irônico que me fez estremecer- O que você quer? -perguntei tentando manter a postura-
- Já esqueceu? -ele arqueou a sobrancelha e me olhou com aquele meio sorriso ainda no rosto e eu fervi de raiva- 
- Mamãe, quem é? -Matheus perguntou passando por debaixo do meu braço que estava escorado na porta, ele olhou pro Junior e sorriu sem graça-
- Matheus sobe! -exclamei sentindo meu ar faltar e eu comecei a estremecer, olhei pro Junior que estava sorrindo de volta pro Matheus que saiu meio emburrado e subiu como eu mandei-
- Deixa o menino!
- Não se mete por favor?! -cerrei os olhos- O que você veio fazer aqui? -perguntei novamente e continuei escorada na porta impedindo-o de entrar-
- Ver você Melissa.. -sorriu sínico, eu bufei e fechei a porta com força esperando que ela batesse mas não bateu, olhei pra trás e ele segurava a porta me olhando-
- Aí aí! -balançou a mão como se tivesse doído e eu revirei os olhos contando até mil pra não perder a paciência-
- Vai embora Junior! -pedi tentando manter a calma e a educação-
- Você prometeu.. -sussurrou fechando a porta trás de si-
- Eu estava bêbada.. -respondi-
- Mas você lembra.. -engoli em seco- Melissa não cumpre suas promessas? -ele riu sentando no sofá e cruzando as pernas me olhando, que ódio desse garoto, porque ele tem que ser tão assim.. Intimidador.. Eu não consigo pensar, falar, eu tenho vontade de correr- Tô esperando Melissa.. -soltei um riso irônico- Quer mesmo que eu comece? -ele perguntou num tom desafiador e eu dei de ombros ainda em pé de frente pra ele- Então tá.. Vou começar com algumas perguntas.. -ele levantou o dedo indicador- Como você acha que eu me senti depois ver você lá em Barcelona? -abri a boca pra mandar ele se fuder mais ele me interrompeu- Ah, não.. Por favor, não responda, apenas pense.. -levantou o outro dedo- Por que fugiu de mim? -levantou outro dedo- Por que sumiu sem deixar notícias? -outro dedo- Por que se nega a falar comigo? -ele respirou fundo e ergueu o ultimo dedo- Um filho..
- Não mete meu filho no meio disso! -exclamei exasperada-
- Você não sabe o inferno que eu passei aqui! -ele levantou e continuou como se eu não tivesse o interrompido, eu via raiva nos seus olhos e no fundo eu via que ele estava perdido, eu via um menino, jovem perdido tentando de todos os jeitos (seja os piores)  achar um caminho- Mas eu não sei o que foi pior.. Superar que você sumiu ou saber que você quis sumir e não tava nem aí com a gente..
- Não fala o que você não sabe!
- A é!? Vai dizer que é mentira? Você não ta nem aí, você não se deu nem o trabalho de me explicar nada, pelo contrário, foi rude todas as vezes que a gente se viu.. Por que Melissa?? Me conta o que aconteceu pra você se transformar desse jeito.. -ele já estava quase gritando, seus olhos estavam úmidos e eu via que ele estava tirando um peso das suas costas, mas ele estava errado, eu não sou tudo isso, eu não fiz tudo isso.. Ou fiz?!- Você foi atrás de um cara.. -disse virando de costas e passando a mão freneticamente no cabelo-
- O que? -gritei indignada com que ele acabara de dizer-
- Isso, você foi atrás de um cara, teve um filho com ele.. Quem é? Ele veio com você? Ele ta aqui? -Junior parecia estar fora de si e fui andando pelos cômodos procurando alguém que eu mesma desconhecia-
- Você tá maluco! Não tem cara nenhum! Eu não fui atrás de ninguém! -gritei indo atrás dele e tentando para-lo mas era impossível- Para com isso! -exclamei segurando seu braço e impedindo que ele subisse as escadas-
- Você teve um filho com ele! -ele gritou de volta-
- Para de ponhar o Matheus no meio disso! Eu não fui atrás de cara nenhum! -gritei em resposta sentindo a minha garganta seca-
- Então.. -ele parou me encarando, seu peito subia e descia acelerado, ele fechou os olhos firme e sua mão fechou em punho, eu dei um passo para trás esperando sua próxima reação, ele deve ter ligado as coisas, ele é o pai..- Você me traiu -ele sussurrou abrindo os olhos lentamente e sua expressão mudou para pura raiva- Você me traiu -disse entre dentes- engravidou e depois foi embora..
- Eu nunca te traí! -gritei sentindo as lágrimas descendo pelo meu rosto não acreditando no que ele tinha dito, no que ele pensa de mim-
- Eu te amava! E o que você fez? Me enganou todo aquele tempo! É claro, agora faz sentido.. -ele andava de um lado batendo a mão na cabeça- Eu sou um burro! Como eu pude te amar?
- Para de ser idiota garoto! Eu nunca faria isso com você, eu te amava porra, eu nunca seria capaz de fazer isso com você! -já me encontrava em lágrimas, soluçando, andei até ele que me encarava com os olhos rasos me escutando-
- Sério, eu vou embora! Eu não aguento ouvir tudo, não devia nem ter vindo! -Junior limpou com as costas das mãos uma lágrima que caiu, deu as costas e virou de repente- Não adianta mentir, ta tudo esclarecido agora, olha tudo bem se você gostava de outro mas não precisava esconder de mim, eu perdi muito tempo com você -"Eu perdi muito tempo com você" foi uma facada no meu peito-
- Quer dizer que o que aconteceu com a gente foi perda de tempo? -disse me obrigando a engolir o choro, ele deu de ombros-
- Agora tanto faz Melissa, era só isso que eu queria saber e agora eu sei -ele se virou indo em direção a porta, eu engoli em seco fechando meus olhos o mais forte que eu podia, respirei fundo-
- Idiota! -gritei jogando toda a minha raiva pra fora- Você é Pai dele! -eu desconhecia de onde surgiu toda minha raiva nesse momento, abri meus olhos e vi ele paralisado com a mão na maçaneta. Pronto, a merda ta feita! Mas eu me sentia mas leve, tirei um dos pesos da minhas costas, porém o medo agora me dominada, a expectativa do que ele ia fazer ou falar, por um momento pensei que ele ia sair pela porta correndo mas ele virou lentamente, seu rosto estava pálido e os olhos vermelhos, ele me olhava boquiaberto-
- Não.. -sussurrou negando com a cabeça- Não..
- O Matheus é seu filho.. -sussurrei mas pra mim mesma do que pra ele-
- E eu acredito? -Junior perguntou me tirando do meu desvaneio e fazendo com que eu olhasse incrédula pra ele imediatamente- Conta outra.. -o nervosismo dele era palpável, dava pra ver pelo seus olhos que ele estava tentando se fazer de forte- Vai querer me dar o golpe Cardoso?
- Você está insinuando que eu quero o seu dinheiro? Que isso é mentira? -perguntei sentindo meu sangue ferver, se esse garoto pensa que pode falar assim de mim ele ta enganado-
- Você você quem disse.. -ele deu de ombros-
- Vai pro inferno com seu dinheiro!
- Não se faça de vítima porque de inocente você só tem a cara!
- Você acha que eu ia inventar uma mentira dessas Neymar? Pra que eu quero seu dinheiro?
- Isso não faz sentido.. Se ele é meu filho, então.. -parecia que a fixa dele estava caindo agora, seu corpo foi deslisando pela porta até ele se chocar com o chão, encolhido, com as mãos no rosto e.. chorando. Quando dei por mim, eu já estava ajoelhada do seu lado sem saber o que fazer- Por que? -ele disse sem me olhar- Por que Melissa?
- Me desculpa -sussurrei sem saber o que dizer e ele me olhou incrédulo-
- Desculpar? Você não tinha o direito de fazer isso! -disse exasperado e eu me encolhi-
- Eu não tinha escolha.. -sussurrei me lembrando pela segunda vez daquele dia das palavras do meu pai, da minha mãe- Meu pai nunca apoiou nosso namoro e acha que seria diferente quando soube que eu estava grávida? -ele continuou em silêncio me olhando com aqueles olhos que agora estavam vermelhos e arregalados- Ele foi o primeiro a me virar as costas e tentar esconder tudo da família e amigos -dei de ombros com aquela lembrança amarga me atormentando de novo- Eu estava no quarto com o teste positivo na mão pensando no que ia fazer da minha vida, minha mãe entrou no quarto e .. -apertei os olhos vendo a imagem da minha mãe chorando e inconformada com tudo aquilo- Ela.. gritou, meu pai apareceu lá e só faltou me bater. No outro dia cedo eu estava desembarcando na Espanha, sem família, sem amigos, sem ninguém -abri os olhos observando sua expressão impassível-
- Por que não foi falar comigo?
- Ele me trancou no quarto, tirou tudo que eu podia usar pra me comunicar, tudo..
- Mas por que você não mandou ninguém falar comigo?
- Junior, meu irmão soube depois de um mês.. Eu ia falar pro meu pai te avisar? -disse irritada e ele engoliu em seco-
- E quando chegou lá? Por que não ligou? Não me procurou?
- Porque eu estava ocupada tentando arranjar algum dinheiro pra sobreviver -minha voz saiu mais exasperada que o normal mas mesmo assim pra ele não era o suficiente-
- Isso não justifica quatro anos.. Para de esconder Melissa..
- Eu não estou escondendo Neymar! Só eu sabia o quanto o futebol era importante pra você, o quanto você lutou pra chegar onde chegou, eu sabia dos seus sonhos, eu sabia dos seus planos, eu sabia!! Eu fiquei com medo de você me abandonar, de não aceitar, de me julgar e não acreditar em mim.
- Você é maluca! -Junior levantou tão rapidamente que eu não acompanhei, me levantei depois e continuei encostada na porta enquanto ele se apoiava nas costas do sofá- Você acha que esconder um filho era a melhor solução? Preferiu esconder por causa da mina careira?? 
- Eu não tinha coragem de te dizer! Acha que é fácil criar um filho sem pai por anos e todos os dias ouvir ele perguntando de você, tive vontade de largar tudo e vir atrás de você, mais aí vi que você estava indo bem na carreira, com a vida feita.. Eu não tive coragem!
- E ia esconder até quando? Eu fiquei todos esses anos te procurando.. procurando respostas de perguntas que nem eu mesmo sabia.. Procurei por todo canto.. Acha que só você sofreu? Eu assumi a culpa de tudo que acontecia, eu me meti em coisas que eu nunca pensei que me meteria -eu sabia do que ele estava falando, do passado dele que o Gil me contou, e saber que tudo era minha culpa me doeu ainda mais-
- Você nunca vai me entender.. -sussurrei sem ter a certeza de que ele tinha ouvido- Acredita em mim? -perguntei de uma vez e ele me olhou de imediato não esperando minha pergunta repentina, mas isso estava me matando e era só isso que eu queria saber, se tudo o que eu disse ele acreditava ou não-
- Acredito, mas não entendo.. Eu descobri que sou pai e não é de um bebê é de um garoto de quatro anos.. Tem uma noção disso? -ele ainda estava perdido e eu não o culpava por isso, ele tinha direito de estar assim, tentando assimilar tudo que eu havia dito e que ele não fazia a menor ideia do tamanho dos problemas- Eu quero ver ele -ergui minha cabeça automaticamente e vi ele caminhando pra perto da escada com menção de subi-la, mas ele não podia-
- O que vai fazer? -perguntei indo na sua direção com a ideia de alcança-lo-
- Ver meu filho -disse num tom de obviedade e eu me desesperei-
- Neymar ele não sabe, você não pode chegar lá e dizer que é pai dele! Me deixa falar com ele primeiro! -pedi quase gritando e ele parou nos primeiros degraus me escutando e associando minha ideia-
- Ta, eu também nem sei o que dizer.. -deu de ombros e desceu indo pro sofá, eu respirei fundo pra tomar coragem e força depois de uma briga dessas e subi os degraus pensando no que dizer, em como dizer e me culpando por estar fazendo isso com uma criança que devia ter uma vida perfeita e sem preocupações. Para minha sorte a porta do quarto que nós estávamos 'hospedados' estava fechada e eu espero que ele esteja lá dentro. Bati na porta para indicar tinha alguém ali e abri a porta varrendo o carto a sua procura. Ele estava na cama, encolhido entre a parede e agarrado a uma almofada tão grande que o cobria inteiro. Ele olhou por cima da almofada e relaxou quando viu que era eu, deixou a almofada de lado e sentou mais tranquilo enquanto eu fechava a porta e ia em sua direção. Matheus parecia assustado e eu até imagino porque, me sentei ao seu lado e ele se aninhou mais perto de mim, era hora de eu começar a falar..
- Ta tudo bem? -perguntei receosa e ele assentiu intercalando o olhar da porta pra mim- Você que fechou a porta? -perguntei mesmo sabendo que a resposta era sim-
- Fechei, vocês estavam gritando ai eu me escondi aqui -eu o abracei de lado tentando passar pra ele toda a minha proteção-
- Ta tudo bem -falei tentando acalma-lo- Bom, tem uma pessoa lá em baixo que quer te ver..
- O Seu amigo do mercado? -perguntou ainda assustado-
- É.. Mas, ele não é só um amigo da mamãe..
- Por que ele gritou com você? -perguntou curioso mas ainda receoso-
- A gente tava conversando sobre uns assuntos de adultos..
- Os adultos conversam assim? -ri de sua pergunta inocente e quis abraça-lo mais forte-
- Quase sempre, só quando é muito importante
- Hum..
- Mas então.. Lembra quando você estava brincando com seu amiguinho lá da rua e ele falou do pai dele e você me perguntou depois se você tinha um pai? -perguntei bem devagar para que ele acompanhasse meu raciocínio-
- Lembro..
- Então.. E eu te falei que seu pai morava muito longe, aí um dia você ia ver ele..
- Aham -ele sorriu mesmo ainda sem entender onde eu ia chegar com tudo isso-
- Matheus, olha filho, você tem um pai muito, muito legal e ele te ama muito ta bom? -ele assentiu quieto e eu continuei- Você quer conhecer ele? -Matheus abriu um sorriso que eu seria incapaz de descrever, meu coração se derreteu e foi impossível não sorrir junto com ele que assentiu eufórico com aquele riso estampado no rosto- Ele está lá embaixo e quer te ver.. -levantei e ele me olhou curioso, estiquei a mão pra ele que saltou da cama agarrando a mesma olhando pra mim com uma alegria contagiante. Meu coração estava aos pulos no peito, ele foi me guiando até a porta, abriu a mesma e fomos até a escada onde ele parou receoso procurando por alguém na sala, eu o encorajei para que descesse os degraus e fui seguindo-o atrás até que ele descesse o ultimo. Junior percebeu o movimento e virou-se rapidamente para a escada olhando com admiração o menino que estava ali. Ele levantou ainda sem acreditar e parecia ter entrado em um transe, ou eu que estava vendo em câmera lenta, eles ficaram ali, parados olhando um para o outro até o Matheus me olhar confuso e fazer sinal para que eu me abaixasse, fiz o que ele pediu e ele se aproximou do meu ouvido
- Mãe, é o seu amigo -cochichou mas eu tive certeza que o Neymar ouviu- do mercado -concluiu olhando de novo pro Junior que sorria-
- Matheus.. Ele é seu pai! -falei e vi seus olhos arregalar de surpresa, ele olhou pro Neymar que abriu os braços, creio eu que nem ele mesmo sabia o que fazer- Vai dar um abraço nele -disse vendo meu pequeno correr pros braços do Junior num abraço de tirar o fôlego e as lágrimas de qualquer um. Num encontro tão esperado e inesperado. Parecia que o mundo havia parado e só existiam os dois ali, eu era uma mera espectadora que não ousaria interromper esse momento, esse laço, esse amor.
No fundo eu queria estar ali, naquele abraço, participando de todo esse amor, eu queria ser digna de compartilhar esse momento, queri me unir a eles mas sabendo que eu quem tinha impedido que isso acontecesse antes, impedido que eles se conhecessem, repreendi meu desejo e ma contentei em estar assistindo, era lindo de se ver e eu era lisonjeada por estar ali.
- Oi -Junior murmurou nervoso, creio eu sem saber exatamente o que dizer-
- Oi -Matheus respondeu tímido e contido me olhando ainda meio confuso-
- Tudo bem? -Matheus assentiu e deu um paço para trás, ele estava com vergonha- Tudo bem, não precisa ficar encabulado, eu também estou sabia?
- Verdade?
- Verdade -Junior riu meio sem graça e Matheus o acompanhou. Aquele momento era deles e eu não devia estar ali mas eu queria acompanhar tudo, então me distanciei para a cozinha ainda acompanhando tudo o que eles faziam- É novidade pra mim também
- Você é o cara do mercado
- É.. Você lembra? -Matheus assentiu sorrindo e eu acompanhei- Eu também..
- Minha mãe disse que você mora longe..
- Moro longe da sua casa, mas posso te levar pra conhecer minha família.. -eu temia que isso iria acontecer, como todos iam reagir? É claro que de começo ninguém vai acreditar porque realmente isso tudo é loucura mas é a verdade, e eles vão querer o exame de DNA, não os culpo por isso, mas e depois? Como vão reagir com o Matheus? Será que vão gostar dele? Se bem que é impossível não ama-lo, meu pequeno é amável e adorável, todos vão te adorar-
- Quando? -perguntou empolgado-
- Que tal amanhã? -eu me sobressaltei, amanhã a gente vai embora-
- Mas amanhã eu tenho que ir pra minha casa.. -Matheus disse cabisbaixo-
- Eu acho que ainda tenho que conversar com a sua mãe, talvez vocês fiquem mais tempo aqui -Eu não gostei dessa ideia mas soube que era isso que iria acontecer não era?! Ele agora tem o direito de conviver com o Matheus e com toda essas distância ia ser complicado,mas eu não podia deixar minha vida toda lá, eu tinha uma casa, um emprego..- Melissa.. -me sobressaltei com ele entrando na cozinha e mandando pra longe meus pensamentos, olhei procurando o Matheus mas não encontrei- O Matheus foi deitar -disse simplesmente como se lesse meus pensamentos e eu franzi a testa- Eu vou ir e volto amanhã..
- Neymar eu tenho que voltar pra casa amanhã anoite -avisei-
- Melissa você não tem noção do que jogou na minha mão?! Eu tenho um filho, eu tenho que falar com a minha família, meu pai, tenho que assumir ele, falar com a minha namorada, não vai ser fácil, como eu vou explicar tudo isso se nem eu mesmo não entendi?! -exclamou exasperado e eu ainda estava na parte da namorada. Ele tem alguém.. Mas é claro que tem, como se ele fosse esperar por mim..- Você tem que ir comigo!
- Eu tenho que ir pra casa, não tenho dinheiro igual você, eu tenho um trabalho e dependo dele, me dá uma semana, eu volto lá, peço uns dias e venho pra cá e a gente resolve tudo isso
- E até lá eu fico esperando? Como vou saber se você está dizendo a verdade?
- Por que.. -dei de ombros pensando numa justificativa- Eu não tenho mais o que esconder nem porque fugir. Eu volto..
- Tá, mas olha.. Sexta - feira -apontou um dedo pra mim- você tem que estar aqui, Mas antes eu vou falar com meu pai e depois a gente resolve tudo isso..
- Tá -sussurrei-
- Eu vou ir.. Amanhã apareço aqui

E me deixou com essa promessa de voltar amanhã, eu decidi fazer o mesmo que todo mundo, tentar dormir porque hoje foi uma noite turbulenta e eu teria muita coisa pra pensar durante ela...

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Para não deixar vocês mais tempo na curiosidade, resolvi postar esse cap curtinho e rápido (Pra vocês verem que eu sou legal)
Espero que gostem kkk' e para variar aqui ainda continua chovendo e a internet ta um saco.. Não sei se ainda posto essa semana, vou fazer de udo para que sim.. 
Bom gente é isso, espero que tenham gostado.. Comente e divulguem haha' Opinem viu?! Isso me ajuda a ter mais ideias, se vocês estão gostando e tal.. Beijoos
Carol: Mulher.. quem me deixou sem palavras aqui foi você kk' Obrigado mesmo flor, vocês leitoras são quem fazem o blog.. Já disse varias vezes que sem minhas malucas aqui tudo isso não ia existir.. Sobre o capitulo, eu amo deixar vocês curiosas kkk' Tirando as ameaças de morte e tal kk' Beijos gata..
Amanda: Judiação kkkk' Ain gente, mas é verdade.. O tão esperado dia chegou.. Aleluia lol kkk' bjuus
Alana: Na melhor parte .. kkk' bjss
Bahianinha: Pra dar suspense kkk' Não infarta não kkk' bjs
Dani do céu: kkkkk' não quero te matar do coração kkk' e eu nem sei como agradecer um comentário tão tão perfeito .. Mulher desse jeito quem ferra com meu emocional são vocês kkk' Obrigado amor, beijooos
Thata: Bem vinda amor.. Espero que esteja gostando dessa história maluca kk' Obrigado gata, bejoos